No mundo, a ascensão de uma Nova Economia tem se consolidado por meio de um processo liderado por empresas comprometidas em avançar nas pautas ESG (sigla em inglês referente a questões ambientais, sociais e de governança), porém, um dos grandes desafios para essas empresas é mensurar o quanto estão realmente progredindo dentro desta agenda e o que têm feito, efetivamente, para que essas práticas saiam do papel. Para endereçar esse desafio, a Humanizadas – empresa de avaliação multistakeholder em ESG, que faz uso de Inteligência de dados, visando beneficiar pessoas, sociedade e planeta –, desenvolveu o primeiro ESG Rating brasileiro com a pesquisa Melhores para o Brasil. Na edição 2023 do levantamento, um dos destaques é o negócio de impacto Simbiose Social, que recebeu o ESG rating A, que demonstra alto nível de maturidade organizacional.
A pesquisa da Humanizadas avalia organizações em quatro pilares institucionais – reputação, princípios de gestão, cultura e narrativas –, para medir a qualidade das relações da organização com os seus stakeholders, colaboradores, lideranças, clientes, parceiros, fornecedores e sociedade. A partir da percepção dos públicos externos e também do time de colaboradores, a pesquisa identifica padrões, sinais e evidências de uma nova forma de atuar na economia e se essas corporações estão alinhadas às atuais práticas, principalmente quando comparadas ao mercado. O objetivo da empresa é impulsionar o Capitalismo de Stakeholders por meio de estudos que são compartilhados com estas empresas ao longo do ano.
Para Mathieu Anduze, cofundador da Simbiose Social, este prêmio representa um grande reconhecimento para a social tech, pois destaca o compromisso em criar um ambiente de trabalho saudável e respeitoso, e cultivar relacionamentos saudáveis e sustentáveis com todos os stakeholders. “Estamos orgulhosos do trabalho que temos feito até aqui e este prêmio nos inspira a continuar buscando ser uma empresa de impacto positivo, que valoriza e investe em pessoas e nas relações humanas”, afirma Anduze.
Social tech usa IA para auxiliar empresas a implementar o “S” do ESG
Mais de R$ 3 bilhões são disponibilizados, anualmente, pelos orçamentos dos governos federal, estaduais e municipais para investimento por meio de leis de incentivo fiscal no Brasil. No entanto, ainda que este valor esteja disponível para ser transacionado, cerca de 70% das organizações sociais inscritas nestes mecanismos não conseguem sair do papel. Essa ineficiência é a consequência da grande assimetria de informação e da falta de transparência entre patrocinadores e gestores de projetos sociais. Para endereçar esse desafio, a Simbiose Social – negócio de impacto de base tecnológica, que atua no planejamento e na realização de investimento social privado – desenvolveu um sistema inteligente de gerenciamento de dados relativos a mais de 30 mil iniciativas sociais e oferece uma visão completa do ecossistema de projetos culturais, esportivos e de saúde aprovados em leis de incentivo desde 1992. Como resultado de cinco anos de trabalho, a social tech anuncia a movimentação de mais de R$ 350 milhões em incentivos fiscais.
Fundada em 2017 por Raphael Mayer, Mathieu Anduze e Tadeu Silva, a social tech coleta e analisa dados por meio de robôs alocados nas diferentes bases públicas envolvidas com as leis de incentivo, nos âmbitos federal, estadual e municipal. De forma pioneira no Brasil, o trabalho da startup ajuda a otimizar e democratizar a distribuição dos recursos financeiros entre projetos e organizações sociais que geram alto impacto social, em diferentes localidades do país. Além de dar luz aos dados das leis do país, a plataforma altera uma lógica de mercado pautada por um formato em que os projetos entravam em contato com empresas ao serem vistos e avaliados para investimentos ou, então, para participarem de editais.
Em linhas gerais, a Simbiose Social promove maior movimentação financeira para o terceiro setor ao gerir de forma mais eficiente e inteligente a verba de leis de incentivo de empresas. Ao mesmo tempo, otimiza a pesquisa, a avaliação e a gestão dos investimentos sociais. Em suma, a social tech possui soluções para três etapas: pré-investimento (estratégia, seleção, auditoria etc.); gestão do investimento (acompanhamento junto à organização); e pós-investimento (relatório de investimento). Para o terceiro setor, oferece um produto para tornar as informações mais transparentes. Por meio da plataforma é possível mapear todas as empresas que utilizaram as leis de incentivo nos últimos anos, assim como o perfil de organizações que costumam apoiar.
Recentemente, a Simbiose lançou uma plataforma que oferece uma resolução prática para que as empresas possam mexer o ponteiro da implementação do “S” da agenda ESG no Brasil (sigla que classifica as melhores práticas ambientais, sociais e de governança das empresas) e potencializar o impacto do investimento social em todo o Brasil. Para tal, a social tech desenvolveu um algoritmo proprietário que cruza demandas sociais com a oferta de organizações que atuam diretamente com causas sociais. Dessa forma, a startup criou metodologias e algoritmos que viabilizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, em consequência, a Agenda 2030.
Com uma equipe de mais de 30 colaboradores, a empresa possui hoje mais de 45 clientes corporativos e mais de 140 organizações sociais que pagam para usar a ferramenta. Ao todo, 462 projetos já foram impactados diretamente pela plataforma, que já movimentou mais de R$ 350 milhões em investimentos de incentivos fiscais, acessando 18 legislações (sete federais, duas municipais e nove estaduais), de 13 Estados e mais de 1.000 auditorias realizadas. Entre o público beneficiado, destacam-se organizações sociais, culturais, esportivas, produtores culturais e audiovisuais, hospitais, APAEs, entre outros – que trabalham sobretudo com cultura, esporte, direitos das crianças e dos adolescentes, direitos do idoso, tratamento oncológico e atenção a pessoas com deficiência. Os projetos viabilizados são nos âmbitos cultura, audiovisual, esporte, direitos da criança e do adolescente, direitos do idoso, tratamento oncológico e atenção a pessoas com deficiência.
Na análise dos principais diferenciais da social tech, um dos destaques é a metodologia. A Simbiose – que funciona como um banco de dados para a tomada de decisão com foco em impacto social – tem uma metodologia oriunda da área de inteligência de dados nos diferentes produtos. Hoje, a social tech conta com algoritmos que têm um viés de impacto social positivo, usados para auxiliar empresas a tomarem decisões e garantir que a verba chegue a ONGs que mais precisam. Entre os outros diferenciais, destacam-se a base de dados com mais de 180 mil organizações não governamentais que estão buscando captação de recursos; processo de auditoria escalável que permite entregar uma auditoria de ONG em 10 dias úteis de forma escalável e barata; pós-investimento com agregação de dados de diferentes investimentos e organizações investidas com comparação de dados públicos, para ter clareza do investimento de uma empresa versus seu setor; e plataforma para ONGs que, por meio da inteligência de dados, auxilia no processo de captação de recursos.
DESEMPENHO DA SIMBIOSE SOCIAL NA PESQUISA
INDICADORES |
MÉDIA DOS NEGÓCIOS NO BRASIL | RESULTADOS SIMBIOSE SOCIAL 2023 |
COMPARATIVO* (%) |
Experiência das lideranças | 49% | 69% | + 42% |
Experiência dos colaboradores | 39% | 71% | + 80% |
Experiência dos clientes | 47% | 90% | + 93% |
Direcionador estratégico | 53% | 81% | + 53% |
Aprendizado individual | 58% | 77% | + 31% |
Bem-estar | 67% | 78% | + 17% |
Autonomia | 69% | 83% | + 22% |
*Percentual acima da média dos negócios no Brasil
Experiência de lideranças, colaboradores e clientes: indica a percepção sobre as trocas entre a empresa e o stakeholder.
Direcionador estratégico: indica a orientação estratégica da organização na geração de impacto positivo na sociedade e no planeta.
Aprendizado individual: indica uma cultura de compartilhamento de aprendizados e liberdade para testar.
Bem-estar: indica a percepção das pessoas de que a empresa cria condições para a melhoria do bem-estar das pessoas.
Autonomia: indica a percepção de liberdade para que os colaboradores proponham melhorias e implementem mudanças.
Os Ratings servem como um índice de qualidade das práticas de uma instituição e podem ser utilizados por diferentes atores: investidores e fundos de investimento, colaboradores, governança e gestão, parceiros de negócios, clientes, consumidores e sociedade. “Podemos sintetizar os desafios de adaptação externa e integração interna das organizações relacionados a diversos fatores. Ter consciência dessa pressão por mudanças pode ajudar as organizações a reduzir riscos de negócio ou revelar uma série de oportunidades de crescimento e inovação como melhor reputação da marca, experiência dos clientes, experiência dos colaboradores, inovação de produtos, serviços, modelo de negócio, maior crescimento e rentabilidade no médio e longo prazo”, afirma o fundador e CEO da Humanizadas, Pedro Paro.
Sobre a Humanizadas
A Humanizadas é a primeira empresa brasileira de avaliação multistakeholder em ESG orientada à Inteligência de Dados. Com a pesquisa “Melhores Para o Brasil”, analisando organizações em quatro pilares institucionais – reputação, princípios de gestão, cultura e narrativas -, alinhada ao Capitalismo de Stakeholders, a Humanizadas tem como objetivo combater o greenwashing. A empresa auxilia no processo de prosperidade econômica no país, mitigando crises ambientais e de governança, além de diminuir a desigualdade social, ao mesmo tempo em que constrói reputação de marcas, cultura organizacional, princípios e valores.