As cores são as heroínas do design: têm o poder de mudar o humor, renovar ambientes com baixo investimento e aproximar as pessoas da natureza. Mas assim como a neuroarquitetura estuda o colorido, também analisa os efeitos dos tons monocromáticos, que se mostram ótimas opções para delimitar espaços e proporcionar sensação de harmonia. O estilo “color block” na moda, que usa blocos de cores para tonalizar roupas e estimular sensações, também é o querido do ano, na aposta de Rafaela Costa, arquiteta, urbanista e gestora de projetos da Criare Campinas. “As cores são coringas quando se fala em renovação e têm um papel fundamental na neuroarquitetura. Saber utilizá-las faz toda diferença na hora de dar vida a um ambiente e escolher que sensações queremos que ele nos proporcione”, explica.
Rafaela acredita que em 2023 devem prevalecer cores e tons mais suaves, que remetam à natureza. “A gente até consegue ver novos tons de verde, azul, terracota mais marcantes, mas a maioria das cores apontadas como as queridinhas para 2023 vem de nuances mais suaves, justamente para trazer essa sensação de conexão com a natureza, o aconchego e o conforto”, avalia.
Color block na arquitetura: uniformidade e dramaticidade
Os estilos monocromáticos, ensina, podem ajudar a delimitar espaços mesmo em ambientes de conceito aberto, com pinturas que podem ir da parede ao teto e até mesmo combinando tons de pisos e bancadas para dar sensação de organização e conforto visual.
O uso das cores também é a maneira mais econômica para revolucionar os ambientes e estimular sensações. Tons suaves e de baixo contraste trazem calma e são ideais para locais de descanso, como dormitórios ou aquele chamado ‘cantinho da descompressão’. “Mesmo em ambientes que nos últimos anos ficaram muito coloridos, como sala e cozinha, temos observado o uso do color block monocromático, utilizando o mesmo revestimento no piso e na bancada da ilha da cozinha, por exemplo. Esse estilo dá um ar uniforme e minimalista aos projetos, e deixa as cores, que alegram a convivência da família toda, para objetos de decoração ou até para a iluminação”, explica.
Tendência: revestimentos iguais na mesa e parede
Metal e geometria
Piso em formato geométrico é outro item que marcará presença nos projetos em 2023. “Pisos que remetem a pedra ou mosaico têm sido muito usados e o metalon, que dominou os projetos no ano passado, deve continuar em alta esse ano”, acredita Rafaela.
Design biofílico
Transformar os lares em um espaço de “despressurização” contra o estresse da vida moderna continua na pauta da maioria dos projetos. “Mais que habitar um espaço, as pessoas querem criar ambientes relaxantes e trazer a natureza para dentro de casa, o caminho perfeito para o conforto. Por isso recomendo abusar das plantas, da iluminação natural e de materiais naturais como pedra, palha e madeira”, enumera.
Luz que decora
A iluminação ocupa papel fundamental para deixar um espaço mais acolhedor. “Ela tem que ser funcional, mas também pode ser decorativa, se mesclarmos luzes mais frias com quentes. “Luzes brancas são ‘energéticas’ e as amarelas, relaxantes. Se escolhermos certo teremos a casa ideal para nos proporcionar todas as sensações de que precisamos, e gastando pouco”, comenta Rafaela.
Nos objetos decorativos, a arquiteta aposta na brasilidade como o foco central. “Isso é atingido com a escolha de materiais e texturas naturais e que remetem à cultura, como artesanato e obras de arte”, completa.