O terceiro disco de estúdio do rapper e pedagogo Thiago Elniño, Correnteza(ouça aqui), foi lançado em março deste ano, apresentado como palco de raps feitos “sob influência ancestral e de forma artesanal no cuidado com as palavras”. Agora, esse palco ganha novos protagonistas. Com participação de 11 profissionais envolvidos nas etapas necessárias para colocar seu álbum no mundo, o artista lança o projeto Disco Escola: uma série de vídeos que democratiza o conhecimento sobre o mercado musical ao detalhar todas as áreas da gestão de carreira de um músico independente (acesse aqui).
“O projeto parte do intuito que eu queria que qualquer moleque preto, qualquer artista que tivesse começando, pudesse entender os processos que a gente passou para construir esse álbum, para também usarem disso para construir disco e carreira deles”, conta Thiago. Ao todo, a ação é composta por 12 vídeos que, juntos, constroem um espaço onde os processos do disco e da carreira do rapper são documentados, mas não no tradicional formato de making of.
Com uma carreira pautada pela cultura e educação, Thiago conta que, até aqui, utilizou tecnologias já inventadas por outras pessoas, mas sempre adaptando para sua realidade de forma que conseguisse estruturar seu trabalho. E é isso que ele espera do Disco Escola: que outros artistas adaptem o que aprenderam ali para realizarem a própria auto gestão.
Mas vale ressaltar: o site é só a primeira iniciativa. “O Disco Escola é o primeiro evento para além do Correnteza. A ideia é que partindo do disco, ele tenha outros projetos que se relacionem ligados à moda, educação e culinária”, diz, reforçando o provérbio africano que é uma de suas referências e que ele enxerga como uma motivação para artistas independentes seguirem em frente apesar das diversidades: “a água sempre encontra seu caminho”.
“Esse é um momento onde temos poucas perspectivas enquanto humanidade. Ainda assim, você tem que entender que as coisas podem dar errado dando certo, ou dando o menos errado possível. A única opção que a gente tem, é seguir em frente tentando estar o melhor que pudermos”, conta o rapper, que vê o movimento das águas como símbolo de força e perseverança. “Nesse momento, precisamos ser correnteza”, afirma.