Nos próximos 12 meses, estima-se que 44% das famílias brasileiras queiram adquirir um imóvel, número que atinge a marca de, aproximadamente, 6,3 milhões de pessoas. Os dados são de pesquisa feita, neste ano, pela Datastore, empresa que possui o maior bigdata (conjunto de dados) da América Latina sobre demanda imobiliária. O fundador e CEO da companhia, Marcus Araújo, autor do best-seller “Meu Imóvel, Meu Mundo”, faz análises sobre o aumento da população mundial e as novas oportunidades para compra e vendas de imóveis no Brasil.
Apesar da alta nas taxas de juros, elevado índice de desemprego e cenário político conturbado, a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários) afirma que mais de 60% dos empreendedores imobiliários esperam que 2023 seja melhor que 2022. Araújo, que concorda com as boas perspectivas para o cenário, ressalta que o segmento de imóveis segue sendo um dos mais estáveis e seguros para os que buscam investir.
“A cada ano observamos novos cenários que atraem os olhos dos investidores, desde os mais modernos, como as moedas digitais e os NFTs (Tokens Não Fungíveis, em tradução direta, itens digitais únicos que possuem tecnologia provando sua autenticidade), até os mais tradicionais, como o mercado de ações e commodities. Entretanto, é preciso analisar uma coisa ainda pouco discutida na sociedade, o aumento populacional. O planeta registrou 8 bilhões de pessoas em novembro do ano passado – este número era, em 1950, pouco mais que 2 bilhões. É certo que toda essa gente precisará de um lugar para viver. Portanto, a cada ano os imóveis aumentam o seu potencial de valorização de forma constante”, explica.
Segundo projeções da ONU (Organização das Nações Unidas), a população brasileira deve chegar a 233 milhões de pessoas em 2050. Ainda de acordo com o órgão, a Terra deverá registrar a marca de 9,7 bilhões habitantes. Isso significa que a demanda por habitação, infraestrutura e serviços básicos também aumentará exponencialmente. Para o mercado imobiliário, esses números representam uma oportunidade de expandir negócios e oferecer soluções inovadoras e acessíveis para atender a grandes necessidades. Por isso os profissionais e as empresas desse segmento, principalmente as corretoras de imóveis, devem estar atentos às tendências das futuras gerações, assim como o comportamento de cada uma delas.
Influência na compra
O CEO da Datastore salienta a necessidade de se atentar aos detalhes na hora de apresentar um imóvel, não deixando ninguém de fora. “Quem estuda o comportamento da nova geração sabe que quando se fala em decisões em família, os filhos possuem grande influência no resultado escolhido pelos compradores de uma casa ou apartamento. Por isso, durante uma venda o profissional não pode ignorar os pequenos e ouvir somente a vontade dos pais. É preciso dar atenção às crianças, saber o que querem para viver bem, pois elas passam mais tempo com os possíveis clientes que qualquer corretor”, pondera.
Mesmo nem sequer falando a língua de homens e mulheres, outras figuras com poderosa influência na escolha dos imóveis são os pets. Segundo o censo do IPB (Instituto Pet Brasil), de 2021, o Brasil é o terceiro país em número de animais domésticos, com pelo menos 70% da população possuindo um animal de estimação em casa, ou conhecendo alguém que tenha. Portanto, as empresas que projetam seus empreendimentos, incluindo espaços para o bem-estar dos pets, saem na frente na procura das famílias brasileiras.
“O investimento em um espaço pet é relativamente baixo se comparado aos demais locais das obras, além de ser um grande atrativo que aumenta a liquidez do imóvel e valoriza a unidade. Para as famílias que possuem animais de estimação, esse diferencial está no topo das buscas e faz total diferença na compra”, diz Ricardo Telles, diretor Presidente da Perplan Urbanização e Empreendimentos, empresa de Ribeirão Preto, na Alta Mogiana Paulista, com 23 anos de atuação no mercado imobiliário nacional.
Para o gerente Comercial da Perplan, Gustavo Pereira, é interessante que os corretores de imóveis façam uma análise detalhada do possível comprador antes de negociar um terreno ou apartamento. “É preciso entender o cliente, sua família, quantos filhos tem, como vive, se há um ou mais animais de estimação, hobbies favoritos, etc. Ir além das características físicas e encontrar um lar que combine, perfeitamente, com a forma de vida de cada um é essencial. Essas relações aumentam a credibilidade dos corretores com seu público final”, conclui.