O Teatro Estadual de Araras, sob gestão da Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA) e vinculado à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, recebe, no dia 24 de maio de 2024, sexta-feira, 20h, o espetáculo Homens no Divã, com entrada gratuita.
Neste comédia, os dilemas masculinos são tratados no divã freudiano com muita ludicidade e interatividade com a plateia por três homens distintos, um bombeiro, um ginecologista e um executivo.
A sessão comemora os 10 anos do espetáculo, que tem texto de Miriam Palma. No elenco, estão Guilherme Chelucci, Fernando Billi e Darson Ribeiro, que também dirige a montagem.
Utilizando-se dos estereótipos masculinos para tratar falhas masculinas, é recheado de situações divertidas sobre o cotidiano dos homens. A cada teatro e/ou região, Darson atualiza a dramaturgia visando a sinergia com o público – um dos méritos da peça.
“Concebi uma direção ágil a partir das idiossincrasias masculinas para brincar com assuntos difíceis à primeira vista (e até hoje tabus), como traição, machismo, narcisismo, sexo – que, quando falados em público, constrangem – mas, libertam. E assim, meu objetivo é que o público absorva de cara tais assuntos que são raramente expostos, quase nunca discutidos, mas, que na peça são apresentados de forma lúdica e de fácil acesso”, afirma Darson.
Mesmo tendo cada um seu momento de divã com a psicanalista (de quem só se ouve a voz, e no caso, a inconfundível de Susana Vieira) o tête-à-tête freudiano acaba acontecendo entre os três e na antessala do consultório. Ora consciente, ora inconsciente, mas, muito espontâneo, as personagens vão desconstruindo condições e comportamentos ultrapassados, e por isso, agradam não só as mulheres, mas, os homens.”
O RECEIO DA PSICANÁLISE
A voz da temida Dra. Maczka foi pensada por Darson diante do ainda receio que se tem desse profissional, principalmente pelos homens. Analisado há muitos anos, o diretor teve e ainda tem exemplos e experiências de sobra para poder concatenar as teorias freudianas, intercalando-as com muita destreza. Assim, a psicanálise vem como alavanca das mudanças internas e externas na vida dos três, expondo falhas, vícios e patologias de três tipos masculinos que fazem com que o público os identifique com muita facilidade e consequentemente se envolvam e torçam pela “salvação” (elaboração, numa linguagem psi) dos três. Sempre tendo como ponto de partida e de chegada, as mulheres. Por esse motivo a escolha de uma voz marcante como a de Susana Vieira.
SINOPSE
Para não perderem seus homens amados, as respectivas mulheres Kelly, Tássia e Marjorie sugerem a terapia como última tentativa da relação. Assim, o bombeiro machista Renato Paes de Barros Seabra, que usa o sexo para suprimir seu complexo de inferioridade; o ginecologista Carlos Eduardo Carrara Travertino (nome de mármore) que se autoprojeta pelo alto grau de narcicismo; e o executivo Frederico Freitas Fernandes que se depara com a trágica traição da mulher – correm para buscar socorro no divã freudiano, e, sem querer e surpreendentemente vão dividindo agruras e se conhecendo durante o ano de análise. Três homens distintos com profissões também distintas – escolhidas por Darson diante do ‘fetiche feminino’: um executivo (Darson), um ginecologista e um bombeiro. (Billi e Chelucci), tornam-se grandes e fiéis amigos que, descobrem o valor do relacionamento.
AS PERSONAGENS
Darson Ribeiro é o executivo Frederico Freitas Fernandes, que enfrenta a traição da mulher depois de dezoito anos de casamento. Perturbado e deslocado, constata na terapia que vivia sob a manipulação da esposa Marjorie, mas, com as dicas e ensinamentos tanto do divã, quanto dos dois outros amigos analisandos, passa por uma mudança radical – externa, mas, principalmente interna, porque perdoa sua mulher.
Guilherme Chelucci é o bombeiro sedutor Renato Paes de Barros Seabra, bronco e ingenuamente machista, que vai para a terapia para enganar a pretendida Kelly, mas, além de aprimorar seu vocabulário, comportamento e atitude, constata que nem sempre “amor é amor e sexo é sexo”.
Fernando Billi é o gineco Carlos Eduardo Carrara Travertino, cujo alto grau de narcisismo já implícito no nome de mármore, o impede de perceber o mundo feminino à sua volta, principalmente da mulher que ama: Tássia. Expondo a superproteção da mãe e a fragilidade diante das mulheres, se depara com sentimentos e emoções jamais explorados.
A PRODUÇÃO
Muito bem elaborada e cuidada, o cenário enche os olhos. Persianas de madeira especialmente confecionadas pela Hunter Douglas/Casa Mineira, assim como um gigante tapete que sai do divã, inspirado por Darson na trompa de falópios – num vermelho elegante, assim como os figurinos que entre dezenas de trocas rapidíssimas impõem a caracterização certeira de cada um dos três, entre cores, formas e modelos.
O “divã” rompe a quarta parede por meio de mudanças de luz, objetos cênicos, criando diversas ambientações como academia, balada, sauna, apartamento e consultório, e a própria plateia numa cena emblemática dos três envolvendo o público.
Ficha Técnica
Título, Idealização e Direção geral: Darson Ribeiro
Texto: Miriam Palma (título original Desesperados)
COM Guilherme Chelucci, Fernando Billi e Darson Ribeiro
VOZ DA DRA. MACZKA: Susana Vieira
Voz da secretária: Cecilia Arienti
Cenografia, Trilha, Luz e Figurino: Darson Ribeiro
Assistência Geral: Bianca Arcanjo e Marco Alvarenga
Fotos: Moisés Pazianotto
Montagem de Palco e Operação de Luz e Som: Henrique Polli
REALIZAÇÃO DR PRODUÇÕES TEATRO-D
Serviço:
Homens no Divã
Data: 24 de maio de 2024, sexta-feira, 20h
Ingressos: Gratuito
Duração: 100 minutos
Classificação: 12 anos
Local: Teatro Maestro Francisco Paulo Russo – Endereço: Av. Dona Renata, 401 – Vila Pastorello, Araras – SP