Por Jeferson D’Addario*
Com o início de mais um ano, é importante que as organizações estejam preparadas para as tendências que chegam ou crescem para o ano vindouro. O Gartner prevê um aumento de 8% em investimentos mundiais em tecnologias para 2024. Alinhar as expectativas e planejar é fundamental para garantir que a organização esteja pronta para enfrentar estes desafios.
De acordo com o WEF (World Economic Forum), que ocorre anualmente em Davos, na Suíça, cerca de 1,1 bilhão de empregos serão radicalmente transformados pela tecnologia na próxima década. Mais de 25 milhões de dispositivos estarão conectados à internet até 2025, segundo o relatório Future Series: Cybersecurity, emerging technology and systemic risk de 2020 também do WEF.
Sendo assim, a capacitação e educação contínua passa a ser uma prioridade para pessoas e organizações. Ambas com o receio de “ficarem para trás” ou de perder a oportunidade que se abre a partir de 2024.
Tecnologias em progresso
A integração de novas tecnologias moldará o panorama de TI e de negócios nos próximos anos. A evolução da inteligência artificial (IA), da automação (IoT), da computação em nuvem, vem proporcionando uma melhora na eficiência operacional, na colaboração e na diminuição de custos nunca vista antes. Portanto, é evidente que as organizações que compreenderem, aprenderem e definirem o melhor uso para seus negócios de forma estratégica irão se beneficiar mais rapidamente.
De acordo com o Gartner em 2023, mais de 80% das empresas utilizarão modelos ou interfaces de programação de aplicações de inteligência artificial generativa (GenAI) em ambientes de produção até 2026. Além disso, até 2027 mais de 70% das empresas usarão plataformas de nuvem da indústria (ICPs) para acelerar suas iniciativas de negócios. Essa tendência só indica o quanto as novas tecnologias estão progredindo rapidamente.
Foco em cibersegurança
Com as ameaças digitais se tornando mais sofisticadas, a cibersegurança precisará ser tratada com prioridade pelas organizações. Para combater ciberameaças, é imprescindível ter ferramentas atualizadas, profissionais capacitados adequadamente, processos e a gestão bem definidas e implementadas, a fim de estabelecer uma melhor cultura de segurança em toda a organização. A segurança é responsabilidade de todos e não somente da área de tecnologia. A gestão da segurança da informação, começa com o CEO, é pervasiva aos processos de negócios e apenas alguns dos controles tecnológicos ficam sob a responsabilidade de tecnologia.
De acordo com a pesquisa “Global Cybersecurity Outlook 2023” do WEF, 43% das lideranças empresariais acreditam que os riscos cibernéticos poderão impactar seus negócios, e apenas 27% dos líderes de negócios acreditam que são “ciberresilientes”, ou seja, que estão preparados para lidar com ataques de cibercriminosos. Isto se dá, por falta de planejamento em cibersegurança, confiança cega em tecnologias e a falta de gestão adequada dos recursos de ciber. Estar preparado para detectar e responder a incidentes é a primeira parte de uma preparação, ter planos de continuidade de negócios e gerenciamento de crises é a segunda, muitas vezes negligenciada pelas lideranças das empresas.
Vale ressaltar que um eventual vazamento de dados em um ciberataque pode acarretar diversas consequências negativas para a organização, desde danos à reputação até prejuízos financeiros. Portanto, um olhar atento a esse tema pode possibilitar ações preditivas e de gerenciamento de riscos.
Gerir riscos e planejar a continuidade dos negócios
Uma forma de se preparar para interrupções inesperadas como desastres naturais, ciberataques, entre outras incertezas que permeiam os negócios, é mapear as situações que podem prejudicar as operações da empresa.
A norma internacional ISO 31000 auxilia nesse processo de identificação, avaliação e gerenciamento dos possíveis riscos empresariais. Saber identificá-los é importante para criar recursos e garantir a continuidade da empresa. Um gerenciamento de riscos eficaz e estratégico de negócios não foca somente em tecnologias, mas em todas as ameaças internas e externas que podem afetar um negócio. Afinal, do que adianta ter tecnologias para proteção cibernética e não gerir a segurança da informação no dia a dia das pessoas, na operação dos processos partindo de seus novos escritórios, suas casas e ao meio de suas famílias.
Segundo um levantamento da KPMG, 73% das empresas não têm um nível adequado de Plano de Continuidade de Negócios (PCN), e apenas 27% possuem um plano estruturado e completo. Com um PCN bem estruturado, é possível elaborar condições para a sobrevivência da organização, minimizando os impactos e garantindo uma resiliência robusta.
O ano de 2024 se apresenta como um período repleto de oportunidades e desafios, especialmente para aqueles que se mantêm alertas e prontos para navegar pelas constantes mudanças desse cenário dinâmico. É fundamental destacar doze aspectos cruciais que devem ser integrados no planejamento de cibersegurança e gestão de riscos: