Em uma iniciativa que transcende barreiras e promove a inclusão, o projeto Graffiti Pra Cego Ver se destaca como um marco na interseção entre arte e cidadania. Com o objetivo de tornar a arte urbana acessível a todos, murais de grafite são transformados em experiências sensoriais completas, especialmente para pessoas com deficiência visual.
Com inscrições em braille, texturas tridimensionais e descrições táteis, o projeto permite que cada detalhe da obra seja sentido e compreendido. QR codes integrados às peças oferecem acesso a áudios com descrições detalhadas, criando uma imersão interativa que enriquece a experiência artística. “É uma forma de democratizar o acesso à arte de rua, permitindo que pessoas com deficiência visual vivenciem cada detalhe e emoção das obras”, afirma o curador Roberto Parisi.
Obra é um alerta sobre um tesouro da biodiversidade.
Um dos destaques dessa nova edição é a obra do artista Fernando Berg, que nos apresenta um retrato emocionante do tatu-canastra, o maior de todos os tatus, que enfrenta a ameaça da extinção, vítima da perda de habitat, da caça e dos atropelamentos.
Na obra, o tatu-canastra surge como um símbolo de força, resiliência, natureza selvagem, conservação e equilíbrio ecológico, valores profundamente enraizados na cultura dos povos originários do Pantanal, como os Mehinako.
A obra de Berg nos transporta para o universo noturno do tatu-canastra, que passa os dias em suas tocas subterrâneas e emerge à noite para buscar alimento. A presença das delicadas flores de Alpínia Rosa, ou Gengibre Rosa, nas laterais do corpo do tatu-canastra, adiciona um toque de elegância e tropicalidade à obra. Essa planta exótica, nativa da Malásia e do Pacífico Sul, nos convida a refletir sobre a conexão entre diferentes biomas e a capacidade de adaptação e sobrevivência das espécies. É também um convite à reflexão sobre a nossa relação com a natureza e o meio ambiente.