O câncer de mama é a neoplasia mais comum em cadelas e a terceira mais frequente em gatas, representando um grave problema de saúde animal. Portanto, o Outubro Rosa não apenas conscientiza sobre o câncer de mama humano, mas também serve como uma oportunidade para alertar os tutores de pets sobre a incidência dessa doença nos animais.
Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de tumores mamários em fêmeas são de origem hormonal, especialmente em animais não castrados. O uso de anticoncepcionais injetáveis, frequentemente escolhido para evitar crias, também aumenta significativamente o risco de neoplasias. Além disso, a maior longevidade dos pets, graças aos avanços nos cuidados veterinários, está relacionada ao aumento dos casos de tumores mamários na prática clínica. Segundo Marina Tiba, Médica-veterinária e Gerente de Produto da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal, a combinação desses fatores faz com que a incidência de tumores seja cada vez mais comum, exigindo maior atenção dos tutores.
“Embora a maioria dos casos ocorra em fêmeas com mais de sete anos, animais de todas as idades podem ser afetados e, em raras ocasiões, até machos podem desenvolver a doença. A gravidade do câncer de mama está, em grande parte, no fato de que, quando diagnosticado tardiamente, o tratamento é mais complexo e as chances de cura diminuem. Assim como em outros tipos de câncer, diagnósticos precoces aumentam significativamente as chances de sucesso no tratamento”, explica Marina.
Os tutores devem ficar atentos a sinais como inchaço no tecido mamário, secreções, dor, vermelhidão e sensibilidade na região. “Durante momentos de carinho e brincadeira, é possível realizar uma palpação cuidadosa na barriga do pet, procurando por caroços ou nódulos que possam indicar a presença de um tumor. Se algo incomum for detectado, é essencial buscar atendimento veterinário imediatamente para que o animal seja submetido a exames detalhados que confirmarão se o nódulo é maligno ou benigno”, orienta Marina.
Entretanto, encontrar um nódulo nem sempre é um sinal de perigo. As gatas, por exemplo, podem sofrer de hiperplasia mamária, uma proliferação anormal das estruturas da glândula mamária estimulada por fatores hormonais, que pode ser resolvida apenas com a castração.
m diagnóstico mais detalhado sobre o nódulo é fundamental para determinar o tratamento. “Na maioria dos casos, como o diagnóstico é feito com a doença já avançada, o tratamento envolve a cirurgia para retirada do nódulo ou de toda a cadeia mamária, juntamente com o uso de medicamentos quimioterápicos. Quanto mais cedo o animal for diagnosticado e tratado, maiores serão as chances de cura. A prevenção, no entanto, é a chave no combate à doença”, enfatiza Marina.
Por serem, na maioria dos casos, tumores estimulados por hormônios, a castração é a forma mais eficaz de prevenção. Sem a liberação de hormônios, como a progesterona, a probabilidade de desenvolvimento de tumores mamários em fêmeas diminui drasticamente. Contudo, Marina destaca que a castração não substitui a necessidade de exames regulares e visitas frequentes ao médico-veterinário. “É importante seguir as orientações do profissional responsável pelos cuidados do pet e realizar exames na periodicidade adequada, garantindo que o animal esteja protegido contra outras doenças importantes. A prevenção é sempre um ato de amor”, reforça.
A prevenção, aliada ao acompanhamento veterinário regular, é fundamental para proteger a saúde dos pets, assegurando que eles vivam de forma saudável e com qualidade. Cuidar de forma preventiva é uma demonstração de carinho e responsabilidade, promovendo bem-estar e longevidade a esses companheiros tão queridos.