Com o avanço tecnológico, as crianças estão tendo contato cada vez mais cedo com as redes sociais. Diante disso, manter a atenção dos alunos durante as aulas não é uma tarefa fácil, conforme explica Lucas Briquez, diretor Adm da Escola Teia Multicultural e CEO da Edtech Asas Educação.
Segundo ele, o tempo de atenção é um dos bens mais preciosos que alguém pode oferecer e na sala de aula isso não é diferente.
“As redes sociais, como o TiKToK, por exemplo, tem ganhado bastante destaque entre os adolescentes, pré-adolescentes e até mesmo entre as crianças. Parece ser simplesmente algo divertido, inofensivo, mas, na verdade, é algo neurocientificamente planejado e formado para que consiga de fato atrair essa atenção. Disputamos a atenção do estudante com ferramentas poderosíssimas e ao mesmo tempo vivemos esse pós-pandemia, onde muitas crianças e adolescentes estão bastante desequilibrados emocionalmente”, mencionou.
Para o educador, nesse contexto é necessário buscar novas estratégias para obter a atenção dessas crianças e adolescentes dentro da escola.
“Sem atenção não acontece o aprendizado. E a nossa função como escola é proporcionar aprendizagem”, garantiu.
Ainda de acordo com Lucas, hoje o professor não disputa a atenção dos alunos somente com o jardim, com o parque ou com a bola, mas sim com o universo que acontece dentro de uma rede social.
“Temos algumas metodologias ativas ganhando destaque no cenário educacional. Nós da Teia trabalhamos com projetos interdisciplinares. O trabalho por projetos pode ser visto como uma espécie de guarda-chuva que aglutina algumas metodologias ativas. Isso significa que dentro dele você pode utilizar diversas práticas consideradas de aprendizagem ativa”, citou.
A prática de pedagogia por projetos utilizada na instituição de ensino que Lucas representa é totalmente autoral, baseada na arte e no autoconhecimento. Dessa forma proporciona um ensino mais significativo e ao mesmo tempo potencializado.
“Utilizamos uma ferramenta que pode ser replicada facilmente em toda instituição que é a prática de ‘mindfulness’ dentro da sala de aula”, emendou.
Mindfulness é uma palavra da língua inglesa que não tem um equivalente exato em português. O adjetivo mindful se refere a quem está atento ou consciente de alguma coisa, e mindfulness seria assim o estado de estar atento, de estar consciente.
“O mindfulness funciona como uma espécie de exercício para o cérebro. Assim como exercitamos nosso corpo e temos um uma melhora no desempenho, também temos atividades que podemos fazer para nosso cérebro. Sendo assim, essa técnica acabou sendo uma excelente aliada na potencialização da capacidade de atenção”.
O especialista finalizou argumentando que “levando em consideração que durante a infância temos a maior capacidade de neuroplasticidade, é extremamente indicado que apliquemos o mindfulness com as crianças desde cedo”.