Corretores de Imóveis: evoluindo no ritmo da Tecnologia!
Há algumas décadas, quando se falava em corretor de imóveis, a primeira imagem que vinha à mente era a de um senhor aposentado, sentado em uma cadeira, na garagem aberta de uma casa à venda, esperando por algum interessado para apresentar a propriedade. Felizmente, muita coisa mudou desde então.
Estudo, pesquisa e experiência passaram a fazer parte do dia a dia dos profissionais a partir da exigência do diploma de TTI para o exercício da atividade. Hoje, os corretores estão empenhados em ampliar seus conhecimentos com o intuito de prestar a melhor assessoria e conquistar respeito e a fidelidade de seus clientes.
Mas, além do aprimoramento, a tecnologia também abriu, sem dúvida, novos horizontes aos intermediadores de imóveis. As visitas online, as imagens em 360º, os drones e as assinaturas digitais de documentos transformaram, definitivamente, a corretagem e elevaram o profissional a um outro patamar de trabalho.
No entanto, será que todos os corretores têm essa mesma visão sobre a carreira e a atividade?
O CRECISP realizou uma pesquisa com inscritos de todo o Estado para identificar o peso da evolução tecnológica para a categoria. Os resultados revelam que, embora as novas ferramentas permitam a melhor performance dos corretores, ainda há uma parcela desses inscritos que não está familiarizada ou não acredita que a tecnologia veio para ficar.
Dos questionários enviados aos corretores do Estado de São Paulo, o CRECISP obteve 6.519 respostas, o que representa 3% do total de inscritos no Conselho.
Perguntados sobre sua atuação diante da digitalização do mercado imobiliário, 84,8% responderam que, daqui a três anos, acreditam que estarão completamente inseridos nos meios digitais, por buscarem, constantemente novos conhecimentos e estarem se adaptando a esse processo. Em contrapartida, 13,6% dos respondentes ainda não pararam para pensar nessa realidade futura e 1,6% afirmaram que não pretendem mudar sua forma de atuar e não incluirão os meios digitais em seu dia a dia.
No geral, os corretores apostam na tecnologia como forma de evolução da carreira e crescimento profissional: 74,5% dos entrevistados acreditam que essas ferramentas vão reinventar a profissão, transformando totalmente a atividade. Para 23,2%, a tecnologia trará, sim, algumas transformações, mas sem grande relevância. E apenas 2,3% acham que o digital não fará diferença em suas carreiras.
A pesquisa do CRECISP também questionou os corretores sobre as habilidades que definirão a profissão no futuro.
Dos 6.519 corretores que participaram, 75,7% acham que ter habilidade com os meios digitais para a apresentação e exibição dos imóveis, por meio de imagens 360º, uso de drones, etc, é o que pode definir o profissional do futuro. Na outra ponta, 56,6% dos que responderam, acreditam que essa habilidade perderá relevância futuramente.
71,2% pensam que uma das habilidades necessárias está relacionada ao domínio de técnicas para publicidade e anúncios digitais, embora 9,7% achem que esse quesito não terá importância futuramente.
62,7% acreditam que será fundamental o aperfeiçoamento de técnicas de negociação e fechamento de contratos, contra 9,7% que acham que isso perderá relevância.
Para 60,3% dos respondentes, saber captar imóveis e se relacionar com os proprietários terá muito peso na atividade. Entretanto, 20,9% apostam que essa atividade deixará de existir no futuro.
57,4% dos corretores também apostam no domínio da análise e trâmite dos documentos, inclusive nos detalhes jurídicos e burocráticos, como quesito necessário para uma boa performance profissional, mas 19,8% acreditam que isso não será importante.
E, finalmente, 49,6% dos participantes da pesquisa acham que o fornecimento de informações para inquilinos e proprietários (como preços, demanda, tendências) será uma das habilidades necessárias aos profissionais, embora 27,6% apostem que essa habilidade não será essencial.
Como o corretor de imóveis poderá agregar valor a seus clientes? Das 6.519 respostas, 79,2% pensam que a facilitação do processo de busca e localização do imóvel ideal podem aproximar o corretor ainda mais de seus clientes. 71,1% acham que o cliente valoriza o intermediador que presta um suporte e mantém contato no pós-venda. Já 67,9% apostam que o apoio dado pelo corretor na negociação de condições comerciais melhores é o que faz o cliente valorizar o profissional. Para 67,2% dos que responderam, o grande destaque vai para o suporte no trâmite contratual e na apresentação de documentos executados pelo corretor. 46,5% das respostas acreditam que o fornecimento de contatos, alinhamento com os proprietários, e facilitação de pequenos reparos e benfeitorias podem agregar valor ao corretor perante seus clientes.
71,8% dos entrevistados acham que o profissional que executa um monitoramento detalhado e fornece assessoria quanto às tendências do mercado imobiliário será muito mais respeitado e valorizado pelas imobiliárias.
Para 62%, essa valorização vem do acompanhamento, intermediação e apoio na resolução de situações de atenção com inquilinos.
A definição de preços e negociação de condições comerciais melhores para os clientes pode agregar valor ao corretor na visão de 60,5% dos entrevistados pela Pesquisa CRECISP.
E 56,1% acham que as imobiliárias valorizam os profissionais que validam documentos e qualificam os leads interessados nos imóveis.
Ainda com relação à tecnologia no exercício da corretagem, a visão dos profissionais quanto ao tipo de empresa que mais influenciará o futuro do mercado imobiliário ficou dividida da seguinte forma: 44,3% acham que haverá um domínio das imobiliárias 100% digitais; 27% apostam na grande influência de empresas de anúncios online de imóveis; 17,5% acreditam que a participação das empresas que desenvolvem softwares para esse mercado será decisiva; 4,3% apontam a importância de empresas de aluguel por temporada no mercado imobiliário e 6,9% são da opinião que o mercado imobiliário não será influenciado por empresas digitais.
Para o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, os resultados mostram que, cada vez mais, os profissionais estão acompanhando as mudanças e buscando atualizar seus conhecimentos, para não ficarem defasados no quesito tecnologia. “Temos que aproveitar dos recursos disponíveis e utilizá-los de maneira adequada, sem que sejamos escravos dessas ferramentas. Ao contrário, são elas que devem trabalhar em nosso favor.”