Cada vez mais pessoas sonham em conseguir residir e trabalhar legalmente nos Estados Unidos, mas muitas não sabem exatamente por onde começar. Por isso, não é incomum vermos diversas negações para o green card, travando, ou, no mínimo, adiando a mudança de vida e trabalho no território norte-americano.
Segundo Rafael Lamberti, Sócio e Diretor Jurídico Especializado em Imigração da SG Global Group, maior ecossistema especializado na consultoria do tema, obter o visto de permanência é um processo com muitas nuances e, na maioria das negativas, o profissional não se atenta ao que realmente interessa. “Mais do que ter um objetivo de ganhar um salário melhor ou compor a equipe de empresas globais, é importante entender as necessidades para superar os desafios de aprovação”, diz.
Diante desse cenário, o especialista elencou as quatro principais razões que promovem a negação de vistos e dicas para que isso não aconteça mais. Confira:
Existem muitas diferenças entre os tipos de visto que permitem a residência e trabalho permanente nos Estados Unidos. Basicamente, são quatro: EB-1, categoria de green card para indivíduos com habilidades extraordinárias em suas profissões; EB-2 NIW, para indivíduos com grau acadêmico avançado e considerados especialistas nas suas profissões; PERM (EB-2/EB-3), para profissionais que foram oferecidos empregos e patrocínio por empresas americanas; e EB-5, para investidores de alto porte na criação de empregos para americanos.
Lamberti reforça que, além de compreender com clareza em qual das categorias o profissional se enquadra, ele precisa buscar informações sobre outros detalhes do processo: “Muitas vezes um profissional pode, teoricamente, se encaixar em algumas categorias, então nos resta analisar quais documentos o mesmo teria para sustentar seu perfil e definir qual delas teria maior chance de sucesso” explica.
Os Estados Unidos estão interessados em profissionais que sejam altamente qualificados. Ou seja, aqueles que não possuem habilidades ou uma formação além da média acabam por ter o visto negado.
“Muitos clientes se comparam a seus amigos, colegas de trabalho e até histórias anônimas que ouviram nas redes sociais, mas não sabem de todos os detalhes de cada caso. A realidade é que muitas vezes um perfil deve ser aperfeiçoado e aprimorado de várias formas antes de fazer um protocolo com sucesso ou corre-se o risco de ser negado,” pontua o especialista da SG Global Group.
Diplomas de ensino superior, pós-graduações, MBAs, mestrados e outros títulos são os itens que aumentam as chances de sucesso do caso, não só o desejo de querer se mudar o mais rápido possível. “Ou ainda podemos pensar em cartas de recomendação de gestores e a ligação com entidades de classe (CRM, OAB, CREA, etc) como fatores de peso. Em resumo, as chances de sucesso são totalmente dependentes de agregar o máximo de evidências de cada profissional, muitas vezes até acima e além do que a lei minimamente requer. Isso é porque além dos requerimentos mínimos e básicos da lei, o oficial ainda tem autonomia para julgar o caso subjetivamente, então quanto mais destacado o perfil melhor”, completa.
Além de ser qualificada, a pessoa precisa demonstrar que pretende continuar atuando no seu ramo de especialização, afinal, os EUA só querem aqueles que agreguem valor ao seu país. Uma das exigências mais críticas de todos os pedidos de green card é: “o que fará nos EUA após a aprovação?”. Uma das maneiras de responder essa pergunta é por uma oferta de emprego e patrocínio de uma empresa americana para a categoria PERM (EB-2/EB-3), mas, caso o indivíduo seja qualificado mas não tenha tal oferta, podemos responder com a apresentação de um plano de atuação e/ou negócios. O chamado business case solidifica o perfil profissional e apresenta um exemplo de como o indivíduo poderia continuar atuando no seu ramo de especialização de maneira que agregaria valor aos EUA, sustentando o argumento de por qual razão ele merece uma oportunidade de trabalhar no local.
Para Lamberti, muitos têm o visto negado porque não conseguem reunir estas informações e defender que são valiosos para a economia norte-americana. “Chegar na imigração e dizer ‘eu sei fazer isso como ninguém’ não é o suficiente, muito menos dizer ‘quando eu chegar lá eu me viro’. Portanto, é nesse sentido que o business case atua como uma evidência de que aquele indivíduo já tem um plano em mente e que poderia ser fundamental para o País”, destaca.
Por fim, todos os tópicos anteriores se voltam para esse: a jornada para obter por o green card é extremamente mais difícil sem a assistência de profissionais especializados em imigração. O executivo ressalta que quando esse processo é realizado a quatro mãos, a probabilidade de um bom resultado é muito maior:
“Aqui na SG Global Group, por exemplo, cada caso é um caso, porque entendemos que se trata de um trabalho altamente customizado; por um lado, é preciso pensar nos pontos fortes e na história de vida profissional e acadêmica daquela pessoa; por outro, devemos associá-la a uma série de regras, cujas interpretações estão sujeitas a constantes mudanças. Quando alguém tenta conciliar tudo isso sem a ajuda de especialistas, cedo ou tarde provavelmente encontrará obstáculos inesperados, atrasando a sua ida para os Estados Unidos”, finaliza.