Quem de nós nunca sofreu por algo que nos falaram ou pelas atitudes dos outros?
Muitas vezes deixamos que o comportamento dos outros estrague nossa paz interior. Ficamos remoendo sobre o que aconteceu, de que outra forma poderíamos ter agido, o que poderia ter dito, como agir da próxima vez que isso acontecer, como agir com a pessoa quando a encontrar…. Mas será que sua interpretação sobre o comportamento do outro não está distorcida? Será que aquilo que você entendeu é exatamente o que ela quis dizer?
É comum distorcermos o que ouvimos, ou filtrarmos só aquilo que acreditamos. Por exemplo, se você acredita que é incapaz de realizar muitas coisas, se é daquelas pessoas que vivem dizendo “não vou conseguir”, “não sou capaz”, “é impossível que eu consiga dar conta disso”… e ouvir um comentário como: “isso que você está fazendo é demorado”, talvez seja o suficiente para você desistir da tarefa, ou no mínimo ficar muito irritado com a pessoa. Neste caso, interpretaria o comentário como algo pessoal “não vou conseguir” ou “ele está achando que estou demorando porque eu não consigo fazer nada direito mesmo”, deixando de levar em conta que a tarefa pode ser demorada, mas possível de ser realizada e que o comentário talvez seja apenas porque a pessoa observou ser algo demorado de fato e não porque acha que você seja incapaz de realizá-la. Outro exemplo de como distorcemos as coisas e que vemos com frequência, são de pessoas que acreditam ser feias, ou não ser bonitas o suficiente. Se ouve algo sobre sua aparência, logo leva como crítica, como um comentário que reforça aquilo que já acredita. Até mesmo um “está bonita” pode ser interpretado como se a pessoa estivesse sendo cínica.
Tente puxar pela lembrança, talvez não tão distante, algo semelhante que tenha acontecido com você. Se fizer uma lista dessas situações, perceberá que no fundo a essência do que te incomodou é a mesma; isto chamamos de crenças. Geralmente são em relação a não ser capaz, não ser gostado ou ser inadequado. Essas crenças são desenvolvidas ao longo da nossa vida, desde o nascimento.
Sempre que algo te incomodar, repense sobre o acontecido se questionado se sua interpretação não está distorcida. Pense como outras pessoas interpretariam o fato. Muitas vezes não é o comportamento do outro que te faz se sentir incomodado, mas sim o seu pensamento sobre isso. Lembre-se que pode ser (o que você está pensando), mas também pode não ser.
Adriana Rita Jacob
Psicóloga Clínica – Especialista em Terapia Cognitiva – CRP 06/49366-3
(11) 99144 9251