O São Paulo Fashion Week (SPFW), maior evento de moda da América Latina, acontece entre os próximos dias 14 e 21 de outubro, homenageando a primeira editora de moda brasileira, a jornalista Regina Guerreiro. Nesta 58º edição, a sustentabilidade será destaque, com peças feitas de tecidos inteligentes e tecnológicos, reutilização de materiais e valorização do trabalho artesanal.

O especialista em imagem e estilo Rafael Flumingam destaca que o evento apresentará muita ousadia e autenticidade,  refletindo o estilo ‘Punkgirl’ de Regina Guerreiro.  “A proposta trará ainda uma fusão entre os estilos urbano e sofisticado, desconstruindo os recortes retos  da alfaiataria e incorporando elementos como crochê, tricô, rafia, fibras  indígenas, conchas, miçangas, cordas e amarrações”, explica Flumingnam.

Das passarelas para as ruas 

Em um evento de moda como o SPFW, um dos principais objetivos dos designers, além de promover novas tendências, é impactar os espectadores. Por isso, expõem peças cheias de cores, formatos e moldes diferenciados.

Para Flumingam, o desfile é uma narrativa poética e, por meio da história contada, é possível realizar adaptações e captar as novas tendências. “A primeira coisa que precisamos entender é que os designers vendem um conceito, por isso é importante saber traduzir a mensagem do desfile, que nunca é feita de maneira literal. Por exemplo, quando  a proposta é o uso de peças em alfaiataria desconstruída, por exemplo, entende-se que, para o dia-a-dia, cortes assimétricos em blazers e calças são uma boa escolha. Outra dica bacana é usar as cores e as texturas vistas na passarela, unindo as novas tendências ao seu próprio estilo”, explica.

Flumingam acredita que as tendências sempre têm uma vida útil, mas o segredo está em reconhecer aquelas que têm apelo duradouro e que fazem sentido para cada um.“Uma tendência sempre é validada por um senso comum e essa resposta acontece com o tempo e a aceitação do público. Um exemplo é a pochete, quando pensávamos que o acessório tinha saído de moda, fomos surpreendidos há poucos anos vendo a peça em diversas composições”, diz o especialista.

Para ele, o  SPFW vai além do lançamento de tendências; é um espaço que reúne designers consagrados e novos talentos a fim de mostrar suas visões criativas. Essa conexão beneficiou a indústria têxtil brasileira que, apesar de ser forte com o design local, não tinha projeção internacional antes dos 90 Para os profissionais de moda, é essencial entender as direções do mercado e as apostas de estilistas,  permitindo adaptar essas novidades para o público brasileiro”, conclui.