A alimentação natural para pets tem se tornado cada vez mais popular entre tutores que buscam oferecer maior qualidade de vida para seus animais de estimação. No entanto, diversos mitos ainda cercam essa prática, gerando dúvidas e muita confusão para quem pretende mudar a dieta. Cleuma Ferreira, médica veterinária e pós-graduada em Nutrição, Endocrinologia e Metabologia de pequenos animais, esclarece os quatro principais mitos sobre essa modalidade de alimentação. Ela diz que a regra de ouro para não cometer falhas que possam prejudicar a saúde de cães e gatos é “buscar a informação em fontes confiáveis.’’
Custo-benefício
Um dos mitos mais comuns é que a alimentação natural é cara. Estudo publicado no Journal of Animal Science, em 2014, mostrou que pets alimentados com dietas naturais apresentam menos problemas de saúde ao longo do tempo, diminuindo assim as despesas veterinárias.
Segundo Cleuma isso acontece devido à qualidade da alimentação. “Embora a alimentação natural possa parecer mais cara inicialmente, a longo prazo acaba sendo mais econômica, pois uma dieta equilibrada pode ajudar a prevenir doenças e reduzir custos, já que teremos um pet mais saudável.”
Não precisa ser difícil
Outro mito é a dificuldade em fornecer uma alimentação natural balanceada, porque existem muitos fatores a serem considerados, já que todo ser vivo precisa de suplementação mineral e nutricional. ‘’Assim como nós nos beneficiamos de vitaminas, sais minerais e nutrientes, os pets também’’, conta Gisela Mattos, CMO e co-fundadora da Pet Chef Chico, empresa especializada em marmitas naturais personalizadas para pets.
Cleuma Ferreira explica que, se o tutor contar com o apoio de um veterinário especializado em alimentação natural, é possível fornecer uma dieta equilibrada e adequada ao pet. “Assim a alimentação com certeza atenderá a todos os requisitos necessários.’’
Grãos e carboidratos são dispensáveis
Muitos tutores acreditam que cães e gatos precisam de grãos, cereais e carboidratos em sua dieta, no entanto essa crença precisa ser revista. ‘’Os cães e gatos são carnívoros, portanto não precisam obrigatoriamente desses elementos na dieta, principalmente gatos, que não possuem capacidade digestiva para isso’’, aponta Cleuma.
A adição desses alimentos na dieta está associada a alguma necessidade específica, como balanceamento energético, segundo a veterinária. ”Não são todos os carnívoros que vão conseguir comer e digerir normalmente, existem exceções, por isso inserimos em casos mais específicos ou em perfis que tenham necessidade”, completa a veterinária.
A especialista explica que a melhor aliada do seu pet sempre será a proteína. ‘’Uma dieta natural e adequada deve ser composta majoritariamente por proteínas de origem animal, já os vegetais e frutas servem como um complemento nutricional’’, comenta.
Alimentação completa
Um mito que é comumente disseminado é o de que a alimentação natural pode causar deficiências nutricionais. A especialista em nutrição animal explica que, na verdade, a alimentação natural promove mais diversidade de nutrientes e equilíbrio à dieta dos pets. “Com uma variedade de alimentos frescos e naturais, e uma suplementação adequada, é possível fornecer todos os nutrientes essenciais para a saúde do pet”, conta.
Há ainda a ideia errônea de que todo e qualquer vegetal pode ser incluído na dieta dos bichos. Mas, na verdade, há algumas frutas, como uva e abacate, e alguns vegetais, como a cebola, que são tóxicos e podem causar problemas sérios. “É fundamental não acreditar em tudo que é dito na internet, onde há muita desinformação. Uma coisa deve ficar clara: a alimentação natural, quando bem planejada e elaborada por um veterinário, é completamente segura e benéfica para os pets’’, completa Maria Mattos, sócia-diretora da Pet Chef Chico.