O diagnóstico de câncer no pet é sempre uma situação desafiadora, que causa angústia e preocupação aos tutores. A identificação precoce e o tratamento adequado são estratégias fundamentais no controle da doença.
O conhecimento é outro aliado indispensável nesse cenário. Compreender como as neoplasias agem no organismo do pet e quais são os cuidados essenciais durante o tratamento são ferramentas que auxiliam a aumentar significativamente a qualidade e a expectativa de vida de cães e gatos.
Mas, antes de tudo o que é um câncer? O câncer em pets, assim como nos seres humanos, é uma condição caracterizada pelo crescimento descontrolado de células anormais no corpo. Esse crescimento pode resultar na formação de tumores, que são massas de células, e, em alguns casos, na invasão de tecidos e órgãos adjacentes. A doença pode ser causada por diversos fatores, incluindo predisposição genética, infecções virais, radiação e inflamação crônica.
“As células cancerígenas apresentam características específicas que as diferenciam das células normais. Elas se dividem sem os mecanismos normais de controle, ignorando os sinais que geralmente regulam o ciclo celular. Além disso, evitam a morte celular programada (apoptose), o que significa que, ao contrário das células normais que se destroem quando estão danificadas ou não são mais necessárias, as células cancerígenas frequentemente escapam desse processo. Outra característica importante é a capacidade de invasão e metástase, em que as células cancerígenas podem invadir tecidos vizinhos e se espalhar para outras partes do corpo através da corrente sanguínea ou do sistema linfático, formando novos tumores em locais distantes”, explica Pamela Pioli Meneghesso, médica veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal,
O manejo cuidadoso e consciente durante o tratamento oncológico é fundamental para maximizar a eficácia das terapias e garantir o bem-estar do animal. “É fundamental que os tutores estejam bem-informados sobre os cuidados necessários para garantir que seus pets recebam o suporte adequado durante esse período desafiador”
Abaixo, a profissional apresenta cuidados essenciais a serem considerados:
Acompanhamento veterinário regular: A primeira e mais importante medida a ser tomada é garantir um acompanhamento veterinário regular. O tratamento oncológico pode incluir quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, e cada uma dessas opções exige monitoramento constante para avaliar a resposta ao tratamento e ajustar as doses conforme necessário. Consultas periódicas permitem ao médico veterinário identificar rapidamente quaisquer efeitos colaterais ou complicações.
Cuidados pós-cirúrgicos: O tratamento nas neoplasias, muitas vezes, inicia-se pela realização de cirurgia para a retirada do tumor. Neste caso é preciso seguir as instruções do médico veterinário para realizar o manejo da ferida cirúrgica com curativo e higienização diários. O uso de curativo pós-cirúrgico desenvolvido para pets também é indicado por proporcionar rapidez, eficiência e segurança no processo de cicatrização, além de proteger a ferida. No mercado é possível encontrar uma tecnologia com maior absorção de exsudatos (secreções) que auxilia a prevenir infecções, produzida com fibras de celulose virgem natural, sem adição de produtos químicos e géis absorventes, além de contar com uma barreira além de contar com uma barreira chamada Spunbond-meltblown-spunbond que além de ser hidrofóbica impede que patógenos entrem em contato com o ferimento.
Alimentação Adequada: A nutrição desempenha um papel importante na manutenção da saúde global do pet durante o tratamento. Uma dieta equilibrada e adaptada às necessidades do animal pode fortalecer o sistema imunológico e ajudar na recuperação. Muitas vezes, os pets em tratamento podem apresentar perda de apetite ou náuseas. Por isso, é importante consultar o profissional responsável pelo tratamento sobre a melhor dieta, que pode incluir alimentos específicos ou suplementos,. Existem também rações formuladas especialmente para animais com câncer.
Suplementação para auxiliar na imunidade: Os animais em tratamento oncológico frequentemente enfrentam um comprometimento do sistema imunológico, tornando a suplementação uma estratégia importante para auxiliar a fortalecer a imunidade e melhorar a resistência do cão ou gato. As betaglucanas, por exemplo, desempenham um papel importante na modulação do sistema imunológico, ajudando a fortalecer as defesas naturais do organismo. Além de promoverem uma resposta imune mais eficaz, as betaglucanas podem auxiliar no combate aos efeitos colaterais associados ao tratamento do câncer, como a fadiga e a inflamação, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos animais durante o processo terapêutico. Outra opção são os ácidos graxos ômega-3, que possuem propriedades anti-inflamatórias que podem contribuir com o tratamento. Por fim, a inclusão de simbióticos na dieta pode beneficiar a saúde intestinal, especialmente em pets que estão tomando antibióticos ou que apresentam o sistema imunológico enfraquecido, ajudando a equilibrar a microbiota intestinal e, assim, favorecer a recuperação.
Hidratação: Manter o pet bem hidratado é indispensável, pois a desidratação pode causar complicações adicionais. É importante fornecer água fresca e limpa constantemente. Caso o pet tenha dificuldade em beber, considere oferecer água em diferentes recipientes, adicioná-la a ração ou fornecer alimentação úmida.
Controle do ambiente: Animais em tratamento podem ficar mais sensíveis ao estresse, por isso é importante criar um espaço seguro e relaxante. Oferecer uma cama macia em um local tranquilo e confortável para descansar e garantir que ele tenha acesso a seus brinquedos favoritos pode ajudar a reduzir a ansiedade e promover o bem-estar.
Exercícios físicos: Embora o pet possa não ter a mesma energia de antes, a prática de exercícios leves é importante. Caminhadas curtas e brincadeiras suaves ajudam a manter a mobilidade e podem melhorar o humor do animal. No entanto, é fundamental respeitar os limites do pet e não forçá-lo a se exercitar mais do que ele pode suportar.
Atenção aos efeitos colaterais: Os tratamentos oncológicos podem causar efeitos colaterais como vômitos, diarreia, queda de pelos e letargia. É fundamental observar o pet e relatar qualquer mudança ao médico veterinário. Dependendo da gravidade dos efeitos, o profissional pode ajustar a medicação ou sugerir tratamentos adicionais para aliviar os sintomas.
Suporte Emocional: O suporte emocional é essencial durante o tratamento de um pet com câncer. Dedicar atenção e carinho é uma das maneiras mais importantes de oferecer conforto ao animal. O tutor pode passar um tempo de qualidade com o pet, oferecendo abraços e momentos de interação, isso ajuda a fortalecer o vínculo entre eles e proporciona mais segurança ao animal. Atividades calmantes, como tocar músicas suaves, praticar técnicas de relaxamento e fazer massagens, também podem ajudar a acalmar o pet, promovendo bem-estar e reforçando o laço emocional entre vocês.
“Estar bem-informado sobre o câncer em pets e seus tratamentos é essencial, pois o conhecimento pode ajudar o tutor a entender melhor o que esperar durante o tratamento. Cuidar de um cão ou gato com uma neoplasia é desafio emocional e físico, mas com atenção, amor e os cuidados adequados, os tutores podem proporcionar um ambiente que ajude o animal a enfrentar esse período difícil com dignidade e conforto”, afirma Pamela.
Com um acompanhamento veterinário rigoroso, uma dieta equilibrada, conforto e suporte emocional, é possível enfrentar esse desafio com esperança e compaixão. Lembre-se de que cada animal é único, e as necessidades podem variar, portanto, a comunicação com o veterinário e a adaptação às circunstâncias são essenciais para o sucesso do tratamento.