A Casa do Jasmin Arte – braço cultural do espaço de eventos dirigido por Sofia Carvalhosa nos Jardins, em São Paulo – apresenta sua a primeira mostra coletiva de arte contemporânea, “Expandindo Limites”, de 25 de setembro a 23 de outubro de 2021, com visitação gratuita.
A curadoria é de Lilian Bado, mestre em Teoria de Arte Contemporânea pela Goldsmiths de Londres e diretora d’A Outra Feira de Arte Contemporânea. “Expandir limites é o que o artista faz a cada vez que produz uma nova obra. Quando junta cores naquele formato específico de tela, mistura listras com blocos sobrepostos, faz uma intervenção no espaço público ou acrescenta à paisagem objetos que nunca estiveram ali, ele está expandindo os limites daquilo que já era conhecido, do que já foi sentido, entendido ou tocado pela razão e pela emoção”, afirma a curadora.
Ela convidou 15 artistas de diferentes gerações, com idades que vão de 20 aos 70 anos e que se encontram em momentos distintos de suas carreiras. “Pensei em artistas que gostam de colocar a mão na massa e que têm obras fortes o suficiente para ‘andarem com as próprias pernas’ e que, mesmo em um grupo tão diversificado, marcam presença. São 15 personalidades bem variadas e eu aposto nessa diferença para que o visitante se identifique com o que será apresentado”, diz Bado.
A mostra reúne cerca de 130 obras bidimensionais, entre pinturas, gravuras e desenhos dos seguintes artistas:
Adolfo Caboclo – São Paulo, 1986. Vive e trabalha em São Paulo. Inspirado no muralismo mexicano, que tem em Diego Rivera a maior referência, seu trabalho explora técnicas mistas, como pintura, instalação e objetos. Artista residente no Ateliê da Rua Nilo, especialista em arte pela PUC-SP e mestrando da Universidade de Coimbra. Em 2019, fez uma exposição com obras em homenagem a Eduardo Suplicy e Marielle Franco.
Alex Flemming – São Paulo, 1954. Vive e trabalha em Berlim desde 1995. Começou a carreira se dedicando à gravura, fotografia e pintura. Passou também a realizar também intervenções, recolher e pintar objetos usados, aplicando textos sobre eles. O uso de caracteres gráficos sobre fotografias de pessoas também está presente em um dos seus conhecidos painéis da Estação Sumaré do metrô e na fachada da Biblioteca Mario de Andrade, ambos em São Paulo. Morando na Alemanha, expõe frequentemente no Brasil.
Augusto Sampaio – Indaiatuba (SP), 1982. Vive e trabalha em São Paulo. Artista e educador, realiza interferências urbanas e projetos colaborativos no Brasil e no exterior (Inglaterra, Bélgica, Holanda e Polônia) e transita entre práticas de ateliê e oficinas de artes vinculadas à educação não formal, com destaque para a Ação Educativa Extramuros da Pinacoteca de São Paulo, onde, orienta oficinas de artes para pessoas em situação de rua na região central da cidade São Paulo. É formado em Arquitetura pela FAU-USP e pós-graduado em Cinema, Vídeo e Fotografia pela FEBASP.
Caio Lesher – São Paulo, 1996. Vive e trabalha em São Paulo. Estudante de artes visuais pela UNESP, onde atualmente realiza seu projeto de conclusão de curso. Em sua pesquisa plástica, o desenho é entendido como uma forma de escrita e de pensar e é ponto de partida para projetos em outros formatos, como pintura, vídeo, instalação e objetos.
Camilla Bologna – São Paulo, 1981. Vive e trabalha em São Paulo. Investiga as possibilidades de materiais e suportes, desenvolvendo uma pesquisa no âmbito do desenho, pintura, colagem e arte digital, além de trabalhar com estamparia. Graduada em em Artes Visuais pela Belas Artes e Pós-graduada em Práticas Artísticas Contemporânea pela FAAP. Realizou exposições coletivas no Museu MAB, espaço breu e ateliê 397 e apresentou individuais no Brasil, Portugal e França. Foi premiada no 30º prêmio Design do Museu da Casa Brasileira e três vezes consecutivas pelo Salão de Design de Superfície no Museu MASM, (Santa Maria/RS, 2013-2015).
Elisa Bueno – São Paulo, 1941. Vive e trabalha em São Paulo. Estudou Artes Plásticas na FAAP. Fez cursos com vários artistas e participou de diversas exposições no Brasil e exterior. Trabalha com pintura, fotografia, aquarela e gravura. No momento, se dedica à pintura em acrílico, geralmente paisagens, se interessando mais pelo processo de construção da pintura do que pelo resultado em si. Faz acompanhamento com Manoel Fernandes e Sérgio Fingerman.
Lilian Camelli – Ypacaraí, Paraguai,1958. Vive e trabalha em São Paulo desde 1983. A pintura da artista é seu lugar de pertencimento, onde afirma suas raízes e memórias do Paraguai e discute assuntos como o feminino, por meio da figuração. Além da pintura, explora diferentes modalidades artísticas contemporâneas, como escultura, gravura e cerâmica. Participou de várias exposições individuais e coletivas no Brasil e em outros países.
Luise Weiss – São Paulo, 1953. Vive e trabalha em São Paulo. Artista, pesquisadora e professora, é pintora, além de gravadora e fotógrafa. Deu aulas na FAAM, Mackenzie e leciona na graduação e pós-graduação do Instituto de Artes da Unicamp.
Luiz Basile – De São Paulo, é designer gráfico e diretor da Casa Desenho Design. Atuou em agências de publicidade e comunicação e, como ilustrador, para veículos como O Estado de S. Paulo, Pasquim São Paulo e Leia Livros. O desenho é uma atividade constante principalmente o desenho da figura humana. Mescla o desenho puro com técnicas do design gráfico, como intervenções tipográficas, digitalização e tratamento digital das imagens, colagem e pesquisas de formas de reprodução e impressão.
Manoel Canada – São Paulo, 1966. Vive e trabalha em São Paulo. Desenvolve um trabalho plástico que tem como tema a cidade de São Paulo. Em diversas pinturas hiper-realistas, ela é o pano de fundo para discutir o território, o espaço e o silêncio como perspectiva da nulidade. Uma historiografia das fachadas, construções, elementos decorativos, ruas e personagens das paisagens urbanas. Dentro de uma elaboração estrutural de composição, a linha é trabalhada como limite, revelando a consciência física da arquitetura e das coisas, em uma pintura que trabalha uma possível dialética entre cidade e seus objetos.
Marie Hego – Paris, França, 1990. Vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 2017. Por meio do desenho, explora a relação entre estética e urbanidade ou como a arte se insere na cidade, às vezes de propósito, via planejamento urbano definido, ou de forma totalmente ao acaso. No Brasil, passou a questionar os limites entre natureza artificial e ancestral e a recriação de ambientes naturais. É formada em artes plásticas pela Sorbonne e em espaço urbano pela Escola de Artes Visuais de La Cambre (Bruxelas, Bélgica).
Marina Godoy – São Paulo, 1959. Vive e trabalha em São Paulo. Artista visual e arteterapeuta, formou-se em Comunicação Visual na Universidade Mackenzie. Expõe em galerias e museus no Brasil e no exterior em individuais e coletivas desde os anos 1980, como MIS, MAM, MAC, Centro Cultural Maria Antonia, Paço das Artes, Paço Imperial e Museu A Casa.
Maurício Adinolfi – Santos, 1978. Vive e trabalha em São Paulo. Artista visual e filósofo, tem palavras como instinto, pulsão, civilização e animalidade atribuídas aos seus trabalhos, que abarcam a questão homem e natureza. Seus projetos recentes se desenvolvem no espaço público, na relação com o outro a partir de intervenções urbanas e ações compartilhadas. Formado em Filosofia pela Unesp, é doutor em Artes Visuais pela mesma universidade, tendo realizado intercâmbio com a Escola Superior de Educação/Instituto Politécnico do Porto, Portugal. Investiga questões estruturais, expandindo-se para o espaço em consequência da experiência com a construção naval e as comunidades litorâneas no Brasil e Portugal, tornando a madeira, a pintura e a relação com outros profissionais o mote e fundamento dos projetos. Apresentou trabalhos no Sesc Santos, Museu de Arte do Rio – MAR, MUBE, Bienais de arquitetura de Veneza e Roterdan, entre outros.
Otávio Barata – São Paulo, em 1994. Vive e trabalha em São Paulo. Artista, educador, anarquista e queer, realiza trabalhos biográficos que nomeia como “Práticas Psicanalíticas de Guerrilha”, questionando a distinção entre o individual e o coletivo, o íntimo e o público, enxergando no humor uma ferramenta para a reflexão. É formado em Artes Visuais pela UNESP e realizou um intercâmbio na Université de Lille 3, França. Participou de exposições no Instituto Tomie Ohtake, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Galeria Aymoré e Esponja. Fez residências na Fábrica de Artes Marcos Amaro e Fazenda Serrinha.
Paulette Gerecht – Artista visual e arteterapeuta, é natural de São Paulo, onde vive e trabalha. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, estudou diferentes técnicas artísticas, trabalhando com aquarela, além de pintura acrílica, monotipias, gravuras e desenhos. Ao longo das duas últimas décadas participou de inúmeros salões e exposições coletivas e individuais, nacionais e internacionais (Inglaterra, França, Japão, USA, Emirados Árabes, México, Colômbia e Finlândia), recebendo diversos prêmios.
SOBRE A CURADORA – Nascida em 1980 em São Paulo, onde vive e trabalha, Lilian Bado é curadora independente e pesquisadora. Doutoranda em Processos e Procedimentos Artísticos no Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Unesp, é mestre em Teoria de Arte Contemporânea pela Goldsmiths University of London e bacharel em artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Dirige A Outra Feira de Arte Contemporânea desde 2013 e é curadora do programa de exposições Campo Minado.
SOBRE A CASA DO JASMIN – A Casa do Jasmin é um espaço multiuso para eventos sociais e corporativos e também culturais, realizados pela Casa do Jasmim Arte. Localizada entre as Avenidas Paulista Nove de Julho e Paulista e a Rua Augusta, nos Jardins, a charmosa construção de muro branco diagonal coberto por jasmim italiano foi projetada nos anos 1960 pelo arquiteto mexicano Aurelio Martinez Flores. Com 400m2, muita luz e ventilação naturais, tem salas de diferentes tamanhos e estilos, que podem ser usadas em conjunto ou separadamente. Imóvel de família, o endereço abrigou nos anos 1960 e 1970, a inovadora loja de design Arte & Objetos, conhecida como A&O, dirigida por Helena Carvalhosa e Aurélio Martinez Flores.
Exposição “Expandindo Limites”
Abertura: 25 de setembro, sábado, das 11h às 17h.
Visitação: até 23 de outubro, de quarta a sexta, das 15h às 19h, e sábado, das 11h às 17h.
Informações: 11 97487 1145 (Whatsapp) | Instragram: @casadojasminarte
Local: Casa do Jasmin Arte | Endereço: R. José Maria Lisboa, 1145 – Jardins, São Paulo
Espaço acessível a pessoas com deficiências| Entre as estações de metrô Oscar Freire e Consolação
Valor das obras: R$ 1 mil a R$ 75 mil