O aumento do uso de cigarros eletrônicos trouxe à tona um perigo muitas vezes esquecido: o risco que representam para nossos amigos de quatro patas. Os animais de estimação, curiosos por natureza, podem se ver tentados a se aproximar desses dispositivos e, se o fizerem, os resultados podem ser graves.
De acordo com Juliana Dhein, médica-veterinária e gerente Técnica do Grupo Hospitalar Pet Support, “o principal risco dos cigarros eletrônicos para os animais está na ingestão de líquido, cartucho ou caneta. Se um animal de companhia ingerir, os sinais de envenenamento por nicotina e ou propilenoglicol podem ocorrer rapidamente devido à rápida absorção no trato gastrointestinal”. Ainda conforme ela, “os sinais podem incluir vômitos, salivação, diarréia, agitação, respiração rápida, frequência cardíaca alta ou baixa, ritmo cardíaco anormal, tremores, fraqueza e oscilação muscular, pressão arterial alta ou baixa, depressão respiratória e convulsões. Coma, cianose (gengivas azuis) e até morte são possíveis com exposições a altas doses”.
Juliana também explica que o envenenamento requer tratamento imediato em uma clínica veterinária. Cuidados domiciliares não são aconselhados, mesmo com exposição a pequenas doses. O tratamento geralmente inclui monitoramento rigoroso e tratamento de anormalidades cardíacas e neurológicas, além de tratamento de suporte para os sintomas apresentados.
Ainda é importante ressaltar, que, embora o maior risco esteja associado à ingestão, a exposição à fumaça pode causar problemas respiratórios uma vez que, neste caso, os pets se tornam fumantes passivos.
Para manter os animais de estimação seguros, é fundamental manter os cigarros eletrônicos e seus componentes fora do alcance deles. Se suspeitar que seu animal ingeriu algum componente de um cigarro eletrônico, procure imediatamente orientação veterinária.