Correnteza é um fluxo de água que corre forte e contínuo. Como as vias da metrópole paulistana, suas ruas e avenidas largas. Como nossas veias (tão abertas quanto Eduardo Galeano profetizou).
Buscando essa síntese entre os fluxos contínuos natural e urbano, surge o projeto CORRENTEZA, da Cia VEDA, transformou o CEU Vila Alpina em rio, usando sua verticalidade para converter concreto em corrente líquida e artistas aéreos em seres que não param. Com isso, levanta-se a reflexão: quais fluxos nos levam sem que nem percebamos?
CORRENTEZA é um projeto de performance vertical híbrido, confluindo as linguagens da dança vertical – que por si só já é uma sobreposição da dança com a técnica do rapel – com o videomapping, a arquitetura urbana, a dramaturgia, a poesia e plasticidade de um espetáculo cênico. As coreografias são executadas fora do palco e fora do plano horizontal. A técnica vertical permite deslocar o palco do artista e, consequentemente, o ângulo do espectador, gerando estranhamento e fricção.
A arte vertical, apesar de ainda pouco conhecida, tem uma característica comum em praticamente todos os espetáculos brasileiros: normalmente os artistas posicionam-se na “estação” onde a coreografia acontece e a partir daí o espetáculo começa. A descida em si é tida como um momento de preparo, mero posicionamento. “Aqui a proposta é justamente o inverso: utilizar essa característica inerente da vertical, a descensão, como representação dos caminhos d’água. Esse é o mote da coreografia: descer, ininterruptamente”, fala Kiko Rieser que assina a criação, roteiro e direção de CORRENTEZA, que tem coreografia de Lauanda Varone e Paula Spinelli.
A baliza para a criação cênica do espetáculo é a dualidade entre o movimento contínuo e o desejo de parar. Apesar de uma força atuando para sessar a inércia cinética do movimento, nada é capaz de interrompe-lo. A descida impõe o fluxo que se configura para além da gravidade. Espasmos quebrando a cadência do movimento gerarão novos fluxos que se reconfiguram no decorrer da performance, recebendo um novo significado, mas mantendo a sequência de movimentação que em hipótese alguma para.
CORRENTEZA
Criação, roteiro e direção: Kiko Rieser
Coreografia: Lauanda Varone e Paula Spinelli
Bailarinos verticais: Gabriela Bagno, Lauanda Varone, Julia Foti, Paola Higa, Paula Spinelli e Rodolfo Ruscheinsky
Bailarinos stand-in: Lucas Asseituno e Marjorie Gerardi e Nayara Rocha
Direção de Imagem e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Gênero: performance vertical híbrido
Recomendação: Livre
Duração: 30 min
Transmissões: dias 16 a 27 de maio, às 20h, pelo link https://www.youtube.com/TeatroDeConteinerMungunza
Nos dias 19, 20 e 21 haverá bate-papo com a equipe após a exibição
FICHA TÉCNICA CORRENTEZA
Criação, roteiro e direção: Kiko Rieser
Coreografia: Lauanda Varone e Paula Spinelli
Bailarinos verticais: Gabriela Bagno, Lauanda Varone, Julia Foti, Paola Higa, Paula Spinelli e Rodolfo Ruscheinsky
Bailarinos stand-in: Lucas Asseituno e Marjorie Gerardi e Nayara Rocha
Direção de Imagem e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Figurino: Fabio Namatame e Cassio Pires
Iluminação: Rodrigo Palmieri e André Grynwask
Trilha sonora original: Mau Machado
Visagismo: Eliseu Cabral
Engenheiro de som: L. P. Daniel
Engenheiro de segurança: Robson Marcolino
Coordenador técnico: Rodrigo Palmieri
Técnico de segurança: Sergio De Souza (Boca)
Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Design gráfico: Letícia Andrade (Nós Comunicações)
Fotos: Priscila Prade
Direção de produção: Lauanda Varone e Kiko Rieser
Assistência de produção: Tatiana Veliz Lobos NÃO SABEMOS QUEM
Idealização e projeto: Kiko Rieser e Lauanda Varone