Com a pandemia, empresas de diferentes setores precisaram, quase que de um dia para outro, acelerar seus processos de transformação tecnológica. Estruturas das escolas foram para as plataformas onlines, os escritórios migraram para os notebooks e celulares, e o E-commerce virou para muitos a única opção para se comprar e vender.
Porém, essas mudanças levaram muitas empresas a lidarem com um gargalo: a falta de mão de obra na área de Tecnologia da Informação (TI), uma categoria que já era disputada pelas companhias antes mesmo das mudanças impostas pela Covid-19. Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estima uma demanda anual de 70 mil novos profissionais nesta área. Porém, o Brasil forma apenas 46 mil por ano. Entre os profissionais mais disputados neste mercado de TI, estão os programadores.
Apesar da formação em engenharia civil, a área de tecnologia, em especial a função de programador, sempre foi a grande paixão profissional de Carlos Eduardo Laguardia Costa, que há um ano e um mês atua na Skyline Inovação e Produções, empresa goiana com atuação nacional e especializada em desenvolvimento de soluções tecnológicas para o mercado imobiliário. “Trabalhei por dez anos na área de engenharia civil, mas neste período percebi que não era muito a minha praia. Já a área de tecnologia, eu sempre gostei, antes mesmo de entrar para a faculdade. Então comecei a estudar por conta própria, busquei vários conteúdos disponíveis na internet, e como eu já tinha uma noção, pois antes de virar engenheiro eu trabalhei como programador, fui aprendendo”, conta Carlos Eduardo.
Além do gosto pela área de tecnologia, ele explica que optou em trocar a engenharia civil pela área de tecnologia por vislumbrar neste setor de TI uma possibilidade de crescimento profissional muito maior. “Nesse tempo que deixei de atuar como engenheiro até recebi muitas e boas propostas, mas o potencial de crescimento nesse segmento da tecnologia de informação é muito grande, principalmente nos dias de hoje, onde em praticamente todas as áreas você precisa de serviços e produtos que dependem de profissionais da TI”, afirma o programador, que após um ano de trabalho na Skyline foi convidado para ser sócio, depois de ajudar a desenvolver um dos principais produtos oferecidos da empresa.
Para Andreyve Melo, um dos sócios-fundadores da Skyline, a mão de obra dos profissionais de TI, que já era altamente requisitada, com a pandemia passou a ser ainda mais disputada. “Sem dúvida essa procura das empresas por soluções digitais acelerou demais durante a pandemia. Tanto que registramos um aumento de 65% na nossa demanda na comparação entre 2020 e 2019. Por isso tivemos que contratar mais pessoas, especialmente nessa área de TI”, afirma o empresário, que hoje conta em sua equipe com três programadores e atualmente está com uma vaga de estágio em aberto para a função.
Disputados
Kaleb de Almeida Andrade, de 26 anos, está entre os profissionais da área de tecnologia que passaram a ser disputados no mercado de trabalho devido ao impacto da pandemia em diversos segmentos econômicos, que passaram a ficar ainda mais dependentes dos serviços e soluções digitais. Integrando a equipe da Skyline desde maio deste ano, ele revela que assim como seu colega Carlos Eduardo, também trocou a engenharia, no seu caso engenharia mecânica, pela área de TI.
“Comecei a ter mais interesse pela área ano passado. Foi quando comecei a fazer alguns cursos onlines. Então em maio deste ano ingressei no mercado com a oportunidade que a Skyline me ofereceu”, diz Kaleb, ao explicar que optou pela tecnologia por enxergar nesta área uma oportunidade de trabalho bem melhor e perceber a necessidade do mercado para esse tipo de mão de obra. Ao buscar capacitação para atuar como programador, Kaleb relata que conheceu várias pessoas que ingressaram nessa área de TI por meio da programação. “Tenho uns amigos que são programadores também, e eles falam que é uma das melhores e mais rentáveis áreas para se trabalhar”, pontua.