Um estudo realizado pela Famivita – empresa voltada ao planejamento e à saúde familiar – trouxe à luz algumas informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) na região Sudeste do país. Os resultados mostram um breve panorama acerca do TEA.
Algumas das informações registradas foram que no Estado de São Paulo, por exemplo, 82% das pessoas têm conhecimento de que os sinais do autismo se manifestam desde a infância; 60% dos entrevistados estão cientes de que há pelo menos 2 milhões de autistas no Brasil; 56% dos integrantes conhecem pelo menos uma pessoa com autismo.
Já em Minas Gerais, 81% das pessoas têm ciência de que os sinais do autismo se manifestam desde a infância; 64% das pessoas entrevistadas sabem que há pelo menos 2 milhões de autistas no Brasil; 67% das pessoas conhecem pelo menos uma pessoa com autismo.
No recorte do País, o estudo também revelou que o conhecimento sobre o autismo é menor entre os homens em comparação com as mulheres. Enquanto 69% dos homens afirmaram saber que os sinais do autismo podem ser observados desde a infância, apenas 43% deles tinham ciência de que há mais de 2 milhões de autistas no Brasil, e 54% conheciam pelo menos uma pessoa com autismo. Em contraste, as mulheres apresentaram números mais elevados, com 84%, 62% e 67%, respectivamente.
Necessidade de dados
No Brasil, existe uma carência de dados precisos sobre o autismo. Até o momento, há apenas um estudo de prevalência, realizado em 2011 em Atibaia (SP), que apontou 1 autista para cada 367 habitantes. Este trabalho pioneiro, liderado pelo médico pesquisador Marcos Tomanik Mercadante, foi um estudo-piloto em pequena escala.
Além disso, o Brasil carece de dados sobre o autismo em adultos, ao contrário dos EUA, onde estima-se que cerca de 50 mil jovens com TEA alcancem a maioridade anualmente. No Brasil, um estudo piloto realizado apenas em São Paulo em 2018 estabeleceu a idade média de diagnóstico de autismo em 4 anos e 11 meses, mas com grande variação.
Para melhorar o conhecimento sobre o TEA no Brasil, o Censo do IBGE de 2022 incluiu o autismo nas estatísticas, com o objetivo de mapear o número de pessoas com o transtorno, incluindo aquelas que ainda não têm diagnóstico. Atualmente, estima-se que o país tenha 2 milhões de autistas, e 61% dos participantes do estudo da Famivita têm conhecimento sobre isso, especialmente nas faixas etárias de 35 a 39 anos e 40 a 44 anos, com 65%.
A expectativa é que, com maior informação e conscientização sobre o TEA, haja mais investimentos em pesquisa, diagnósticos mais precisos, profissionais de saúde mais bem preparados, escolas mais capacitadas para receber autistas e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para aqueles que vivem com o Transtorno do Espectro Autista.