Cerca de 5,3 milhões de passageiros usaram os ônibus municipais para se deslocar todos os dias pela cidade de São Paulo em 2020. No ano anterior, sem o coronavírus, esse número era ainda maior. Outros modais também servem diariamente os paulistanos que não puderam ficar em casa – mesmo durante a pandemia, como trens e metrô.
A maior exposição das mulheres nas ruas durante a pandemia pode ter piorado o quadro de assédio no transporte público. É o que aponta a pesquisa “Viver em São Paulo – Mulher”, feita desde 2016 pela Rede Nossa São Paulo e realizada a cada dois anos. De acordo com o levantamento, houve aumento de 18 pontos percentuais, em comparação a 2018, no número de mulheres que dizem ter sofrido assédio dentro do transporte coletivo em 2020 – em 2018, 25% das entrevistadas disseram ter sofrido assédio. Em 2020, o número subiu para 43%. A pesquisa também destaca que a maior incidência de assédio acontece nos horários de pico, das 7h às 10h, e das 17h às 20h, quando os coletivos estão cheios.
Para fortalecer a luta contra o assédio e ajudar a mudar esse cenário, a Quicko, startup brasileira de mobilidade urbana, acaba de lançar, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, uma nova funcionalidade no aplicativo: o “ Aviso de Assédio”. Com a ferramenta, usuários do Quicko App – vítimas ou testemunhas – podem reportar casos de assédio no transporte, na rua ou até em estações ou pontos de ônibus. O novo aviso se junta a outros reportes que podem ser feitos na plataforma, como aviso de lotação, atrasos, desatualização, má conservação, entre outros.
A nova funcionalidade do app está disponível para Android, por enquanto, e será lançada para iOS em breve. Ela mostra o passo a passo de como fazer uma denúncia e entrar em contato com as autoridades. As opções vão desde localizar os pontos de apoio à mulher nas estações de trem e metrô de São Paulo ou ligar diretamente para o número 156, da Prefeitura de São Paulo, onde há uma equipe da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania devidamente treinada para acolher denúncias de assédio. Contudo, caso a denunciante se sinta mais segura, pode reportar o ocorrido diretamente pela plataforma, sem a necessidade de utilizar o telefone.
O Quicko App ainda mantém o apoio à pessoa que fez a denúncia, enviado pop-ups diretamente no app, reforçando a necessidade de alertar as autoridades e passando mais canais para informações. Além disso, todos os dados registrados na plataforma da Quicko serão disponibilizados à Secretaria, para ajudar na definição de políticas públicas e campanhas de combate ao assédio em toda a cidade.
Para Carolina Badaró, COO da Quicko, a ferramenta é extremamente importante para prevenir abusos dentro do transporte público. “Trazemos mais uma ferramenta importante para a cidade. A Quicko quer criar uma mobilidade para pessoas, independentemente do transporte. E não há mobilidade sem liberdade de locomoção. As mulheres sentem medo na rua e são maioria no transporte e transitando pela cidade. O ‘Aviso de Assédio’ é mais uma forma de apoiarmos as mulheres”, explica.
“Nossa cidade possui uma ampla rede de apoio às mulheres vítimas de violência, que atende diariamente vítimas de assédio e de abusos diversos. Estamos sempre trabalhando para amplificar a mensagem de que as mulheres devem sim denunciar e sempre buscar ajuda. Vejo com muito bons olhos essa iniciativa que deve alcançar ainda mais mulheres que podem estar em situações de abuso”, diz a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto.
No link, passo a passo como utilizar o “Aviso de Assédio” do Quicko App. O Quicko App está disponível gratuitamente para Android.