A quantidade da população brasileira que utiliza a internet aumentou em 2020, passando de 74% da população em 2019 para 81% no ano passado, o que representa 152 milhões de usuários acima de 10 anos. O crescimento do uso da rede de computadores foi maior nas classes econômicas mais baixas e impulsionado pela pandemia. Os dados são da pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, divulgada em agosto deste ano.
O levantamento mostra um aumento da proporção de usuários de internet na comparação com 2019, com mais força entre os moradores das áreas rurais – de 53% em 2019 para 70% em 2020; entre os habitantes com 60 anos ou mais (de 34% para 50%); no meio daqueles com Ensino Fundamental (de 60% para 73%); e entre as mulheres (de 73% para 85%). A pesquisa também revelou que o acesso tecnológico teve aumento, principalmente, nas residências das classes C e D/E. Na classe C, passou de 80% para 91%. E nas classes D/E de 50% para 64%. Porém, as classes mais altas, com maior escolaridade e mais jovens, ainda é a faixa com maior acesso à internet.
Segundo o estudo, houve um crescimento na quantidade de computadores nos domicílios: a porcentagem saltou de 39% em 2019 para 45% da população em 2020. O coordenador de Data Center e Administração de Redes do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), Elton Vinicius Rauh, comenta que a alta no número de equipamentos é consequência da necessidade de realizar algumas atividades em casa durante o ano de pandemia, em 2020. “Como diversas empresas migraram para o home office, houve uma procura maior por notebooks e computadores. Além disso, as crianças começaram a estudar em casa. Então, muitos pais precisaram se adaptar a essa nova realidade”, explica.
Segundo Elton, com um número maior de usuários e conectividade mais expressiva, é preciso estar atento às questões de segurança digital. “É sempre importante reforçar que é necessário cuidado no momento de acessar informações na internet. Os usuários devem evitar salvar suas senhas no computador. Além disso, a orientação é trocá-las periodicamente”, destaca. Ter atenção aos downloads e aos falsos e-mails e anexos também são recomendações do coordenador. “Verificar se o site é realmente confiável para que seus dados não fiquem desprotegidos. Atualizar o antivírus é um auxílio na segurança do computador também”, garante.
Com o maior acesso à internet entre crianças e adolescentes, recomenda-se que os pais também fiquem atentos ao uso da tecnologia pelos filhos. “Os pais precisam orientá-los sobre os riscos da divulgação de informações pessoais na internet. Também para que tenham cuidado com os sites que podem estar sendo acessados. Depende disso a proteção e segurança do aparelho. E lembrar de dialogar com a criança sobre os conteúdos e sobre com quem estão tendo contato na internet”, comenta.