Sonho de muitas pessoas, ter uma adega de vinhos em casa pode parecer algo muito chique e requintado, porém é preciso cuidado na hora de começar a comprar rótulos e fugir de alguns modismos que efetivamente não têm nada a ver com o mundo dos vinhos.
Por isso, é preciso estar atento a alguns pontos muito importantes na hora de começar a montar a sua adega em casa, e caso você seja um iniciante no mundo dos vinhos, contar sempre com pesquisa e ajuda de profissionais para não gastar um dinheirão em rótulos que demandam mais conhecimento e jornada nesse caminho.
Escolha um local adequado
Jonas até brinca dizendo que, na sua casa, os vinhos ficam guardados no guarda-roupa, pois, segundo ele, esse é um ambiente muito favorável. Isso porque existem três fatores que afetam diretamente o vinho: temperatura, luz e vibração.
Por isso, colocar a sua adega na cozinha é um problema, por conta de ser um local onde existe grande variação de temperatura, ou mesmo por juntar gordura na garrafa, prejudicando a saúde do vinho. Por isso é melhor sempre manter uma temperatura constante e fresca.
Outro local inadequado e que é a escolha de muitas pessoas, é colocar os vinhos embaixo da escada. Por ser um local de movimentação, o vinho acaba vibrando e tem as suas características alteradas, mesmo sendo um local fresco. Evite deixar as garrafas em contato com a luz. Se for usar algum tipo de iluminação na adega, use luzes frias, como LED, para evitar também a amplitude térmica.
Quais vinhos comprar no começo?
Vinho e identidade nacional sempre fazem um par indissolúvel. Para começo de conversa, é legal ter os clássicos de cada país, até mesmo para o consumidor entender quais são as suas preferências.
“É legal ter alguns vinhos ícones, referências dos países”, diz Martins. O Chile, por exemplo, tem na Cabernet Sauvignon a uva mais plantada, mas a uva ícone é a Carménère. Para vinhos brancos da Argentina, por exemplo, são os Torrontés, do Norte; e claro, não pode faltar um Malbec do país “hermano” também. Ainda: Tannat do Uruguai e Tinto do Alentejo de Portugal. Todos vinhos de fácil acesso.
Como exemplo de vinhos que são encontrados na MMV e estão nessas categorias: o Varela Zarranz Roble Tannat, do Uruguai; o Fortunatus Carménère, chileno; o Cinco Sentidos Torrontés, branco argentino; o Cinco Sentidos Malbec. Para quem quer investir um pouco mais, Pinotage da África do Sul, um Riesling da Alemanha ou um Pinot Noir da Borgonha também agregam nacionalidade e variedade à sua adega.
Conte com a ajuda profissional
Vá em lojas, mercados ou distribuidoras que tenham um sommelier. Depois de decidir qual tipo de vinho você quer, é importantíssimo contar com a ajuda do profissional para entender o que você está levando para casa.
“Se você quer comprar um Pinotage da África do Sul, vá numa loja que tem uma variedade bacana, fala que você deseja comprar um Pinotage e prove. O sommelier vai ajudar você a entender o que lhe agradou e o que não gostou, e assim levar a garrafa certa para casa”.
Cuidado com a internet, que pode trazer propagandas enganosas. Se existe um rótulo em promoção, de 100 reais por 30, acredite, esse rótulo nunca custou mais do que 25 reais. Por isso o profissional vai te ajudar a esclarecer dúvidas e não trocar gato por lebre.
Dica de ouro
Uma dica especial de Jonas Martins é não ter várias garrafas de um mesmo rótulo. Variabilidade é um dos segredos para uma boa adega. Mesmo que você adore muito um vinho, compre uma garrafa dele e as outras cinco garrafas diferentes.
Por exemplo, se você gostou do Felitche Pinot Noir, prove outros Pinot Noir e outras uvas também. Só o Felitche tem nove uvas diferentes, e cada rótulo pode trazer uma nova experiência. Esteja sempre variando, comprando uvas diferentes, de várias vinícolas, de países diversos.
“Imagine que legal a oportunidade de receber alguém em casa e tomar três garrafas de vinho diferentes, para ir dividindo a experiência com as pessoas, colhendo opiniões. Não dá para perder tempo repetindo sempre as mesmas marcas e as mesmas uvas”, ressalta Martins.