O dólar comercial está cada vez mais próximo dos R$ 5. No dia 21 de junho, a moeda norte-americana atingiu o menor valor para venda, cotada a R$ 5,022. E surge aquela dúvida para quem deseja fazer uma viagem pós-pandemia: comprar o dólar agora ou depois?
O especialista em câmbio Anderson Souza Brito recomenda cautela na hora de adquirir a moeda, porém, é necessário não deixar para última hora. “Embora temos expectativa de melhora da cotação da moeda estrangeira, a aquisição precisa ser de forma gradual e planejada para minimizar os impactos das interferências e que se possa obter um preço médio de seu valor”, afirma.
Essa estratégia do preço de médio é conhecida como Dollar Cost Averaging (DCA), que consiste em escolher uma moeda desejada para comprar e aplicar periodicamente uma quantia fixa na compra dela.
De acordo com o fundador da Revhram, assessoria e intermediação de operações cambiais, a volatilidade do dinheiro é causada por fatores como expectativa da vacinação da população, turbulência política e intervenções dos Bancos Centrais, que alteram as taxas de juros em busca de conter as consequências da crise sanitária, por exemplo.
Se você for viajar aos Estados Unidos, existe uma maneira de economizar com cédulas. São três tipos de cédulas de dólares existentes no mercado e são conhecidas como cara pequena (mais antigas), cara grande (antigas esverdeadas) e a nova que possui novos dispositivos de segurança, como uma fita azul. Todas as notas são válidas, segundo o Banco Central dos Estados Unidos. Porém, de acordo com Anderson, elas possuem valores diferentes no mercado por causa da segurança.
“Caso o destino for outro lugar e você deseja comprar dólar para a sua viagem, é sempre importante adquirir as notas novas azuis, pois cada país possui sua política de aceitação e assim você não possui risco de rejeição da moeda”, destaca ele.
Uma maneira de gastar menos é verificar os sites que compilam as cotações de casas de câmbio e ainda destacam no seu preço do Imposto de Operações Financeiras (IOF) – 1,10%.
O viajante tem diversas modalidades para cobrir seus gastos durante a viagem, como o dinheiro físico, o cartão pré-pago e o cartão de crédito. “Dentre as três opções, comprar a moeda estrangeira é a mais vantajosa, por conta da incidência menor de imposto, gerando uma economia considerável”, destaca ele. Quando compra o dinheiro nas casas de câmbio, o consumidor paga o IOF em 1,10% e os custos do dólar turismo.
Vale ressaltar que ao sair do Brasil, com mais de R$ 10 mill, é preciso preencher a Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes (e-DBV) e apresentá-la à fiscalização aduaneira. E muito cuidado ao guardar e manusear o dinheiro.
No caso do cartão pré-pago, existem os custos do cartão, a incidência do IOF de 6,38% e a taxa do câmbio do momento do carregamento do crédito. Do mesmo modo, acontece com o cartão de crédito internacional, com IOF de 6,38%, mas a taxa de câmbio será no momento de sua utilização.
No Brasil, já é possível abrir uma conta corrente internacional em dólar para ajudar na conversão e evitar o transporte da moeda física.
A vantagem da conta corrente internacional é que a cotação do dólar é o comercial e não o turismo, o que já é uma economia muito considerável.
“A conta corrente para quem for utilizar o dólar como parâmetro, hoje é a melhor saída para economizar, ter segurança, controle e simplicidade, já que além de usar a cotação comercial, não fica limitada ao valor de R$ 10 mil e a obrigatoriedade de declarar à RF”, conclui Anderson.
O viajante também pode mesclar as modalidades de pagamento durante o passeio e curtir pagando menos.