Processadores, placas-mãe, cabos e bobinas, chips e bloco de alumínio, plástico e até ouro fazem parte dos componentes de eletroeletrônicos como computadores, TVs e celulares. Cada item tem destinação específica para reciclagem, assim como valor de venda, por isso não deve ser manipulado nem descartado como uma sucata qualquer.
Conhecimentos como esses estão sendo repassados em curso realizado pela ONG Instituto Gea para cooperativas e catadores de todo o País, como os que se reuniram no fim de fevereiro em Cuiabá na Universidade Federal de Mato Grosso (foto).
Trata-se do Projeto ReciclaON, realizado com apoio financeiro do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal e que busca levar orientação técnica e conscientização sobre manuseio e descarte adequados, riscos ambientais e potencial comercial dos resíduos eletrônicos.
O curso já foi realizado em São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá e será levado em abril para Campo Grande (MS). O objetivo é atingir as 26 capitais do País e Distrito Federal, tendo como parceiro técnico o LASSU-USP (Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo).
Além da parte técnica, há orientações sobre manipulação segura, que impeça a disseminação de substâncias tóxicas ao homem e ao meio ambiente. Componentes eletrônicos contêm materiais recicláveis mas também perigosos, como metais pesados.
Contaminação do solo
As aulas envolvem tanto a parte teórica, contendo apostilas e dinâmicas em grupo, quanto experiências práticas de desmontagem de equipamentos. Os alunos aprendem a identificar componentes eletrônicos, a classificá-los e a lhes atribuir valor de venda. Outro curso, sobre Gestão do Negócio completa o aprendizado.
Nas simulações sobre segurança, por exemplo, são abordadas dinâmicas como contaminação do solo por meio da chuva, transferência de contaminantes pelo atrito com materiais eletrônicos e liberação de substâncias tóxicas pelo aquecimento de plásticos. Uma das dinâmicas ilustra a transferência de contaminantes ao longo da cadeia alimentar, concluindo que esses poluentes acabam retornando ao ser humano.