O gin tem conquistado os brasileiros nos últimos anos, tanto que, de acordo com a consultoria Nielsen Scantrack, o país teve crescimento de 87,3% em valor de vendas no varejo no ano de 2020, no comparativo com 2019.
Muitos nem imaginam, mas a história do Gin começou na Holanda em meados do século XVII, pelo médico e professor Francisco de la Boie. Boie decidiu misturar zimbro ao destilado com o objetivo de criar um remédio para amenizar problemas renais. Porém, a receita acabou sendo utilizada para outros fins, e, por ser saborosa e barata, caiu no gosto dos soldados ingleses que lutaram na Guerra dos 30 anos (1618-1648), e também conquistou os operários ingleses no século 17.
“O nome gin foi criado da junção de variantes do nome de zimbro, que em holandês é genever, em francês é genievre e em italiano é ginepro. Atualmente, a região da Toscana, na Itália, é a principal produtora de zimbro”, explica a bartender parceira da Kalvelage, Wakana Morishita. O gin possui diferentes estilos como o London Dry, que é o mais popular e conta com o sabor forte de pinho de zimbro além de ser redestilado uma vez só; o Dry Gin, que passa por outras formas de infusão e destilação, e o sloe gin, um licor vermelho britânico feito com gin e abrunhos. Abrunhos são frutos de prunus spinosa, um parente da ameixa.
“O gin fez bastante sucesso nos anos 80, porém, entre as décadas de 90 e 2000, as bebidas prontas viraram febre, e fez com que o destilado fosse deixado de lado”, diz Wakana. Em 2007, alguns renomados chefs de cozinha europeus se refrescavam com uma taça de gin tônica com gelo após uma longa jornada de trabalho nas cozinhas quentes de seus respectivos restaurantes. Alguns deles acabaram produzindo novas receitas de drinks, trazendo de volta a bebida para o universo dos coquetéis em alta.
Mesmo sendo considerado um destilado clássico, é possível criar novas versões de receitas já consolidadas. Os botânicos destilados são os responsáveis por deixar o gin com um aroma diferenciado. Eles são extratos vegetais que podem ser bagas de zimbros, frutas, sementes e condimentos. O zimbro é o botânico principal para a composição do gin, regido por lei inclusive. É o sabor que classifica a essência do destilado.
“Nós brasileiros temos uma vantagem que são os ingredientes naturais do nosso país, que podem ser utilizados na elaboração de um drink e que fazem toda a diferença no sabor do gin”, pontua Wakana. Na hora de preparar o coquetel, é importante usar uma taça própria de gin, pois o material da taça acaba influenciando na temperatura da bebida, ou seja, o vidro mantém o frescor do drink e não passa o calor das mãos para a bebida. É preciso ficar atento também com a qualidade do gelo, ou seja, não colocar um gelo muito derretido e priorizar aqueles de tamanho grande para ele não deixar a bebida ficar aguada.
Para quem quer aprender algumas receitas de drinks, Wakana explica o passo a passo de coquetéis que levam gin na composição, confira:
Gin Fizz com hortelã
Ingredientes
60 ml de gin;
20 ml de suco de limão;
1 colher (sopa) de açúcar;
2 ramos de hortelã;
Cubos de gelo;
Club Soda para completar
Modo de preparo
Bata em uma coqueteleira o gin, o suco de limão e o açúcar. Depois coloque em um copo com cubos de gelo e complete com o club soda. Coloque os ramos de hortelã no topo e uma rodela de limão na borda do copo.
Dry Martini
Ingredientes
100 ml de gin;
1 lance de vermute dry;
1 azeitona
Modo de preparo
Coloque o gin e o vermute em um copo misturador com gelo. Mexa com uma colher bailarina em círculos até a bebida ficar bem gelada. Depois, coloque a mistura em um copo em V e decore com uma azeitona.
French 75
Ingredientes
45 ml de London Dry Gin;
1 colher de açúcar ou 5ml de xarope de açúcar;
75ml de champagne brut;
15 ml de suco fresco de limão siciliano
Modo de preparo
Coloque em uma coqueteleira todos os ingredientes com gelo, exceto o espumante. Bata e depois passe por um coador de bar e coloque a mistura em uma taça. Complete com o champagne.