Por Mainara Carvalho, médica veterinária da Furest Pet
Recentemente, demos as boas-vindas ao outono de 2024 com uma previsão do tempo marcada por pancadas de chuva e uma leve queda de temperatura, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). E, enquanto o verão deixa a cena para o “friozinho” protagonizar esta estação, é importante que os tutores de pets estejam preparados para redobrar os cuidados com os seus pets quando o termômetro cair mais um pouco nos próximos dias.
Sendo assim, gostaria de chamar a atenção para cinco orientações essenciais, neste período de frio, para os apaixonados por cães e gatos:
Muitos tutores acreditam que, assim como o nosso corpo, o metabolismo do pet pode acelerar, nos dias mais gelados, para manter a sua temperatura corporal. Com isso em mente, algumas pessoas preferem aumentar a quantidade de ração dos seus animais de estimação, supondo que a perda de energia possa aumentar a fome dos pets.
Porém, ao contrário do que se imagina, estações como outono e inverno no Brasil não são tão extremas quanto em outros países. Por isso, aumentar a ingestão calórica dos bichinhos, principalmente em dias mais frios, pode desencadear um desequilíbrio alimentar nos animais, provocando um quadro de sobrepeso e, até mesmo, a obesidade.
E, além de uma dieta equilibrada, fresca e rica em nutrientes, é fundamental prestar atenção na hidratação dos animais de estimação, recomendados a beber 50 milímetros de água para cada quilo corporal. Especialmente para os gatos, a dica é optar por petiscos úmidos para complementar a ingestão de água.
Se você deixa de passear com o seu cachorro pois o vê todo encolhido, debaixo dos cobertores, saiba que, mesmo no conforto de um dia mais ameno, é fundamental levá-lo para dar uma volta.
A exposição a temperaturas extremas, sejam altas ou baixas, pode causar um desconforto para os animais e, até mesmo, comprometer a sua saúde. Porém, em horários que tendem a ser um pouco mais quentes, é essencial levar os cachorros, pelo menos, para dar uma volta no quarteirão. Desde que não estejam expostos a ventos fortes e à umidade, os pets ficarão não apenas felizes com o passeio, como também completamente saudáveis.
Caso fique aquela dúvida se o horário é bom para caminhar, fica a dica: se você consegue ficar do lado de fora por alguns minutos, sem o agasalho, é seguro para levar o seu cão!
Falando em exposição a temperaturas extremas, ventos e umidade, uma das condições mais comuns que podem afetar qualquer animal é a hipotermia. No caso dos cães e gatos, que têm uma média de temperatura corporal entre 38°C e 39°C – independentemente do tamanho ou da raça – a hipotermia é considerada quando esse número cai para 35ºC ou, em casos mais graves, para 32ºC.
Essa condição pode provocar sintomas muito complexos e levar, até mesmo, a cirurgias, Por isso, é importante que o tutor fique alerta aos sinais mais comuns: tremores, letargia, pele fria, dificuldade para respirar, vontade atípica de ficar deitado no chão, entre outros. Caso suspeite que seu pet esteja com hipotermia, é fundamental levá-lo a um veterinário imediatamente.
Cães e gatos mais velhos ou com excesso de peso têm maior dificuldade em regular a temperatura corporal, o que pode torná-los mais vulneráveis ao frio. Nesses casos, é importante oferecer um ambiente aquecido e confortável para o animal, com caminhas e cobertores, além de optar por abrigos fechados.
Por falar em caminhas e cobertores, chegamos às orientações preferidas dos pets!
Enquanto muitos tutores recorrem a roupas e cobertores para proteger seus animais do frio, é preciso ter cuidado com o uso desses itens. Escolher roupas adequadas ao tamanho e à raça do pet garante que ele não sinta estresse ou restrição com as peças escolhidas. Caso contrário, as melhores maneiras de buscar outras formas de aquecimento são camas aquecidas, bolsas de água quente envoltas em tecido e aquecedores em temperatura ambiente.
O cuidado com os pets em dias frios vai além de apenas protegê-los do vento e da chuva. É necessário estar atento à hidratação, evitar passeios longos, observar sinais de hipotermia, proteger os animais idosos ou com sobrepeso e utilizar métodos alternativos para aquecê-los. Afinal, nossos companheiros de quatro patas merecem todo o cuidado e conforto durante o outono.