A Exposição Pavilhões de Vidro é realizada pelo Ministério da Cultura, por meio da lei de Incentivo, Lei Rouanet, Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro), Cidadania Corporativa e Escola da Cidade com curadoria da arquiteta mexicana radicada em São Paulo, Sol Camacho, estreiou dia 7 de novembro, às 19hs, na Escola da Cidade, instituição brasileira que atua na formação de arquitetos e urbanistas há duas décadas.
Entre os 16 pavilhões que compõem a mostra estão objetos autênticos de arte e peças históricas que datam de 1851 a 2023, como a maquete de Dan Graham para um pavilhão de vidro, jornais originais e fac-símiles dos desenhos originais de 1851 do Crystal Palace de Joseph Paxton, o pavilhão de Lucio Costa e Oscar Niemeyer para Feira Mundial de Nova York de 1939 – primeiro projeto com cortina de vidro na cidade –, modelos de blocos de vidro prismático utilizados no interior do pavilhão de Bruno Taut, cartões postais das Exposições Universais de 1937 e 1970, fotografias, desenhos, materiais audiovisuais, entre outros.
A mostra, que fica até 28 de março, também promoverá palestras com os arquitetos Konstantin Ikonomidis sobre o pavilhão Qammatt na Groenlândia, palestra com Miquel Adriá da editora Arquine, palestra com o doutorando de University of Pennsylvania (UPenn) Rui Castro a respeito de Dan Graham e palestra com Pedro de Melo Saraiva, além de workshops e visitas guiadas com convidados nacionais e internacionais. O intuito é aproximar o espectador das experimentações originais e únicas que traçaram a história dos pavilhões de vidro ao redor do mundo desde o século XIX até os nossos dias.
Sol Camacho relata que a ideia de uma pesquisa aprofundada sobre o uso do vidro na construção civil surgiu durante o seu período como diretora cultural do Instituto Bardi/Casa de Vidro, entre 2017 e 2022. Junto a Lucien Belmonte, Presidente Executivo da Abividro, percebeu a ausência de trabalhos aprofundados em português sobre construções em vidro. “Esse material encanta por sua estética, transparência, luz natural, possibilidades de uso e a conexão com o ambiente externo, refletindo sempre valores do seu contexto sociocultural”, analisa.
Além disso, o Brasil tem uma herança cultural de edifícios modernistas, como o MASP, a Casa de Vidro, um legado que deve ser restaurado e renovado. Decidida a preencher essa lacuna, Camacho formou um núcleo de estudos dentro do seu escritório – RADDAR – para investigar desde uma perspectiva cultural esse material que toca todos os aspectos da arquitetura contemporânea, seu passado, presente e futuro. Formado há dois anos, o núcleo investiga como o vidro influencia e é influenciado por diferentes esferas da sociedade e da cultura, promovendo um entendimento mais profundo e crítico sobre o seu uso e significado em diversos contextos.
“Os primeiros frutos que trazemos a público, informa a arquiteta, por meio de uma parceria com a Cidadania Corporativa, são esta exposição e o livro, que lançaremos dia 28 de deste ano, abordando inicialmente os pavilhões de vidro, historicamente um espaço de experimentação da vanguarda sobre a arquitetura.”
Pavilhões de Vidro: uma Tipologia de Vanguarda oferece uma compilação detalhada de 36 projetos cuidadosamente selecionados, destacando o encontro entre pavilhões pioneiros, de 1851 a 2023, e o vidro, material tão essencial para a arquitetura nos últimos dois séculos. Entre os destaques, estão o Crystal Palace (1851), de Joseph Paxton, o pavilhão de Lucio Costa e Oscar Niemeyer para Feira Mundial de Nova York de 1939, primeiro projeto com uma cortina de vidro, Pavilhão da Alemanha em Barcelona (1929), por Mies van der Rohe, e os menos conhecidos Memorial de Tomáš Baťa (1933) ou o pavilhão não construído de Pedro Paulo de Melo Saraiva para a Expo Sevilha ’92, além de dos projetos dos brasileiros Joaquin Guedes, com o pavilhão do Jardim Botânico (1996) e o pavilhão dos Irmãos Roberto(1954) entre outros de grande interesse na histórico do desenvolvimento do vidro como material do nosso tempo.
Um livro rico em imagens – pesquisadas em mais de 50 acervos de 18 países – que decanta muito dos termos pelos quais percorremos a história da arquitetura na vida urbana, deseja ser guia de referência a quem busca inspiração sobre a utilização deste importante material para as construções modernas, sejam arquitetos, estudantes, entidades públicas, privadas ou o público em geral.
“Após o lançamento deste primeiro volume, buscaremos apoio para a os próximos, cuja ideia é abordar os diversos tipos de utilização do vidro em edificações. Analisaremos ainda as mais variadas histórias envolvendo os âmbitos sociais, políticos, tecnológicos, arquitetônicos e industriais do vidro na arquitetura”, finaliza Sol Camacho.
SOBRE SOL CAMACHO
Sol Camacho é mestre em arquitetura pela universidade de Harvard. Após diversas experiências acadêmicas e laborais na Cidade do México, Paris, Boston, Chicago e Nova Iorque, Camacho estabeleceu RADDAR em São Paulo, onde realiza projetos arquitetônicos e editoriais sempre ligados à cultura, patrimônio e cidade. No âmbito editorial e de pesquisa, foi co-curadora em 2018 da exposição Muros de Ar para o Pavilhão Brasileiro da 16ª Exposição Internacional na Bienal de Arquitetura de Veneza.
Foi também, por 5 anos, diretora cultural do Instituto Bo Bardi / Casa de Vidro, onde organizou exposições e eventos culturais, além de atuar como coordenadora do arquivo de Lina Bo Bardi. Neste papel, ela lançou e projetou o Pavilhão de Verão e curou numerosas exposições.
Atualmente Camacho é professora na Escola da Cidade e tem ensinado, escrito e palestrado extensivamente internacionalmente em arquitetura, desenho urbano e conservação do patrimônio.
SOBRE RADDAR / Núcleo de Pesquisa do Vidro
RADDAR é um escritório de arquitetura sediado em São Paulo, fundado e dirigido por Sol Camacho. Juntamente com sua equipe, Sol trabalha em projetos que abrangem diferentes escalas, contextos e formatos. Da academia à construção, entrelaça as questões teóricas e práticas que a arquitetura enfrenta no contexto urbano contemporâneo.
RADDAR ganhou o prêmio de ‘escritório emergente 2023’ pela Architectural Review – revista inglesa de maior reconhecimento. Entre os projetos que Camacho lidera no escritório, destaca-se o projeto de reforma e reuso adaptativo do Complexo Esportivo Pacaembu.
O Núcleo de Pesquisa do Vidro é um grupo dentro de RADDAR, multidisciplinar que há dois anos vem pesquisando os diferentes sentidos sociais, políticos e estéticos do vidro no universo arquitetônico, artístico e cultural.
SOBRE A ESCOLA DA CIDADE
Criada em 1996, a Associação Escola da Cidade – Arquitetura e Urbanismo (AEC) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega profissionais de diversas áreas para, através da formação de arquitetos e urbanistas capazes de criticar e transformar a realidade, contribuir para a melhoria das condições de vida. Assim organizada, a Escola é uma experiência arrojada no ensino superior de Arquitetura, constituindo-se num tipo novo de instituição na sociedade civil, isto é, um instituto para a investigação não só dos problemas urbanos, arquitetônicos e de apropriação do território, mas principalmente das suas possíveis e desejadas soluções.
Ficha técnica:
Formato Aberto 280x190mm
Formato Fechado 140×190 mm
Numero de paginas: 320
Editora : RADDAR + Arquine
Organizadora / Curadora: Sol Camacho
Concepção e Pesquisa: RADDAR (Direção Sol Camacho, Equipe: Thamires Garcia, Julio Lamparelli, Roberta Pedrosa, Gabriel Souza, Pietro Tripodi)
EQUIPE EDITORIAL – RADDAR
Coordenação Geral: Sol Camacho
Coordenação Executiva: Eric Ennser
Coordenação Editorial: Thamires Garcia
Coordenação da Pesquisa Histórica: Pietro Tripodi
Pesquisa Iconográfica e Licenciamento: Thamires Garcia e Roberta Pedrosa
Pesquisa e Redação: Thamires Garcia, Julio Lamparelli, Roberta Pedrosa, Gabriel Souza, Pietro Tripodi
Preparação da Bibliografia: Julio Lamparelli
Administração: Cristina Souza
Preparação de Textos: Teté Martinho
Revisão: Cristina Fino
Projeto Gráfico: CAMPO (Paula Tinoco e Roderico Souza)
Produção: RADDAR
Tratamento de Imagens e Impressão: IPSIS Gráfica
REALIZAÇÃO – Cidadania Corporativa
Produção Executiva: Luli Hunt
Administrativo Financeiro: Ivete Gomes
Prestação de Contas: Orum Produções
Assessoria Contábil: Jotacont Contabilidade
SERVIÇO
Exposição: Pavilhões de Vidro
Abertura: 7/11 às 19h00
Período: 7/11 a 28/03/25
Segunda à Sexta das 10h às 18h
Sábado das 10h às 12h
Local: Escola da Cidade – Rua Gen. Jardim, 65 – Vila Buarque, São Paulo
Livro: Pavilhões de Vidro: uma Tipologia de Vanguarda
Autoria: Núcleo de Pesquisa: Cultura do Vidro na Arquitetura
Lançamento: 28/11
Local: Escola da Cidade