Nos últimos meses, as ações dos assaltantes estão cada vez mais audaciosas. Se antes as quadrilhas agiam em locais sem nenhum movimento, agora elas invadem shoppings em horários de grande concentração de pessoas e, fortemente armadas, usam funcionários ou clientes como reféns enquanto realizam o assalto.
Um exemplo desse tipo de ação aconteceu no último dia 14, na joalheria Constantini do Shopping Iguatemi, em São José do Rio Preto. Outro caso ocorreu em novembro passado, quando criminosos assaltaram uma joalheria do Shopping Iguatemi Esplanada, em Sorocaba, levando joias e relógios de luxo. Duas semanas depois, um grupo entrou em uma loja de roupas no Catarina Outlet, em São Roque, e rendeu os funcionários enquanto pegava a mercadoria.
Diante dessa incidência de assaltos, surge a pergunta: além de acionar a polícia, o que as administradoras dos shoppings e os estabelecimentos comerciais podem fazer para evitar esse tipo de ação e, principalmente, garantir a segurança e tranquilidade dos clientes e lojistas?
Para a coordenadora do Grupo de Excelência em Segurança – GESEG, do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, Admª. Tatiana Diniz, os estabelecimentos mais visados, como joalherias e lojas de celulares, precisam estar atentos a alguns detalhes em relação à segurança do espaço.
“O projeto de segurança deve ser feito por especialistas em segurança. Além disso, é importante que haja o monitoramento remoto de alarmes e imagens, além da abertura remota de portas e cofres. Outro ponto é o relacionamento integrado entre as seguranças da loja e do shopping. Também é válido atentar-se quanto ao lugar onde a loja está instalada: o ideal é que ela fique longe de portas de entrada e saída do empreendimento. Além disso, é fundamental que toda a equipe seja treinada para identificar atitudes suspeitas e que haja normas de seguranças escritas e implantadas como, por exemplo, a quantidade máxima de peças que podem ficar sobre as mesas durante o atendimento, a forma correta de retirar e devolver jóias para as vitrines e cofres, o que fazer com as joias que estão no balcão enquanto a atendente se afasta para pegar outros itens, entre outras”, sugere a coordenadora.
Já para os estabelecimentos mais estruturados, Tatiana indica um vigilante durante todo o horário de funcionamento na porta da loja e, se possível, outro profissional em área recuada ou protegida. “É recomendável, também, microfones nas mesas de atendimento, blindagem nos vidros das vitrines ou, ao menos, película antivandalismo, além da implantação de gerador de neblina e sensores em peças”, aconselha.
Investimento em equipamentos de qualidade
Investir em equipamentos que favoreçam o monitoramento, como câmeras de alta resolução que permitam a identificação dos criminosos, também é recomendável. “Essas imagens devem ser armazenadas em local seguro e em nuvem. Além das câmeras, a dica é instalar softwares de inteligência que facilitam a identificação de atitudes suspeitas”, acrescenta Tatiana.
Para ela, o monitoramento de shoppings e lojas deve ser visto como um investimento e não como um custo. E, para que seja eficaz, ele pode ser feito internamente pelo próprio empreendimento ou por empresas especializadas, durante as 24 horas, com as especificidades desenhadas para os horários de abertura e fechamento das lojas. “Além do monitoramento de imagens e alarmes, deve-se também monitorar a abertura de portas e vitrines e fazer a abertura remota desses espaços”, conclui.