Existem mais de 1800 tipos de queijo em todo o planeta. Apesar de terem características diferentes, além do uso do leite, há outra semelhança que une as diferentes variações: a importância do armazenamento correto para que seja possível apreciar o sabor e a textura ideais de cada um deles.
Quando se trata de queijos mais nobres, servidos em ocasiões especiais, podem surgir ainda mais dúvidas: a aparência mofada é uma característica do produto ou o prazo de validade expirou? Se a peça não for consumida integralmente, como guardá-la?
Queijo brie: textura cremosa e casca formada por fungos
O queijo brie é o mais antigo da França, fabricado pela primeira vez na província de Brie no século VIII, a 50 quilômetros de Paris.
Mesmo que o brie seja produzido em todo o mundo, apenas dois recebem o selo Appellation d’Origine Contrôlée (AOC), que denominam a origem de queijos, vinhos e manteigas francesas: o Brie de Meraux e o Brie de Melun. Esses queijos levam receitas secretas que são consideradas uma arma contra a produção em escala.
Parente do camembert, o brie faz parte do grupo de queijos cremosos. Isso significa que os produtos desta categoria devem ter entre 60% a 75% de gordura butírica – parte gordurosa ou creme do leite de vaca. É justamente esse componente que deixa o interior do queijo encorpado e a parte exterior levemente esponjosa e dura, além de conceder o sabor característico.
A casca do queijo é formado por uma espécie de bolor (Penicillium candidum), algo que pode fazer muitas pessoas torcerem o nariz, mas essa parte do brie é perfeitamente comestível e contribui muito para a experiência de saborização, desde que o produto seja produzido adequadamente.
É mais comum que o brie seja consumido frio, mas também é possível assá-lo. Fica ótimo com vinhos (tintos de corpo médio ou leve), champanhe, pães frescos, torradas, compotas, geleias, frutas e mel. É muito popular no café da manhã ou em tábuas de charcutaria.
A melhor maneira de armazenar o queijo brie é em temperatura ambiente, preferencialmente em um pote bem vedado. Isso vai ajudar a manter a textura cremosa e preservar o sabor.
Também é possível guardá-lo na geladeira, embora não seja tão recomendado porque o frio deixa o queijo mais duro e com paladar menos intenso. Para conservá-lo o máximo possível, coloque-o em um pote com fechamento hermético ou embrulhado em papel alumínio e deixe-o na gaveta de legumes e vegetais. Consuma em até 3 dias.
Queijo parmesão tem boa durabilidade
Com raízes italianas, o parmesão é feito de leite coletado logo após a ordenha, parcialmente desnatado pelo processo natural da gravidade.
Seu sabor é levemente picante e a consistência tem certa granulação, beirando a cristalização. Com casca grossa e rígida, faz parte da família dos queijos duros.
Por conta da textura seca, o parmesão é mais utilizado em lascas como acompanhamento de massas e saladas, mas também pode ser utilizado em molhos, com pães e outros pratos.
O armazenamento do queijo parmesão não é complicado. Ele não precisa, necessariamente, de refrigeração, mas dura por muito mais tempo quando é armazenado em ar frio porque é um alimento perecível.
Um pedaço fechado de parmesão pode ficar na geladeira por até oito meses sem nenhum problema, já as versões raladas ou embaladas a vácuo sempre devem ser refrigeradas. Abertos, duram cerca de uma semana.
Gouda: sabor fica menos intenso com o tempo
Esse tipo de queijo faz parte do grupo duros e semiduros – dependendo da maturação –, mas o termo “gouda” é uma classificação genérica. O nome vem da cidade holandesa de mesmo nome, famosa pela fabricação do produto.
A produção tradicional do gouda usa leite de vaca pasteurizado, mas existem produtores que usam o leite de cabra ou de ovelha.
Embora o “clássico” tenha um sabor caramelizado e possa desenvolver cristais de sal ao longo do tempo, existem vários tipos de gouda, como o overjarig, belegen, boerenkaas, oude kaas, graskaas, etc.
Um ponto de atenção é a casca, que muitas vezes tem uma mistura de plástico e parafina, especialmente quando são queijos industrializados. Por isso, é melhor descartar esse revestimento. Queijos artesanais são feitos com ingredientes naturais, então comer a casca é liberado e recomendado – o sabor fica muito mais complexo e intenso.
Para garantir o frescor e preservação do paladar, o gouda deve ser guardado na geladeira. Se possível, deixe-o enrolado no papel da embalagem original e/ou em um recipiente com boa vedação.
Esse queijo dura até 15 dias sem apresentar qualquer problema, mas fica o alerta: o sabor vai ficando menos intenso com o passar do tempo.
Provolone: envolva o queijo para que ele dure mais
O provolone é um queijo italiano semiduro feito a partir do coalho de leite de vaca cozido até chegar a consistência correta. Essa massa descansa até chegar ao processo de filagem, seguido pela adição de sal e secagem.
Com tom amarelado e aroma potente, o sabor muda bastante de acordo com a maturação. Um queijo novo é suave, mas vai se tornando mais picante ao longo do tempo.
Sua casca é fina e a massa é lisa, sem qualquer tipo de texturização. É muito utilizado em sanduíches e pizzas.
O provolone deve sempre ser armazenado na geladeira. Depois de abri-lo, é preciso embrulhá-lo novamente na embalagem original ou papel alumínio. Também é possível enrolar o queijo em papel manteiga e depois embalar no plástico filme antes de colocar no refrigerador. Desta forma, o provolone ficará bom por até três semanas.