A neuroarquitetura é uma disciplina que busca compreender como o design dos espaços pode impactar o cérebro humano, influenciando diretamente no bem-estar, humor e desempenho das pessoas. Essa área emergente de estudo tem ganhado destaque no campo da arquitetura e do design de interiores, com o objetivo de criar ambientes que promovam sensações positivas e impactem nas questões emocionais e cognitivas dos indivíduos. Os eventos de arquitetura desempenham um papel crucial ao incentivar a exploração e a disseminação desses conceitos inovadores.
A “neuroarquitetura”, termo oficialmente utilizado desde 2003 com a criação da Academy of Neuroscience for Architecture (Anfa), destaca a influência do ambiente na modificação do cérebro e, consequentemente, do comportamento humano. Fred Gage enfatiza que os ambientes têm o poder de transformar capacidades cognitivas e sensações no cérebro humano.
Com isso, a compreensão do tema é de que a arquitetura e o design dos espaços podem ter um impacto direto na saúde física e mental das pessoas. Por meio de uma abordagem científica, a neuroarquitetura busca criar ambientes que estimulem a calma, a produtividade, a criatividade e o conforto.
Além disso, a importância dos eventos de arquitetura na promoção da neuroarquitetura desempenham um papel fundamental oferecendo um espaço para a divulgação de projetos e ideias inovadoras nessa área. Eles proporcionam oportunidades de aprendizado, networking e troca de conhecimentos entre profissionais, estudantes e entusiastas da arquitetura e do design.
Hall Acalento
O Hall Acalento, projetado pelas arquitetas Flavia Campos e Sandra Paes, é um espaço que utiliza a neuroarquitetura para criar um ambiente acolhedor e afetivo. Como afirmou o renomado neurocientista Fred Gage, “as mudanças no entorno mudam o cérebro e, portanto, modificam o comportamento”. O objetivo do Hall Acalento é proporcionar um abraço de boas-vindas aos visitantes, transmitindo uma sensação de conforto e acolhimento desde o momento em que adentram o espaço, através das formas orgânicas e tecidos na decoração.
Projetado pelas arquitetas Flavia Campos e Sandra Paes / Fotos – MCA Estúdio
Quarto da Estilista de Jóias
O quarto da estilista, projetado com base na neuroarquitetura combina conforto e criatividade. A escolha de materiais sustentáveis, como placa cimentícia e madeiras reaproveitadas, promove a consciência ambiental e proporciona aconchego. A integração do espaço com a natureza convida para a contemplação e momentos de relaxamento.
Ambiente da arquiteta Vivi Ferreira – Foto: MCA Estúdio
Varanda Brasiliana
A Varanda Brasiliana, projetada por Fernando Pagani, é um exemplo de aplicação da neuroarquitetura para criar um ambiente que oferece uma experiência sensorial reconfortante. Projetada como um refúgio em meio à agitação da cidade, a varanda proporciona momentos de pausa e conexão com a natureza. O uso de materiais sustentáveis, como um tapete feito de restos recicláveis de garrafa PET, combinado com texturas variadas, como paredes lisas e ásperas e nichos de porcelanato, cria um ambiente visualmente agradável.
Adornos artesanais, como vasos de barro e quadros com frases de artistas brasileiros, juntamente com a presença de cheiros e sons da natureza, completam a experiência sensorial desse espaço. Em suma, a Varanda Brasiliana exemplifica como a neuroarquitetura pode ser aplicada para promover o bem-estar e estimular os sentidos dos ocupantes
Projetado por Fernando Pagani. Foto: MCA Estúdio
Contudo, ao projetar espaços que levem em consideração os princípios da neuroarquitetura, é possível proporcionar benefícios significativos para a sociedade. Ambientes que estimulam a concentração, a interação social, a criatividade e o descanso adequado podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida, da produtividade no trabalho, da saúde mental e do bem-estar geral das pessoas.