Com texto de Murilo Dias César e direção de Gabriela Rabelo, o espetáculo O LEGÍTIMO PAI DA BOMBA ATÔMICA reestreia na plataforma Sympla. A peça discute questões nucleares e a etnicidade em cena, e traz elenco formado somente por atores nipo-brasileiros. A temporada virtual é gratuita e contemplada pela Lei Aldir Blanc do Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura, por meio do PROAC LAB da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
O espetáculo O LEGÍTIMO PAI DA BOMBA ATÔMICA narra a história real do físico judeu húngaro Léo Szilárd, desde a fuga do nazismo até sua ligação com a construção da primeira bomba atômica. O texto traz à tona os horrores da 2ª Guerra Mundial, por meio dos dilemas éticos dos grandes gênios responsáveis pela criação da bomba atômica, bem como das decisões políticas que levaram à tragédia dos moradores de Hiroshima e Nagasaki.
Em seu trajeto, Léo Szilárd se envolverá com diversos personagens históricos, entre eles, o físico Albert Einstein, o presidente americano Harry Truman e o general Groves, além de sua esposa, a médica Gertrude Weiss. O caminho entre a descoberta científica e sua utilização como bomba de destruição, que exterminou de milhares de japoneses, é acompanhada de um drama interno de Szilárd, que vê sua invenção ser desviada do objetivo original.
“A importância desse espetáculo nos dias de hoje está no fato de que as guerras mundiais não acabaram. Elas têm tomado nomes diferentes (Guerra Fria, Guerra da Síria, etc), mas os homens desenvolveram armas mais terríveis do que a bomba atômica. É preciso parar com essa estupidez. Temos procurado salientar isso na nossa montagem, acentuando essa infeliz atualidade do tema da peça.”, afirma a diretora Gabriela Rabelo.
Na montagem personagens reais de diversas nacionalidades (alemão, americano, húngaro, etc) são interpretados por atores nipo-brasileiros. “Nossa proposta é justificada pela ausência de atores profissionais descendentes de japoneses na cena contemporânea brasileira. Quando há personagens, muitas vezes, são equivocados e extremamente estereotipados.”, diz Rogério Nagai, ator que vive Léo Szilárd.
O LEGÍTIMO PAI DA BOMBA ATÔMICA estreou em 2018, contemplado pela 6ª edição Prêmio Zé Renato de Teatro, fruto do projeto Sobreviventes pela Paz e segundo espetáculo de repertório do grupo. O primeiro espetáculo do projeto foi Os Três Sobreviventes de Hiroshima, que vem circulando pelo país desde 2013. “O objetivo do espetáculo, assim como do projeto, é ajudar a disseminar uma cultura de paz.”, finaliza Nagai, coordenador do projeto.
Montagem tem Cenografia e figurinos de Telumi Hellen; Preparação corporal de Lilian Domingos; Criação musical de Yugo Sano Mani, Criação e edição de áudio/vídeo de Alexandre Mercki e Operação de Luz Paula da Selva. Espetáculo cumpriu temporada na cidade de São Paulo nos meses de junho, julho e agosto de 2018. Elenco reúne os atores Edson Kameda, Gilberto Kido, Ligia Yamaguti, Ricardo Oshiro e Rogério Nagai.
Murilo Dias César: Dramaturgo, escritor e roteirista. Possui mais de 40 textos teatrais, entre os quais se destacam: Eu, Ela e Três Cachorros, Um Cidadão Quase Suspeito, Vaso de Porcelana, Sem Mágoas, A Paixão de Oscar Wilde, A Velha Guarda (ou A Revolução Partida), Darwin e o Canto dos Canários Cegos e O Legítimo Pai da Bomba Atômica. Sua formação intelectual inclui Cursos de Sociologia, Direção de Teatro e Dramaturgia. Fez também curso de roteiro para tevê e cinema com o dramaturgo, romancista e roteirista José Antônio de Souza. Foi um dos fundadores e presidente da APART – Associação Paulista de Autores Teatrais. Conquistou mais de dez prêmios de dramaturgia e roteiro cinematográfico, entre os quais se destacam: IV LABORATÓRIO DE ROTEIROS SUNDANCE / RIOFILME – por “São Bernardo” – roteiro cinematográfico adaptado do romance de Graciliano Ramos; PRÊMIO VLADMIR HERZOG DE ANISTIA E DIREITOS HUMANOS – pela adaptação teatral de São Bernardo, romance de Graciliano Ramos – concedido pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo; PRÊMIO ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS “ARTUR AZEVEDO” DE DRAMATURGIA – pela peça teatral “A Velha Guarda” (ou “A Revolução Partida”) – concedido pela ABL – Academia Brasileira de Letras; PRÊMIO VLADMIR HERZOG DE ANISTIA E DIREITOS HUMANOS – por “A Velha Guarda” (ou “A Revolução Partida”) – concedido pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo; e PRÊMIO NACIONAL DE DRAMATURGIA “NELSON RODRIGUES” – por “De Amor Encarcerado” (ou “A Paixão de Oscar Wilde”) – concedido pelo Ministério da Cultura.
Gabriela Rabelo: Atriz, dramaturga, educadora e diretora. Iniciou no teatro sob a direção de Haydée Bittencourt (UFMG). Formada pela Escola de Arte Dramática (E.A.D.), doutora pela ECA-USP, na área de Teoria e História do Teatro – Dramaturgia. No teatro, escreveu Luiz Gama ou o Diabo Coxo (prêmio de dramaturgia Luso –Brasileiro de 2013); Nem Tudo Está Azul no País Azul, A Verdadeira História de Cinderela, etc. Na TV escreveu para o programa Bambalalão, da TV Cultura. No teatro dirigiu A Estrela da Manhã e O Poeta e o Vento, ambas de Calixto de Inhamuns; O Macaco Juiz e Beijo, Não!, de Tatiana Belinky; Nosso Filho, de sua autoria, etc. Publicou O Jovem Lê e Faz Teatro (coletânea de 10 peças para jovens, Ed. Mercuryo Jovem), Uma História Pelo avesso e outras histórias (dois volumes com sete peças curtas em cada um deles, Ed. F.T.D.), Tronodocrono (parceria com José Rubens Siqueira, ed. Cia. Das Letras), Nem Tudo Está Azul no País Azul (ed. Mercuryo Jovem), etc; além de artigos em revistas especializadas na área teatral (Revista da SBAT, Telas e Artes, Teatro da Juventude), alguns deles selecionados pela SEE-SP e pelo MEC para bibliotecas escolares. Dentre os prêmios como atriz e autora: Molière, Mambembe, APETESP, APCA, além de ter sido contemplada, duas vezes, com o ProAC Dramaturgia Inédita (publicação e escrita), e com a Bolsa Vitae, junto com José Rubens Siqueira e Ma Helena Grembecki (escritura da peça O Brilho Inútil das Estrelas).
Mais informações sobre a peça e o sobre o projeto “Sobreviventes pela paz” podem ser obtidas através do email sobreviventespelapaz@gmail.com ou pela página “Sobreviventes pela paz” no Facebook.
O LEGÍTIMO PAI DA BOMBA ATÔMICA –
Texto: Murilo Dias César. Direção: Gabriela Rabelo. Elenco: Edson Kameda, Gilberto Kido, Ligia Yamaguti, Ricardo Oshiro e Rogério Nagai. Duração: 90 minutos. Gênero: Drama. Recomendação: 12 anos. Ingressos: Gratuitos. Sábados, às 20h e domingos, às 19h. Até 21 de março.
SYMPLA – https://www.sympla.com.br/o-legitimo-pai-da-bomba-atomica__1075064