Seria um esforço imensurável – e talvez inútil – lutar contra a era digital. Agora os jovens crescem rodeados por uma hiperconectividade que está ao alcance das mãos e confrontam os dilemas de uma socialização mediada pelas telas. E, se educar crianças e adolescentes longe das tecnologias já é inviável no contexto de muitas famílias brasileiras, o que pode ser feito para proporcionar um ambiente saudável e seguro nesses espaços?
Com um olhar voltado para pais, educadores e responsáveis que enfrentam os desafios do mundo contemporâneo, Fernando Lino apresenta ferramentas práticas para promover um melhor contato das novas gerações com as ferramentas tecnológicas. No livro Bem-estar Digital, o pesquisador e neuroeducador condensa os anos de experiência na área em 7 princípios possíveis de serem aplicados no cotidiano.
O autor traduz uma pesquisa acadêmica realizada com 500 famílias e os extensos dados sobre essas plataformas em uma linguagem acessível ao público que está fora do ambiente universitário. Assim, ele conecta situações corriqueiras com informações cientificamente embasadas, como o excesso de conteúdos infantis nas redes; as consequências dos relacionamentos parassociais com influenciadores; as associações entre a falta de atenção e o tempo na frente das telas; e os efeitos das “curtidas” na autoestima.
Desde cedo, é fundamental que as mídias digitais sejam vistas como uma oportunidade de conexão familiar, e não como um escape individual. Ao transformar o uso de telas em momentos compartilhados, as famílias podem fortalecer seus laços e promover uma interação mais saudável com a tecnologia. Quando a família assiste a filmes, joga videogames ou participa de chamadas de vídeo juntos, cria-se um ambiente de interação e comunicação. (Bem-estar Digital, p. 51)
Entre as estratégias citadas para promover um ambiente saudável, Fernando Lino recomenda a “dieta tecnológica”. A ideia é pensar o uso dos meios digitais como uma rotina alimentar: estabelecer um plano de mídia com regras claras; manter um diálogo aberto e sincero com os filhos sobre a metodologia mais efetiva; e priorizar ações como leitura e exercícios físicos no tempo extra. O autor também reforça outras práticas fáceis de serem adaptadas para a realidade, como engajar-se nos interesses dos jovens e incentivar o uso da internet como ferramenta de fortalecimento de laços.
O livro ainda apresenta quatro valores imprescindíveis para crianças e adolescentes desenvolverem em prol de um mundo virtual seguro: o amor para prevenir comportamentos violentos, como o bullying; a curiosidade para ajudá-los a buscar informações profundas além dos conteúdos superficiais na internet; o pensamento crítico no intuito de proteger contra desinformação; e convicção sobre quem eles são para resistir a críticas externas.
Prefaciada pelo neuropediatra e coordenador da Rede E.S.S.E Mundo Digital, Eduardo Jorge, a obra é voltada para todos que percebem a inviabilidade de praticar a “tela zero” na rotina. “Dificilmente essa ideia encontra espaço na agenda repleta de mil demandas da maioria das famílias brasileiras. Por isso, resolvi escrever para as famílias ‘reais’, que sabem que as telas já fazem parte do seu dia a dia, mas precisam de maneiras práticas para guiar seus filhos”, explica o escritor.
FICHA TÉCNICA
Título: Bem-estar Digital
Subtítulo: 7 Princípios para Educar Mentes e Corações na Era Digital
Autor: Fernando Lino
Editora: Aruã Editorial
ISBN: 9786501148311
Páginas: 194
Preço: R$ 49,90
Onde comprar: Amazon
Sobre o autor: Fernando Lino é pesquisador e neuroeducador. Membro da Associação Internacional de Educação Neurodesenvolvimental (IANDE), é graduado em Economia (UFJF), pós-graduado em Tecnologia Educacional (UFScar) e mestre em Educação Tecnológica (University of Tarty). Além de estudar os impactos da tecnologia na vida de crianças e adolescentes, é fundador do Guardião Digital, um projeto que promove bem-estar virtual nas escolas brasileiras. Como autor, publicou os livros “Xarope Digital” e Bem-estar Digital.
Instagram do autor: @soufernandolino