A fim de chamar a atenção para a esclerose múltipla, uma doença autoimune do sistema central, o mês de agosto ganhou a cor laranja. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), cerca de 40 mil brasileiros possuem a doença e no mundo já são mais de três milhões. A maioria dos pacientes está na faixa etária entre 20 e 40 anos.
A doença compromete o sistema nervoso central e a medula espinhal, provocando a destruição da mielina, um tecido que protege os neurônios, impedindo-os que funcionem perfeitamente. Entre alguns sintomas da esclerose múltipla estão a fadiga, alterações sensoriais, desequilíbrio, problemas motores e de visão.
As causas são desconhecidas, mas estudos apontam que as mulheres são as mais atingidas em razão das oscilações hormonais, da predisposição genética para doenças autoimunes, a exposição a fatores ambientais e a deficiência em vitamina D.
Segundo o oftalmologista Fernando Naves, do hospital Santa Casa de Mauá, o nervo óptico está entre os mais atingidos pela esclerose múltipla. “Essa condição é conhecida como neuromielite óptica e consiste em uma inflamação do nervo que envia mensagens do olho para o cérebro”, explica.
Essa inflamação altera a visão, deixando-a embaçada ou turva. Outro sintoma está relacionado às cores, que podem ficar mais desbotadas ou escuras, o aparecimento de raios e luzes na visão e dores ao mover os olhos. Todos esses sintomas costumam ser transitórios e desaparecem ao fim de uma crise.
Quanto à questão motora, o ortopedista Marcelo Ruck, também do hospital Santa Casa de Mauá, explica que entre os principais problemas causados pela doença está a perda de força e de equilíbrio. “Com o diagnóstico em mãos, é importante dar início ao tratamento o quanto antes e, se houver comprometimento dos movimentos, a fisioterapia é essencial para estimular os músculos”, orienta.
Medicamentos e exercícios físicos também estão inclusos no tratamento, inclusive a atividade física melhora a qualidade de vida, atua no fortalecimento dos ossos, no controle da fadiga muscular e do peso corporal. Durante uma crise, os exercícios devem ser evitados e o repouso privilegiado.
Assim como em qualquer doença, o diagnóstico precoce traz qualidade de vida ao paciente, reduzindo as sequelas. Por essa razão, é importante estar alerta para os sintomas e, ainda que a doença não tenha cura, os tratamentos junto a uma equipe multidisciplinar são eficientes e ajudam a controlar os seus sintomas.
O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – telefone (11) 2198-8300. https://santacasamaua.org.br/