Muitos acreditam que, à medida que envelhecemos, a perda de dentes será inevitável. Mas isso não é verdade. “Embora a idade possa levar a um declínio na saúde bucal, não é este fator em si que causa a perda de dentes”, explica Luiz Nantes, mestre em Implantodontia e consultor científico da S.I.N. Implant System. “Na realidade, os cuidados com a saúde bucal que a pessoa cultivou ao longo de toda a vida refletem nessa questão. E a perda dentária após os sessenta anos está associada à falta de prevenção e orientação com relação à higiene oral”, completa.
Quais as principais causas da perda dentária após os 60 anos?
A descoberta do efeito preventivo causado pelo flúor no combate às cáries o transformou, ao longo do século XX, no principal agente no enfrentamento do problema em todo o mundo. “E antes da década de 80 não havia adição de flúor na água, o que aumentava bastante a incidência de cáries e consequente perda dentária”, diz Nantes.
Além disso, os implantes não eram tão conhecidos e acessíveis. “E as pessoas colocavam próteses fixas ou removíveis, que ficam apoiadas sobre os dentes saudáveis e a sobrecarga acabava os prejudicando”, diz o especialista.
Um outro ponto é que a expectativa de vida aumentou e, com isso, ocorrem alterações fisiológicas importantes no organismo, o que impacta diretamente os dentes. A atenção com a saúde bucal torna-se, portanto, imprescindível para um envelhecimento saudável.
Quais os impactos da perda dentária para o idoso?
“A perda dentária afeta a função mastigatória e os restos de comida chegam em pedaços maiores ao estômago, o que compromete a absorção adequada de nutrientes”, explica o especialista. “E também ocorre uma menor ingestão de alimentos como frutas e vegetais, essenciais para a saúde. Isso tudo pode causar desordens metabólicas e gastrintestinais.
Além disso, é preciso destacar que a perda de dentes tem um impacto negativo na autoestima e pode dificultar a comunicação interpessoal, levando ao isolamento e a transtornos de ansiedade e depressão.
Mas não é um problema exclusivamente estético. Dependendo da posição do dente ausente, é possível também que a dicção seja comprometida.
Como evitar a perda dentária após os 60 anos?
A melhor forma de prevenir a perda de dentes, segundo o Dr.Luiz, é manter uma higiene bucal adequada. “Escovar os dentes após cada refeição e utilizar o fio dental em todas as escovações são medidas básicas e fundamentais”, diz o especialista.
Além disso, é preciso fazer visitas regulares ao dentista, idealmente a cada seis meses. O fumo também deve ser evitado, já que eleva o risco de surgimento das doenças gengivais e câncer bucal.
E se houver perda dentária, qual é a melhor solução?
Os implantes dentários são a forma mais eficaz de repor dentes perdidos. Eles são exatamente iguais aos dentes naturais e restituem completamente suas funções originais. E, ao contrário das próteses, podem ser permanentes. Inclusive, com uma higiene bucal adequada, têm potencial para durar a vida toda.
“Os implantes não precisam ser ancorados a dentes adjacentes, como ocorre com as próteses”, destaca Nantes. “Além de serem estáveis, o que significa que não há riscos de se movimentarem na cavidade bucal, o que traz maior segurança ao paciente”, completa.
Em tempo: desde sua invenção em 1952, os implantes dentários percorreram um longo caminho. De acordo com diversos estudos da área, sabe-se que, atualmente, a taxa de sucesso da cirurgia é de quase 98%, o que a torna um dos procedimentos orais mais seguros e eficazes.