A campanha Sinal Vermelho, lançada no Brasil em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), com o apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e que virou a Lei n° 741 em 2021, foi adotada também pelo Consulado Brasileiro na Itália.
A lei definiu a campanha – que estabelece que a letra X escrita na mão da mulher, preferencialmente na cor vermelha, funciona como um alerta discreto sobre atos de violência – como uma das medidas de combate a abusos e agressões contra as mulheres. A ideia é que pessoas ao redor possam perceber o que está acontecendo por meio do sinal e procure a polícia para auxiliar a vítima e identificar o agressor.
“Essa ação simples é um grito silencioso de socorro em locais públicos”, explica Renata Bueno, ex-deputada no Parlamento Italiano e fundadora do Instituto Cidadania Italiana. “A violência contra a mulher é uma questão que transcende fronteiras e precisa ser enfrentada com políticas robustas e cooperação internacional, portanto a união entre instituições brasileiras e italianas é essencial”.
De acordo com Renata, no contexto italiano a campanha Sinal Vermelho também ajuda a preencher uma lacuna de proteção para mulheres imigrantes, que muitas vezes enfrentam barreiras linguísticas e falta de apoio legal. Dados do Departamento de Segurança Pública da Itália mostram que, em 2023, 120 mulheres foram assassinadas no país.
“A campanha é uma ação de proteção muito necessária. No Brasil, ela já tem um histórico significativo de atuação, especialmente com o apoio de órgãos públicos e a cooperação de diversos setores da sociedade. E esse impacto é amplificado pelo envolvimento de instituições internacionais, como no caso do Consulado Brasileiro na Itália, onde a iniciativa ganha um novo fôlego”, conclui Renata.