Apesar de ser uma ilha pequena, Curaçao tem algumas particularidades inseridas em sua cultura e costumes e alguns deles são mais perceptíveis e preparados na época do Natal. Aqui são listadas sete tradições natalinas para compreensão desta época na ilha caribenha:
Festas Pagara: uma das tradições organizadas na ilha mais famosas durante as férias. Entre 26 e 31 de dezembro, há muitas festas ‘Pagara’, ou seja, shows com fogos de artifício. Muitas ruas são fechadas para que as pessoas assistam o show e o céu iluminado pelos diversos fogos artificiais. Uma ‘pagara’ é uma longa sequência de fogos de artifício unidos que faz um barulho. Frequentemente, são empresas, incluindo bares e restaurantes, que organizam essas festas. A mais famosa é a montada em 31 de dezembro no histórico bairro de Pietermaai, onde locais e turistas reúnem-se para apreciar os fogos.
Purificação de casas com incenso: Curaçao tem uma estreita ligação com a natureza, que é fonte de alimento e ferramentas para sobrevivência. Na época das festas de ano novo, os locais limpam suas casas e a purificam com incenso. Pouco antes da meia noite de 31 de dezembro, existe a tradição de que as pessoas devem passar um incenso aceso em seus lares. Uma atividade liderada pela fitoterapeuta Dinah Veeris durante a celebração do Ano Novo na praça Brionplein. Os locais acreditam que certas ervas têm uma maneira de trazer sorte, amor e prosperidade. Muitos dizem adeus ao antigo e olá ao novo, que deve ser repetido em casa.
Nochebuena: “ Nochebuena” significa “boa noite” em espanhol e refere-se à noite da véspera de Natal, celebrada anualmente em 24 de dezembro (nascimento de Jesus). Muitas famílias curaçolenhas organizam reuniões e encontros para apreciam as decorações das casas, jantar e trocar presentes. Além disso, muitas também pessoas celebram a véspera de Natal participando de uma festa que começa às 23h59 (quase meia-noite, já dia 25/12) e vai até o nascer do sol! Uma tradição muito comum na ilha.
Preparo da Ayaka: “Hallaca” é um prato latinoamericano e que tem vários nomes do México à Argentina. Muitas pessoas acreditam que a hallaca viajou da Venezuela para as Antilhas holandesas e ganhou o nome “Ayaka”. Em Curaçao surgiu com os escravos que a preparavam com as sobras das refeições dos proprietários de terras e na véspera de Natal. O recheio da ayaka é feito à base de carne de porco/frango, alcaparras, passas, castanhas de caju, pimentão, cebolas em conserva, ameixas e azeitonas. A massa é preparada com farinha de fubá amarelo. Tudo pronto e empacotado, é embrulhado em folhas de bananeira, amarrado com cordas e fervido para ser degustado na ceia natalina.
“Oliebollen”, iguaria tradicional holandesa: Oliebollen com tradução para o português seriam “bolas de óleo” e, também, conhecidas como donuts holandeses. São uma espécie de pão fofo frito recheado ou não com passas em forma de bolinhas. Estas bolinhas fritas são feitas de ingredientes simples de farinha, ovos, maçã, leite e fermento. Normalmente são apreciadas quente com um pouco de açúcar de confeiteiro por cima e consumidas no inverno. Apesar de ser calor o ano inteiro em Curaçao, o morador local tem o costume de preparar a oliebollen nas ceias de fim de ano.
Encontro na Praça Brion: Por muitos anos, muitos moradores reuniram-se na famosa praça Brion, em Otrobanda, para aguardar a véspera de Ano Novo. Isso virou tradição e hoje existe uma atmosfera muito calorosa em que os locais se encontram para dar boas-vindas ao Ano Novo. As bandas típicas costumam tocar, as pessoas trazem lanches e bebidas e arrumam suas mesas e cadeiras para apreciar a vista da ponte flutuante até a virada de ano à meia noite com suas garrafas de champanhe e desejo de votos coletivos de Bon Aña / Felis Aña Nobo / Feliz Ano Novo.
Tambú & Aguinaldo: a ilha tem dois ritmos musicais muito particulares e ambos são muito tocados e apresentados durante a temporada de férias (por volta do Natal e Ano Novo) e, às vezes, em ocasião folclórica. O tambú, de origem africana e da época da escravidão, é tocado com o uso de um tambor (tambú) e uma enxada (chapi) enquanto se canta a letra em papiamentu. Sempre é acompanhado por uma dança sensual entre um homem e uma mulher. Já o “aguinaldo”, outro gênero musical natalino, surgiu com a cultura latinoamericana, ganhando uma vertente curaçolenha. É tocado por um grupo, os “parranderos”, que utiliza violão, maracas, pandeiro etc. Atualmente, complementa o aguinaldo uma apresentação dançante com um grupo de meninas. Os grupos de ‘parranderos’ e ‘tambú’ tornaram-se bem organizados e apresentam-se em diferentes atividades e bares para levar às pessoas o espírito natalino.