Fazer churrasco ou um corte bovino para as refeições do dia a dia vai muito além de receitas especiais. A preparação começa ainda no mercado ou no açougue e muitas pessoas têm dúvidas sobre a escolha entre a carne congelada ou resfriada. A Marfrig, líder global na produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, listou algumas informações importantes sobre o tema, explicando as diferenças entre elas.
Quais as principais diferenças?
A carne resfriada é considerada fresca por conta do processo mais rápido até o consumo. Após o abate do animal, são realizados os processos de resfriamento, quarteio (cortes de carcaça) e desossa. Em seguida a carne é embalada e já está pronta para a expedição. “Na Marfrig, a validade da carne resfriada no mercado interno é de 60 dias, quando mantida refrigerada na temperatura correta. Dessa forma, ela deve ser armazenada sob refrigeração entre 2°C e 7°C e ser consumida dentro do seu prazo de validade. As informações de conservação devem estar presentes no rótulo”, diz Elaine Bedeschi, gerente de Garantia da Qualidade na Marfrig.
Já a carne congelada deve ser submetida a, no mínimo, -12ºC, de acordo com a legislação brasileira. “Não é considerada uma carne fresca por conta do período de validade, que pode ser de até dois anos. Na indústria fazemos o congelamento rápido, que garante a manutenção das características organolépticas da carne”, explica Carolina de Paula Carvalho, gerente corporativa de Garantia de Qualidade da Marfrig.
As embalagens devem ser diferentes?
A embalagem da carne resfriada é específica e feita com filme plástico composto por várias camadas, o que garante as chamadas “altas barreiras” contra a entrada de oxigênio. “Esta embalagem, conhecida como à vácuo, diminui a oxidação da carne e aumenta sua vida de prateleira”, diz Elaine. Já a carne congelada não necessariamente precisa de embalagem com alta barreira e utiliza o método de conservação através do congelamento, que se mostra eficaz, além de amplamente utilizado e aprovado.
Como congelar e descongelar corretamente?
O principal segredo é a maneira oposta para cada uma das técnicas: o congelamento deve ser rápido e o descongelamento precisa ser lento. E o mais importante, a carne resfriada deve sempre ficar no refrigerador, e a congelada no congelador, como os próprios nomes sugerem.
“O descongelamento deve ser feito de forma lenta e em ambiente refrigerado, ou seja, dentro da geladeira, sem adicionar água ou abrir a embalagem”. A engenheira de alimentos frisa que a preparação correta do alimento é um dos pontos mais importantes, e a educação do consumidor proporciona uma melhor qualidade para o consumo da carne bovina in natura.
Pode congelar a carne resfriada?
O consumo da carne deve ser logo após a abertura da embalagem e não se recomenda o congelamento do produto que foi feito para ser resfriado. “O ideal é que o consumidor escolha os produtos no ponto de venda de acordo com o objetivo e data da preparação”, afirma Carolina.
Há modos de preparo diferentes para cada uma?
Não há mudança alguma na forma de preparo entre a carne congelada ou resfriada, o que importa é o descongelamento correto do corte. A questão do sabor é muito particular, dependendo de cada consumidor.
Existe preferência pelo tipo de corte?
Não há diferença entre um corte ser congelado ou resfriado, todos podem ser armazenados de ambas as formas. Mais uma vez, trata-se de questão de preferência e cultura entre os consumidores. “O cliente europeu, por exemplo, tem preferência pelo produto resfriado e acaba pagando mais caro para receber uma carne mais fresca (quando comparado com o preço da carne congelada para o mesmo mercado)”, diz Elaine.
O que é preciso prestar atenção na hora de comprar?
O primeiro item a ser avaliado é o prazo de validade (que muda se a carne for resfriada ou congelada), de acordo com a data que se pretende consumir. Também é importante verificar a temperatura da gôndola e as condições de armazenamento — lembrando que a legislação brasileira declara que a carne resfriada deve ser mantida até 7°C e congelada menor que -12°C. “Quanto mais próximo do fundo está o produto, melhor será a escolha, pois é por onde sai o ar frio e isso ajuda na conservação do corte”, afirma Carolina. Outro ponto imprescindível é observar as características das embalagens e verificar os detalhes do produto, como a cor da carne.