Uma decoração de interiores bem feita é uma maneira de repaginar não só um ambiente como a casa inteira. E o melhor é que, hoje em dia, existem várias ideias que cabem em qualquer bolso e agradam aos mais diversos perfis de moradores. Para quem deseja começar devagar, mas de maneira certeira, a arquiteta dos apartamentos decorados da Construtora Yticon, pertencente ao Grupo A.Yoshii, Cristina Cardoso, sugere investimento em apenas um cômodo, seguindo inspirações temáticas. O desafio, segundo ela, é conseguir uma decoração criativa e, ao mesmo tempo, harmoniosa.
O primeiro passo para investir em uma decoração temática, ainda que pareça óbvio, é ter o tema bem definido em mente. “Em doses moderadas, é possível combinar elementos de estilos variados, imprimindo mais vida e personalidade ao ambiente. Porém, é preciso muita cautela nessa mistura de elementos de temas diferentes pois pode resultar em um ambiente destoante. Penso que a utilização de elementos clássicos e modernos em um mesmo ambiente oferece a possibilidade de maior perenidade da decoração. O literal é mais efêmero, o diverso é atemporal.”
Ainda de acordo com a profissional, investindo apenas em alguns itens, cores ou móveis já é possível dar outra “cara” para o ambiente. “Mais uma vez, é importante dizer que a decoração temática deve ser bem dosada para não passar do ponto e virar algo caricato, artificial ou cenográfico. Definida essa etapa, vale a pena estudar bem os elementos principais que caracterizam essa decoração e tentar trazer para uma base já existente. Ou, ainda, estabelecer um projeto novo com esses itens, que vão de paleta de cores, estampas, tipos de materiais ao design de móveis e objetos”, resume. Confira mais dicas:
Defina o tema
Para ela, os temas ou estilos devem ser usados como inspiração, não como objetivo puro e simples. Para uma cozinha, por exemplo, a arquiteta sugere o estilo provençal como tema. “Este ambiente, especificamente, deve ser prático. Por isso, é importante adequar os eletrodomésticos que serão usados ali. Uma dica para incorporar esse estilo – que possui características mais rebuscadas e vintage – com naturalidade e baixo custo é aplicar uma paleta de cores mais suave, com predominância do branco, verde, azul, turquesa, ou cores pastel”, diz, acrescentando ainda que, investimento em detalhes como puxadores mais requintadas em armários e gavetas modernos, com tecidos ou quadros com temas florais e folhagens suaves garantem um visual novo e com pouco gasto.
Se a escolha for um boho chic, o trabalho manual é muito bem-vindo, já que esse estilo tem muita referência em um visual mais despojado, incluindo itens artesanais. “Vale a pena apostar na técnica de pátina nos móveis (técnica que envelhece superfícies dos móveis valorizando o aspecto desgastado) para repaginá-los e trazer mais personalidade em peças que, após esse tipo de remodelação, se tornarão únicas e exclusivas.” Já os itens feitos à mão, de maneira artesanal, também são ótimas opções para decorar, garantindo um toque de exclusividade e requinte. Entre as opções, estão mantas e xales de tricô, almofadas com bordados ou patchwork, como no quarto de casal do empreendimento Venice Downtown (Londrina-PR). Já nas peças-base de decoração, como cortinas e tapetes, dê preferência para tecidos naturais, dentre eles o linho e algodão.” E nas peças complementares como cachepôs, vasos, bandejas, uma sugestão é o uso de juta, uma espécie de tecido em fibra natural.
Cada ambiente com um tema?
Uma das primeiras dúvidas de quem está começando é se, ao escolher o tema de um ambiente, há necessidade de seguir o mesmo padrão nos demais cômodos. A arquiteta explica que o mais importante é saber misturar temas e estilos em todos os ambientes. “Em uma loja, restaurante, ou qualquer outro espaço comercial, existe a possibilidade de abusar mais e mergulhar de cabeça no tema escolhido. Alguns até apelam para o exagero como uma marca registrada mesmo. Mas em casa é diferente. Digo sempre que os ambientes residenciais devem ter a decoração incorporada ao dia a dia dos moradores, que consiga refletir o estilo deles. Por isso, tratar cada ambiente com um tema pode parecer um pouco artificial. O mais interessante é misturar e valorizar mais um determinado estilo no ambiente que o morador mais utiliza.”
Um exemplo de um estilo “conversar” em dois ambientes distintos – como uma área externa e um closet – é investir em elementos que criem conexões de um mesmo tema maior, já que um ambiente pede itens mais robustos e outro mais suaves. “Uma alternativa seria lançar mão de detalhes que possam ser incorporados de forma pontual nos outros ambientes. Então, uma cor, um objeto ou um móvel, já podem dar esse destaque da referência e integração dos temas. Tomando como exemplo o boho chic, é possível trazer uma atmosfera que incorpora o rústico e confortável, mas com a simplicidade e a autenticidade do artesanal, do exclusivo”, pontua a arquiteta, destacando a sala de estar do empreendimento Carmel (Londrina-PR).
Decoração infantil
Ainda que a criança tenha um personagem preferido, em geral, essa fase passa em pouco tempo e o investimento acaba perdido. Para que isso não aconteça, a recomendação de Cristina é trabalhar com elementos básicos. “Um quarto infantil com tema de algum personagem pode trazer cores que os identifiquem nas pinturas de paredes, na roupa de cama, nas almofadas, etc. Com relação aos objetos de decoração, itens colecionáveis são bem-vindos, além de mascotes e pelúcias. Por sua vez, carregar em muitos itens ao mesmo tempo – como cortina, tapete, almofada – pode deixar o ambiente caricato”, resume, pontuando que música, esportes, games e personagens são temas muito ricos para serem incorporados na decoração em elementos mais fáceis de serem reformados ou removíveis, como no quarto infantil do empreendimento Hype (Londrina-PR).