As altas temperaturas do verão podem ser bastante incômodas para os animais domésticos, visto que, diferente dos humanos, cães e gatos não possuem muitas glândulas sudoríparas. A maioria delas estão situadas nos coxins, as “almofadas” das patas, o que acaba dificultando a termorregulação dos animais, que é o controle da temperatura corporal.
Por conta disso, os pets necessitam de inúmeros cuidados especiais para que não sofram com o calor. A coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP), Thais Costa Casagrande, destaca cinco cuidados importantíssimos com os pets durante a estação mais quente do ano.
A coordenadora explica que a temperatura do ambiente em que o pet está é essencial para ajudá-lo no controle do calor no seu corpo. “Quando o animal se encontra em um ambiente quente, sua temperatura corporal aumenta e dificulta a termorregulação, por isso precisa estar em ambientes mais frescos para que não haja sofrimento”, aponta. Segundo Thais, mesmo a temperatura corporal dos animais domésticos sendo ligeiramente mais alta que a nossa, o ambiente ideal para eles gira em torno dos 20 a 25 graus Celsius.
Segundo Thais, deve-se evitar os passeios com os pets em dias quentes entre 10h e 15h, bem como evitar andar por locais pavimentados. “A questão é que os cães respiram mais perto do asfalto e calçamentos e, com eles quentes, pode provocar o aumento da temperatura corporal. O ideal é realizar os passeios no início da manhã ou no final da tarde, o que também é importante para evitar o risco de câncer de pele nos animais. Caso seja necessário o passeio nesses horários de altas temperaturas, deve-se priorizar espaços com grama para evitar queimadura nas patas”, alerta.
Assim como os humanos, os pets precisam estar sempre bem hidratados, especialmente no calor. “É importante sempre deixar disponível água fresca e gelada para os animais, colocando potes em vários pontos do local e trocando-a com frequência, pois eles perdem muita água quando estão com a temperatura corporal alta”, aconselha.
Thais aponta que, para que não fiquem estressados durante uma viagem, os animais devem ser transportados com segurança e conforto. “Os pets têm que ser levados na caixa de transporte ou usar o cinto de segurança próprio para eles. Em hipótese alguma devem ir soltos no carro. Também precisam estar com todas as vacinas e os vermífugos em dia, pois estão indo para um lugar desconhecido. Além disso, é indicado que tenham uma alimentação leve para que não passem mal dentro do carro e, assim como nós, eles também precisam de pausas para ir ao banheiro e ‘esticar as pernas’ durante a viagem”, justifica. A especialista também ressalta a importância de agendar uma consulta com um médico veterinário para garantir a segurança dos pets em alguns pontos críticos. “Para animais mais agitados, é importante que sejam prescritos medicamentos corretos para acalmá-los durante o transporte. Ademais, dependendo do destino da viagem, existem algumas exigências relacionadas às guias de transporte animal, e há também a preocupação em, por exemplo, tomar a vacina específica antes de ir a uma região endêmica de leishmaniose, ou tomar os remédios para os vermes do coração antes de ir à praia”, aponta.
Quando os pets estão sofrendo com o calor, eles dão alguns sinais que devem ser percebidos por seus tutores, conforme aponta a veterinária. “O animal que está com muito calor fica bastante inquieto, pois sempre está procurando um ambiente mais fresco. Além disso, quando deitam com a barriga inteira no chão ou de lado em um piso mais gelado, é porque estão tentando se refrescar. Outro sinal é que a sua frequência respiratória aumenta bastante, assim como a salivação. Se as mucosas orais do pet estão com cor de tijolo, muito avermelhadas, também é um sinal de alta temperatura corporal”, salienta.
A especialista elenca outras dicas importantes sobre a termorregulação dos animais. Os cães de pêlo mais longo devem ser tosados no verão para ajudá-los no controle da temperatura corporal, e os tutores de cães braquicefálicos – de focinho encurtado – devem ficar ainda mais atentos a todos os cuidados mencionados, pois eles têm ainda mais dificuldade para realizar a termorregulação.