Simone Palladino, 54, já foi a cabeça organizadora do Rally dos Sertões. Deixou o país para morar na Oceania, e, de volta ao Brasil, abriu a maior loja de artesanato, artes, sucata e móveis sustentáveis do interior paulista – o Depósito Moringa, que compleou 1 ano em novembro, em Jundiaí, a 50 km de SP.
“Voltei da Austrália para cuidar de um negócio de meu pai e acabei me apaixonando novamente pelo fazer brasileiro”.
Simone conheceu muitas regiões afastadas por causa do Rally dos Sertões, mas agora está numa imersão com olhar mais voltado para as artes. Este ano visitou Bahia e Minas, foi conhecer os artesãos de várias cidades do Vale do Jequitinhonha, por exemplo, profissionais que ainda hoje carregam nossa cultura miscigenada indígena, negra e portuguesa. Entre as peças que disponibiliza na loja estão preciosidades como as bonecas de barro da Zezinha e as da Isa Matos, além de figuras de madeira esculpidas pelo seu Tião, de Ibira, e de Marquinhos, de Araçuaí.
Também se propôs a fazer uma grande pesquisa de artistas contemporâneos como o mineiro JB Lazzarini – “Ele expressa a nossa brasilidade assim como fizeram Tarsila Do Amaral e Di Cavalcanti, sem fixar-se, porém, em nenhuma delas especificamente, trazendo algo novo para seu trabalho”.
Outro artista com curadoria da Simone Palladino que tem obras no Depósito Moringa é o também mineiro João Paulo Raimundo, especialista em dar forma ao papel machê e que recentemente abriu o stand brasileiro na maior mostra de referência de Design do Mundo, o Fuorisalone, em Milão.
Além do artesanato e das artes, Simone e seu irmão Júlio César, dão destaque para a reciclagem e a sucata no Depósito. “Viemos de uma família que negocia sobras industriais. Sempre tivemos esta proximidade com a reciclagem, com o reaproveitamento, agora ampliamos o horizonte de possibilidades para esse mercado é enorme, além do reuso na construção, para a mobília e a decoração”.
Os móveis, todos em madeira de demolição recuperada de propriedades centenárias no entorno de Minas, como Peroba, Aroeira, Jacarandá e Pinho de Riga, estão expostos lado a lado com metais vindos de sobras industriais, no espaço físico. Ao todo são 1000 mts2 de showroom. Mas o Depósito Moringa também atua no e-commerce para atender outras regiões do Brasil.
“Minha meta para o próximo ano é exportar parte de nossa produção cultural e artística para Oceania e EUA”, comenta Simone Palladino, já fazendo planos para os próximos anos.
Serviço: www.depositomoringa.com.br