Dilson Cavalcanti tem a pintura como linguagem e a abstração gestual como abordagem central de sua produção. A escolha das cores, normalmente entre as puras, ora passeiam entre as segundas e terceiras misturas e os diversos materiais, como esponjas, pincéis, espátulas, madeiras e outros, que se encontram a sua mão, conduzirão densidades e diluições das tintas em ações que indicarão muito sobre intencionalidade do trabalho e sua leitura.
Para esta exposição, o espaço será ocupado com trabalhos onde a colagem visual é o cerne deste processo junto a gestualidade de sua pintura, a centralização do motivo principal diante do fundo, é trabalhado com recursos gráficos e direcionada para impressão digital sobre suportes como papel e tecido.
Sob o título “Todo dia também é dia da mulher“, a exposição do projeto “Monalisas Brasileiras“, do artista plástico Dilson Cavalcanti, chega a São Paulo, na Unibes Cultural, no próximo dia 10/03. As “Monalisas Brasileiras” já passaram pelo Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, pela Pinacoteca de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista e na estação do Metrô Trianon-Masp, em São Paulo.
Mulheres brasileiras que ao longo de cinco séculos, vêm protagonizando transformações em suas vidas e na sociedade, muitas vezes têm sido ignoradas, tanto quanto seus legados sublimados, mas que com o projeto, ganham notoriedade, na reverência do artista, “reverência que deveria ser permanente”, segundo Dilson Cavalcanti.
“Foi em 2019, quando fez 500 anos da morte de Leonardo da Vinci, que este projeto nasceu. A imagem da Monalisa é conhecida, mas o legado de Catarina Paraguaçu, uma índia que era dotada de uma inteligência e protagonismo raros em sua época, quando o Brasil ainda era colônia portuguesa, pouca gente conhece”, relata. “Irmã Dulce, hoje Santa Dulce dos Pobres, nascida na Bahia, no início do século 20, trabalhou incansavelmente pelos pobres da região, deixando um legado ativo e forte, mesmo após sua morte, em 1992. A ex-deputada Maria da Penha dispensa apresentações, mas é um dos ícones contemporâneos da exposição”.
A exposição “Todo dia também é dia da mulher“, que integra o projeto Monalisas Brasileiras, tem a intenção de fazer com que grandes personalidades brasileiras, tanto do passado como algumas contemporâneas, possam ser vistas, conhecidas, reconhecidas e homenageadas, por seus legados e obras e que, esses ícones, chamem a atenção, especialmente, de crianças e jovens ainda em idade escolar, para que meninos e meninas tenham mais um motivo para orgulharem-se dessas referências históricas nacionais.
Ana Nery, Anita Garibaldi, Carolina Maria de Jesus, Catarina Paraguaçu, Chica da Silva, Clara Sverner, Clarice Lispector, Cora Coralina, Dandara, Hebe Camargo, Elza Soares, Helô Pinheiro, Hortência, Luiza Trajano, Maria Quitéria, Maria da Penha, Naiza Cavalcante, Princesa Isabel, Rita Lee, Santa Dulce dos pobres, Tarsila do Amaral e Zilda Arns.
O artista
Dilson Cavalcanti, 1955. Natural de Tupanatinga, PE. Trabalha e reside em São Paulo, SP. Estudou marketing, administração, relações públicas, trabalhou com moda, comércio e varejo de produtos promocionais e um dia a arte acabou descobrindo Dilson Cavalcanti. “Há pouco mais de 15 anos eu fui me descobrindo artista, e deixei que uma espécie de intuição, naquele momento, se expressasse”, lembra. Ele sempre apreciou a arte abstrata e foi assim que suas obras passaram a se manifestar. “No trabalho que venho desenvolvendo desde então, uso tinta acrílica, água, esponjas, pincéis, espátulas e até rodo de estamparia como materiais de trabalho. Os recursos gráficos digitais, entretanto, usados nas Monalisas Brasileiras, vieram dar outra expressão para o meu trabalho, e acho que pelo ineditismo desta proposta é que essas mulheres têm chamado a atenção das pessoas”, analisa.
Serviço:
Exposição “Todo dia também é Dia Da Mulher”, de Dilson Cavalcanti
De 10/03 a 30/04/2023
De quinta a domingo, das 12h às 20h
Galeria da Unibes Cultural
Rua Oscar Freire, 2500, São Paulo
Acesso gratuito – Inscrições pelo Sympla