O movimento vegano vem ganhando cada vez mais adeptos, motivados por questões éticas, ambientais ou de saúde. Em um contexto onde a busca pelo estilo de vida saudável e sustentável está em alta, expandir o menu com pratos sem ingredientes de origem animal pode ser o diferencial que um negócio gastronômico precisa.
Para Marcelo Politi, especialista em negócios gastronômicos, o primeiro passo é entender a demanda deste mercado, já que o veganismo vem crescendo globalmente. No Brasil, estima-se que cerca de 14% da população já se declara vegana ou vegetariana, e esse número segue em expansão. “Este movimento não é apenas uma moda passageira, mas uma transformação significativa nos hábitos alimentares”, explica Politi, que listou algumas dicas para ajudar nesta tarefa.
A qualidade e o frescor são fundamentais para criar pratos veganos. Uma dica é estabelecer parcerias com agricultores locais, que podem fornecer uma variedade de produtos frescos como vegetais, frutas e grãos, que são essenciais para destacar o sabor dos pratos.
Legumes como abóbora, cenoura e batata-doce são versáteis e adicionam cor. Os grãos integrais como arroz integral, quinoa e cevada fornecem textura e são ricos em nutrientes. Já as leguminosas como grão-de-bico, lentilhas e feijões são ótimas fontes de proteína. As frutas, tanto secas quanto frescas, dão um toque especial. Damascos e frutas vermelhas são boas opções. Já as sementes e nozes como chia, linhaça e amêndoas, adicionam crocância e nutrientes essenciais.
Marinar legumes é uma estratégia essencial, pois permite que absorvam aromas complexos. Ao misturar azeite, limão, e ervas frescas, cria-se uma marinada que permeia vegetais de maneira profunda, acentuando suas características naturais.
Por outro lado, cozinhar a vapor retém o frescor e a crocância dos alimentos, além de preservar seus nutrientes, sendo uma ótima técnica para preparar vegetais como brócolis e cenouras, destacando cores vibrantes e texturas agradáveis. Já grelhar adiciona um sabor defumado irresistível aos vegetais, como pimentões e berinjelas, conferindo-lhes um toque gourmet.
Temperos e molhos também são fundamentais para enriquecer pratos veganos. Ervas frescas como manjericão e coentro adicionam camadas de sabor, enquanto especiarias como cominho e páprica trazem um toque exótico. Para molhos, experimente misturar tahine com limão e alho para acompanhar saladas ou grelhados. A simplicidade desses ingredientes ressalta a pureza dos sabores, criando uma experiência sensorial única.
Comece agrupando os pratos por categorias claras, como entradas, pratos principais e sobremesas. Utilize uma linguagem rica e envolvente para destacar os ingredientes frescos e técnicas culinárias utilizadas, criando uma expectativa positiva. Substitua descrições genéricas por expressões que evoquem sabor e qualidade. Por exemplo, em vez de “Salada de Quinoa”, descreva como “Salada de Quinoa Nutritiva com Abacate Cremoso e Vinagrete de Limão”.
Considere cores suaves e fontes elegantes que se harmonizem com a temática do restaurante. Inclua ícones sutis para indicar opções sem glúten ou com alto teor proteico, facilitando a escolha rápida por parte dos clientes. Além disso, inclua informações como calorias e proteínas de modo discreto, mas visível.
Segundo Politi, incluir opções veganas atrai uma clientela diversificada que busca alimentação saudável e sustentável. Além disso, um menu diversificado pode reduzir custos com ingredientes e aumentar a lucratividade. “É uma estratégia que promove a inovação e diferenciação em um mercado competitivo”, conclui.