O primeiro passo para começar a investir é ter capacidade de gerar renda através de sua ocupação profissional e ter a capacidade de poupar para gerar reserva financeira. Investir é o ato de poupar somado a inteligência financeira. Para isso, é preciso estabelecer objetivos para seus investimentos. Um investimento bem trabalhado é aquele que está dirigido para atender às suas necessidades, aplicado ao horizonte de tempo que melhor se adeque ao objetivo perseguido. Para começar a investir é preciso separar os investimentos em duas prioridades: presente e futuro.
A primeira (o presente), requer que estejamos preparados financeiramente para os imprevistos cotidianos, como ter um carro batido, um problema de saúde, ficar desempregado por um período ou circunstâncias outras usuais. Desta forma, é imprescindível formar uma “Reserva de Emergência”, cujo objetivo é ter o valor de 6 a 12 meses do seu custo mensal guardados. Assim, estando diante de uma eventualidade, é possível manter o padrão de vida pelo período da emergência, sem precisar lançar mão de outros recursos.
Para esse tipo de objetivo, as aplicações mais adequadas têm por objetivo fornecer liquidez e baixo risco, e não rentabilidade alta, pois não se sabe em que momento será preciso utilizar o recurso. A liquidez é a velocidade de conversão de um ativo ou investimento em dinheiro.
As aplicações que se encaixam nesse objetivo são: Tesouro Selic (Letra Financeira do Tesouro), título emitido pelo nosso governo e considerado o título mais seguro do País; Certificado de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária, que se caracteriza pelo empréstimo de dinheiro a uma instituição financeira em troca do pagamento de juros, que é uma taxa de remuneração definida no momento do investimento.
O próximo passo é estabelecer os objetivos futuros de médio e longo prazo. Esses objetivos podem abranger desde a compra de um imóvel, automóvel, demais bens, pode ser o acúmulo de recursos com o fim de complementar a aposentadoria na terceira idade, entre outros.
Nesse contexto, é preciso construir um plano de investimentos para cada objetivo que se tenha.
Por exemplo, com relação ao objetivo da aposentadoria, pode-se calcular qual seria a sua renda mensal adequada para ter na terceira idade, de forma a manter seu padrão de vida. Uma forma de fazer isso, é dividir o valor da renda que se pretende ter por 0,5%. Ilustrando: se a intenção é ter 10 mil reais de renda mensal advindo dos investimentos, ao dividir por 0,5%, se chegará à conclusão de que é preciso juntar R$ 2 milhões de reais pelo horizonte de tempo projetado até a chegada da terceira idade.
Como o horizonte desse tipo de investimento é de longo prazo, é possível alocar em ativos de mais alto risco, para que se tenha maior retorno. Lembrando que investimentos arrojados requerem um horizonte de, no mínimo, 5 anos, pois caso sofram variações negativas terão tempo de se recuperar. Destaque-se que quanto maior for o tempo de investimento, mais os juros compostos trabalharão a seu favor. Logo, os rendimentos mais expressivos advêm de investimentos a longo prazo.
Para esse tipo de aplicação, as principais alternativas são os investimentos em Ações Brasileiras, Ações Internacionais, Fundos Imobiliários, Debêntures, Tesouro IPCA (Título Público Atrelado a Inflação) e os Fundos de Previdência.
Nesse cenário, o ideal é manter uma carteira bem diversificada, de forma que se tenha vários tipos de investimentos diferentes, cada um com riscos, prazos e objetivos de rentabilidades diferentes, fazendo com que se minimize os riscos da carteira e se tenha retornos consistentes no longo prazo. Não espere resultados estratosféricos no curto prazo, esse é o principal caminho para frustrar suas expectativas e acabar tendo uma trajetória curta nos investimentos.
À medida em que se aumenta o conhecimento sobre os mercados e tipos de aplicações financeiras, é possível entender melhor a dinâmica de cada um, adquirindo confiança e, consequentemente, possibilitando uma melhor tomada de decisão na hora de investir.
A forma mais eficiente de criar e acompanhar sua própria carteira de investimentos é através de uma conta em uma “Corretora de Valores”, por meio da qual se tem acesso a praticamente todos os produtos do mercado financeiro, uma vez que tem a função de disponibilizar investimentos de diversas instituições financeiras diferentes, proporcionando um catálogo amplo de aplicações para orientar sua tomada de decisão.
Por fim, tenha em mente que poupar recursos no agora é o primeiro desafio a se vencer; criar o hábito de investir corretamente é o segundo; usufruir dos bons resultados do seu esforço, alcançando seus objetivos é a vitória!
Sobre o autor
Heitor Studart Filho – CFP® – Assessor de Investimentos e Sócio da VLG Investimentos, Engenheiro Civil, MBA em Economia e Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Especialista em Investimentos – CEA® pela Anbima e CFP® (Certified Financial Planner) pela Planejar.