A imposição de restrições de mobilidade e estabelecimento de distanciamento social durante a pandemia causou esvaziamento dos escritórios e espaços comerciais em todo o País. A venda e a locação desse tipo de imóvel despencaram em 2020 e, apesar de apresentarem melhora neste ano, ainda foram insuficientes para alcançar os níveis pré-pandêmicos. Para o ano que está chegando, a tendência é de valorização dos imóveis residenciais, mostrando que o caminho do investidor tem um rumo estabelecido.
Ainda que o trabalho presencial esteja sendo gradativamente retomado, os números de venda e locação de espaços comerciais registraram forte queda em 2021, refletindo a queda no investimento nesse tipo de imóvel. Segundo dados da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo, o aumento real no número de imóveis comerciais vagos dobrou durante a pandemia, frente ao cenário anterior – a vacância atingiu 38% em relação os imóveis disponíveis. Diante de um cenário econômico de incertezas, o preço do aluguel comercial chegou a atingir, no começo deste ano, o menor patamar da série histórica do índice Fipezap, refletindo a dificuldade dos inquilinos em continuar mantendo o contrato.
Os últimos dados do levantamento mostram que os níveis de reajustes nos contratos de locação comercial permanecem abaixo da inflação, enquanto os preços de venda praticamente não se alteraram, o que significa, por um lado, que há um grande esforço dos proprietários em manter os contratos atuais e, por outro, uma tendência de estagnação na comercialização dos espaços. Por outro lado, o cenário de locação de imóveis residenciais foi de alta acumulada de 5,27% em 12 meses, valorização que também se observa na projeção de vendas. A percepção do público quanto ao preço de venda de imóveis para morar é de alta nos preços, sendo que 74% consideram que os preços já estão muito altos, e 42% prevê mais aumento para 2022. Mesmo assim, ainda segundo a última pesquisa Fipezap, divulgada no fim de novembro, 43% dos entrevistados têm intenção de comprar a casa própria.
“A prática do home office trouxe uma nova percepção aos trabalhadores, de que a própria residência precisa estar adaptada para receber atividades profissionais em ambientes preparados. Nesse sentido, a busca por espaços funcionais, sem desprezar o conforto e a comodidade, é uma tendência que deve permanecer em alta. A localização também tem sido repensada, sendo favorecidos os empreendimentos que estejam mais próximos dos centros comerciais e principais locais de trabalho, tudo para que os profissionais tenham que se deslocar o mínimo possível”, analisa Carlos Massini, presidente da cooperativa Habitacional CICOM.
Os números da Pesquisa da imobiliária digital Quinto Andar reforçam essa visão já que 73% dos brasileiros entrevistados veem seus lares de forma diferente por conta da pandemia e que 31,8% das pessoas sentem necessidade de ter um escritório em casa.
O que os demais índices econômicos também têm mostrado, contudo, é o encarecimento da principal forma de pagamento de imóveis no País. Com as frequentes altas na taxa básica de juros, o financiamento habitacional tem encarecido, levando o consumidor a buscar opções para adquirir o imóvel próprio pagando mais barato. O cooperativismo habitacional entra como alternativa viável a quem não tem renda suficiente para bancar as altas parcelas de um crédito imobiliário – já que o pagamento direto nas cooperativas faz com que os preços sejam menores.
“O momento de investir no imóvel próprio é agora. Com a Selic cada vez mais alta, pagar por anos um financiamento caro é impossível para uma família de renda média ou baixa. Isso comprometeria toda a sua capacidade de pagamento, impedindo o custeio de outros gastos fundamentais, como alimentação e deslocamento. O cooperativismo habitacional oferece imóveis sob preços justos, com condições de pagamento que levam em consideração esse perfil de consumidor”, explica o presidente da CICOM.
A segurança do processo é uma das maiores preocupações da CICOM, afirma Massini: “A experiência da cooperativa oferece a tranquilidade que os cooperados precisam para ter a garantia de que o empreendimento respeite todas as normas e exigências legais de construção, bem como que possua administração financeira adequada para condução da empreitada”. Aliado a isso, a implantação de procedimentos digitais para a formalização dos negócios tem garantido segurança nas transações, que vão desde a análise de crédito até a assinatura dos documentos, o que desburocratiza etapas e reduz o tempo de negociação.