O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Entre os dias 3 e 5 de maio, a Fundação Osesp promove um encontro inédito entre duas das maiores referências da cultura brasileira: a Osesp e o Grupo Corpo. Serão apresentadas duas coreografias no palco da Sala São Paulo: um excerto da peça Dança sinfônica (2015), com música do brasileiro Marco Antônio Guimarães; e Estância, composta pelo argentino Alberto Ginastera e que teve sua estreia em 2023 em Los Angeles (EUA), a partir de uma encomenda do maestro venezuelano Gustavo Dudamel. A regência da Osesp será do argentino Dante Santiago Anzolini.
Os ingressos para as três apresentações custam de R$ 39,60 a R$ 150,00 (valores inteiros) e começam a ser vendidos às 12h (meio-dia) desta segunda-feira (25/mar) – basta clicar neste link.
Sobre as coreografias:
Dança sinfônica estreou na temporada de 2015, que comemorava os 40 anos de existência do Grupo Corpo, quando o diretor artístico Paulo Pederneiras propôs uma celebração da memória da companhia. A encomenda da trilha foi feita a Marco Antônio Guimarães (1948-), cinco vezes colaborador do Corpo na criação de balés históricos como 21 e Bach, e o resultado pinçava e trançava trechos memoráveis de trabalhos anteriores. Sobre essa teia, Rodrigo Pederneiras recombinou e recriou seu singular vocabulário coreográfico reconhecido mundo afora.
A música foi gravada, com roupagem sinfônica, pela Filarmônica de Minas Gerais, sob a batuta de Fabio Mechetti e com participação do grupo Uakti; citações, combinações e transmutações das trilhas que fizeram a história do Grupo Corpo são traduzidas em cena nos gestos – frequentemente reconhecíveis e ao mesmo tempo renovados – dos bailarinos, com os rapazes vestidos de preto e as moças, de collants vermelho-vinho e rosa pálido.
Criada em 1941 como um balé por Alberto Ginastera (1916-1983), já um compositor de renome em sua Argentina natal, sobre poemas de José Hernandez, em especial El gaucho Martín Fierro (1872), Estância só estreou como espetáculo de dança em 1952. Antes disso, Ginastera transformou os quatro movimentos da música em uma suíte orquestral – bastante executada até a atualidade.
Na coreografia que criou em 2023 para a peça completa, Rodrigo Pederneiras, que tem grande proximidade com a obra de Ginastera, é guiado – como sempre – pela música. Lirismo, os sons da terra e da natureza, encerrando com o malambo, vigorosa dança típica dos pampas, marcam as quatro cenas do balé.
Um dos maiores desafios do projeto foi dividir o espaço cênico com uma orquestra em cena. A iluminação, da mesma forma, está condicionada à interação com o grupo de músicos, mas trabalha com habilidade luz e sombra sobre os conjuntos de dançarinos. Já os figurinos, criados por Janaína Castro, abraçam os tons terrosos, com as bailarinas vestindo saias que remetem ao formato dos tradicionais ponchos.
Ficha técnica:
Dança sinfônica
Coreografia: Rodrigo Pederneiras
Música: Marco Antônio Guimarães
Figurino: Freusa Zechmeister
Iluminação: Paulo Pederneiras e Gabriel Pederneiras
Estância
Coreografia: Rodrigo Pederneiras
Música: Alberto Ginastera
Figurino: Janaína Castro
Iluminação: Paulo Pederneiras e Gabriel Pederneiras
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp é um dos grupos sinfônicos mais expressivos da América Latina. Com 13 turnês internacionais e quatro turnês nacionais realizadas, mais de uma centena de álbuns gravados e uma média de 120 apresentações por temporada, a Osesp vem alterando a paisagem musical do país e pavimentando uma sólida trajetória dentro e fora do Brasil, obtendo o reconhecimento de revistas especializadas como Gramophone e Diapason, e relevantes prêmios, como o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Clássica de 2007. A Orquestra se destacou ao participar de três dos mais importantes festivais de verão europeus, em 2016, ao se tornar a primeira orquestra profissional latino-americana a se apresentar em turnê pela China, em 2019, e ao estrear em 2022, no Carnegie Hall, em Nova York, apresentando um concerto na série oficial de assinatura da casa e o elogiado espetáculo Floresta Villa-Lobos. Desde 2020, Thierry Fischer ocupa os cargos de Diretor Musical e Regente Titular, antes ocupados por Marin Alsop (2012-19), Yan Pascal Tortelier (2010-11), John Neschling (1997-2009), Eleazar de Carvalho (1973-96), Bruno Roccella (1963-67) e Souza Lima (1953). Mais que uma orquestra, a Osesp é também uma iniciativa cultural original e tentacular que abrange diversos corpos artísticos e projetos sociais e de formação, como os Coros Sinfônico, Juvenil e Infantil, a Academia de Música, o Selo Digital, a Editora da Osesp e o Descubra a Orquestra. Fundada oficialmente em 1954, a Orquestra passou por radical reestruturação entre 1997 e 1999 e, desde 2005, é gerida pela Fundação Osesp.
Grupo Corpo
Mineiros, brasileiros, fazendo uma dança sem fronteiras. Criado em 1975 em Belo Horizonte, o Grupo Corpo é uma companhia onde o Brasil inteiro, com toda a sua diversidade cultural, se reconhece. Num mundo onde a velocidade com que as informações se espalham está produzindo uma paisagem cada vez mais homogênea, o Grupo Corpo se destaca por haver desenvolvido uma assinatura própria. Existem três razões básicas para que a companhia ocupe um lugar singular na arte contemporânea. Primeira: Rodrigo Pederneiras, seu coreógrafo residente, tornou-se um dos poucos criadores capazes de fazer o balé clássico contaminar-se com as danças populares e, a partir dessa mistura, dar nascimento a um corpo capaz de expandir os limites do rigor técnico. Segunda: a sabedoria com que Paulo Pederneiras transforma coreografia em obra de dança. Além de dirigir a companhia, assina a iluminação e os cenários que grifam o acabamento cênico de cada produção com um tipo de qualidade que não cessa de inaugurar novas referências. E terceira: um elenco muito afinado, formado por estrelas de luz própria, onde a precisão do conjunto brota de uma sintonia fina entre todos os bailarinos. Quando se vê o Grupo Corpo dançando, é como se as questões do trânsito entre a natureza e a cultura estivessem sendo bem respondidas. São os diversos Brasis, o passado e o futuro, o erudito e o popular, a herança estrangeira e a cor local, o urbano e o suburbano, tudo ao mesmo tempo sendo resolvido como arte. Arte brasileira. Arte do mundo.
Este espetáculo tem o copatrocínio do Itaú e o apoio de Klabin e Mattos Filho, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
PROGRAMA
OSESP E GRUPO CORPO
OSESP
GRUPO CORPO
DANTE SANTIAGO ANZOLINI REGENTE
CAMARGO GUARNIERI Três danças
MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES Dança sinfônica
ALBERTO GINASTERA Pampeana nº 3, Op. 24: Impetuosamente
ALBERTO GINASTERA Estância, Op. 8
SERVIÇO
03 de maio, sexta-feira, às 20h30
04 de maio, sábado, às 16h30
05 de maio, domingo, às 18h00
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 150,00 (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.