De acordo com o portal Mercado Erótico, o número de empreendedores que atuam no setor triplicou em 2020, em relação ao ano anterior. No total são 100 fornecedores, entre indústrias nacionais, distribuidores e importadores, 9 mil pontos de vendas e 50 mil vendedores que vendem de porta em porta. A grande maioria dos empreendedores que investem no setor são mulheres (76,13%). O setor em geral teve um crescimento de 12% segundo os dados da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. No último ano, o setor faturou R$2 bilhões. As vendas através de aplicativos de mensagens e redes sociais foram responsáveis por 90% das compras.
Se antes, para adquirir um lubrificante com sabor ou um vibrador, era necessário ir até um sex shop como se estivessem praticando algo ilegal, hoje as pessoas estão mais à vontade e não mais deixam se afetar por conceitos morais ultrapassados. Essa mudança foi possível graças ao empenho de marcas do setor de produtos eróticos em acabar com esse mito de que sentir prazer com sex-toys e cosméticos sensuais é algo negativo e vulgar, e que o bem-estar sexual é um ponto importante para obter uma vida mais plena e saudável. Uma dessas marcas é a paulistana INTT.
Tudo começou quando a matriarca da família Seitz decidiu criar uma empresa de óleos sensuais no ano de 2007. Nesse período, sua neta, Stephanie Seitz, morava na Alemanha. Certo dia, Stephanie estava no aeroporto de Munique e, ao entrar em uma loja de produtos eróticos, foi tomada de espanto: o ambiente não tinha cabines, cortinas ou qualquer coisa que disfarçasse a essência de seu negócio. “Era como se fosse uma loja convencional, sendo que, ao contrário dos sex-toys vendidos no Brasil, os produtos eram bem trabalhados e poderiam ficar expostos em qualquer ambiente da casa, sem qualquer constrangimento, já que as embalagens não eram vulgares”, explica Stephanie.
Foi então que ela decidiu assumir o controle da empresa criada pela sua avó, assumir o papel de diretora e investir em outros produtos como vibradores, cremes, óleos beijáveis e velas. “Investimos em rótulos discretos e em embalagens pump air less, pois, até então, as marcas do setor erótico não tinham essa preocupação com os dedos encostarem nos cremes, e o pump possibilita o total aproveitamento do produto e evita contaminação, pois o ar externo não entra na embalagem”, ressalta a diretora.
Os cosméticos da INTT, além de veganos, não são testados em animais. De olho nas tendências do mercado, a marca também decidiu investir em ingredientes que estão em alta, como é o caso do ácido hialurônico, bastante utilizado em produtos voltados aos cuidados da pele. A empresa decidiu apostar em hidratantes íntimos que levam o ácido em sua composição. O objetivo é conquistar também as gôndolas das farmácias e provar que bem-estar sexual é um assunto que deve ser tratado com seriedade e sem preconceitos.
Lubrificante de cannabis e vibrador em formato de sorvete
A INTT expandiu seus negócios para a Europa em 2019, quando passou a fabricar seus produtos também em Portugal, de onde vende para países como Alemanha, Espanha e Rússia. Há um produto que, por ser proibido no Brasil, é vendido exclusivamente na Europa: o lubrificante com cannabis. “Nosso faturamento cresceu 120% após investirmos no mercado Europeu”, diz Stephanie.
Além dos cosméticos, os sex-toys da marca também chamam atenção pelo design divertido. É possível até encontrar um vibrador em forma de sorvete ou em formato de diabinho. Tantos diferenciais fizeram com que a INTT acumulasse diversos prêmios ao longo de sua história. Só na premiação “Melhores do Mercado Erótico e Sensual”, promovida pela JPGF Negócios, a marca ganhou pelo sexto ano consecutivo como “A Melhor Marca do Mercado Erótico do Ano”. “Queremos ir cada vez mais além e provarmos que conhecer o corpo e ter prazer através de cosméticos sensuais e sex toys é uma experiência que vai além da sexual, é uma forma de autoconhecimento”, finaliza a diretora.