Mais da metade dos brasileiros relatam sentir dificuldades para dormir, segundo dados do Instituto do Sono, apresentados em 2021. 68,8% dos participantes do estudo afirmaram não conseguir descansar de forma satisfatória, enquanto 59,4% disseram acordar ao menos duas vezes por noite.
As causas, que precisam ser sempre investigadas por um especialista, são as mais diversas, de estresse a um ambiente insatisfatório para o sono (quarto muito claro e barulhento, por exemplo), passando pelo encaixe ruim dos dentes por conta de alterações de crescimento dos maxilares. Nesse último caso, o ajuste mais adequado da maxila (maxilar superior) e mandíbula (maxilar inferior), possível por meio da cirurgia ortognática, que remodela esses ossos da face, pode ser a solução.
“Os ossos são reposicionados seguindo parâmetros bem definidos para melhorar a estética da face e o encaixe dos dentes, promovendo a adequação da via aérea para melhora do ronco e do sono”, explica o otorrinolaringologista Gabriel Zorron Cavalcanti, cirurgião cranio-maxilo-facial do Hospital IPO.
Outros benefícios da cirurgia ortognática são a melhora na fala, na mastigação e na articulação temporomandibular, responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, fatores que impactam também a autoestima e confiança dos pacientes.
Antes da cirurgia, o paciente passa por uma série de exames, análises e estudos junto ao ortodontista e cirurgião crânio-maxilo-facial. Nessa fase, é preciso tirar as medidas do rosto e realizar exames como radiografia e tomografia computadorizada da face e escaneamento digital das arcadas e do rosto.
Todos os resultados são avaliados por um software para análise dentofacial e esquelética, o que garante maior exatidão no processo. Os recortes ósseos são posicionados virtualmente e permitem ao cirurgião checar as mudanças em tempo real, com guias confeccionadas em resina autoclavável por uma impressora 3D de alta precisão. A fixação das placas e parafusos de titânio biocompatíveis com os ossos da face também conta com enxertos substitutos ósseos, posicionados nos espaços criados para diminuir o tempo de cicatrização.
“A equipe do Hospital IPO é habilitada para a realização da chamada ‘cirurgia ortognática minimamente invasiva’. Além de precisos, os procedimentos menos agressivos permitem que o paciente tenha alta em menos de 24 horas”, comenta Cavalcanti.
O cirurgião ainda recomenda que as orientações pós-operatórias, como utilização dos elásticos ortodônticos, devem ser seguidas com rigor para garantir os melhores resultados.