O clássico de Machado de Assis que originou o espetáculo voltou ao centro das atenções após a influenciadora americana Courtney Henning Novak viralizar um vídeo que alcançou mais de um milhão de visualizações: “O que eu vou fazer com o resto da minha vida?”, declarou.
A comédia musical Memórias Póstumas de Brás Cubas, interpretada por Marcos Damigo, volta ao cartaz em São Paulo em circulação por seis teatros municipais: Teatro Arthur Azevedo (6/11, às 21h), Teatro Paulo Eiró (13/11, às 21h), Centro Cultural Olido (16/11, às 19h), Teatro Alfredo Mesquita (20/11, às 21h), Teatro Cacilda Becker (27/11, às 21h) e Teatro Flávio Império (30/11, às 20h). Os ingressos são gratuitos.
Adaptado pela diretora Regina Galdino, o texto destaca a trajetória do anti-herói Brás Cubas, símbolo do homem burguês, sem escrúpulos e sem ética, que nos revela a continuidade de um comportamento oportunista que persiste no Brasil, desde o século XIX.
Brás Cubas, o “defunto autor”, se assume como tendo sido um aristocrata medíocre em vida, mas mesmo assim consegue, através do riso e da sedução, conquistar a empatia do público. Ele pertence a uma elite aventureira, dividida entre o desejo liberal e a prática escravocrata. A montagem traz uma visão moderna do romance baseada na carnavalização, salientando seu aspecto cômico-fantástico. A encenação realiza uma “conversa” entre quatro artes: o teatro, a literatura, a dança e a música.
Em um solo vibrante, Marcos Damigo vive um Brás Cubas bem-humorado, irreverente, egoísta e amoral. Com uma narrativa não linear e fiel à obra original, o personagem dialoga com a plateia, canta, dança, discorre sobre seus envolvimentos amorosos e episódios de sua vida enquanto passeia pelas agruras da sociedade de seu tempo. “A recepção do público sempre foi ótima: uma plateia muito jovem, evidentemente interessada pela obra por causa do vestibular, misturou-se a espectadores maduros, admiradores de Machado de Assis, e foi unânime o impacto causado pelo trabalho de Damigo, ator que está na plenitude do uso de seus recursos vocais e corporais para interpretar o imprevisível Brás Cubas, em cenas ora sérias, ora cômicas, ora fantásticas, ora musicais. Tanto na adaptação quanto na direção, minha concepção brechtiana – com destaque para os aspectos filosóficos da obra – exige do ator experiência, inteligência, despojamento e versatilidade, e Marcos Damigo está impressionante no papel do irônico defunto”, afirma Regina Galdino.
O monólogo traz à tona toda a atualidade deste livro genial de Machado de Assis, oferecendo ao público um olhar agudo sobre a sociedade brasileira do século XIX. A equipe conta com profissionais já conhecidos da cena paulistana: além de Damigo, que tem mais de 30 anos de experiência nos palcos, o diretor musical e arranjador Pedro Paulo Bogossian, que trabalhou as músicas originais da peça criadas por Mário Manga, do antológico Premeditando o Breque, e Fábio Namatame no figurino. Regina Galdino assinou e dirigiu, em 1998, uma montagem desta mesma adaptação, interpretada por Cássio Scapin, quando o espetáculo recebeu vários prêmios e elogios da crítica.
FICHA TÉCNICA – Direção e adaptação de texto: Regina Galdino. Elenco: Marcos Damigo. Música original: Mário Manga. Direção musical, arranjos e trilha sonora: Pedro Paulo Bogossian. Figurino: Fábio Namatame. Coreografia: Marcos Damigo. Consultoria de movimento: Roberto Alencar. Iluminação e cenografia: Regina Galdino. Execução cenográfica: Luis Rossi. Fotos: Alex Silva Jr.. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Realização: Oasis Empreendimentos Artísticos. Estreia oficial: 20/07/2017 (Teatro Eva Herz, SP).
Serviço
Espetáculo: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Circulação: 6 a 30 de novembro de 2024
Duração: 85 min. Gênero: Comédia musical. Classificação: 14 anos.
Ingressos: Gratuito – Bilheterias: 1 hora antes do início das sessões.
Teatros com acessibilidade.
Teasers: https://youtu.be/eBWT_NO0ems | https://youtu.be/8ETqIhvs2RI
Facebook – @memoriaspostumasmusical | Instagram – @marcosnauta
6/11 – Quarta, às 21h – Teatro Arthur Azevedo
Avenida Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca. SP/SP. 03115-020.
Tel.: (11) 2604-5558. Capacidade: 349 lugares. @teatroarthurazevedosp.
13/11 – Quarta, às 21h – Teatro Paulo Eiró
Avenida Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro. SP/SP. 04733-100.
Tel.: (11) 5546-0449. Capacidade: 467 lugares. @teatropauloeirosp.
16/11 – Sábado, às 19h – Centro Cultural Olido
Avenida São João, 473 – Centro Histórico. SP/SP. 01035-000.
Tel.: (11) 2899-7370. Capacidade: 236 lugares. @ccolido.
20/11 – Quarta (feriado), às 21h – Teatro Alfredo Mesquita
Avenida Santos Dumont, 1770 – Santana. SP/SP. 02012-010.
Tel.: (11) 2221-3657. Capacidade: 198 lugares. @teatroalfredomesquita.
27/11 – Quarta, às 21h – Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295 – Lapa. SP/SP. 05051-000.
Tel.: (11) 3864-4513. Capacidade: 198 lugares. @teatrocacildabeckersp.
30/11 – Sábado, às 20h – Teatro Flávio Império
Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba. SP/SP. 03721-010.
Tel.: (11) 098397-4515. Capacidade: 206 lugares. @teatroflavioimperio.
PERFIS
Marcos Damigo (ator) – Estudou na Escola de Arte Dramática (ECA/USP), protagonizou clássicos como Hamlet (Francisco Medeiros) e O Retrato de Dorian Gray (Débora Dubois), onde também assinou a adaptação do romance de Oscar Wilde, ambos no Teatro Popular do SESI SP. Escreveu e dirigiu Leopoldina, Independência e Morte e Babilônia Tropical, que circularam pelos CCBBs, recentemente. Idealizou e protagonizou o espetáculo Deus é um DJ (Marcelo Rubens Paiva), do alemão Falk Richter, e atuou em outras obras como Dueto Para Um (Mika Lins) e Lampião e Lancelote (Débora Dubois) – prêmio Bibi Ferreira de Melhor Musical Brasileiro. Na televisão, estreou no SBT como protagonista da novela Fascinação (Walcyr Carrasco). Na Rede Globo, atuou em Joia Rara (Thelma Guedes e Duca Rachid), ganhadora do prêmio Emmy Internacional de melhor novela, e Insensato Coração (Gilberto Braga e Ricardo Linhares). Recentemente, atuou nos espetáculos O Pai, de Strindberg, direção de Regina Galdino, Os Um e Os Outros, adaptação de Horácios e Curiácios de Brecht, e Dostoiévski Trip, do russo Vladimir Sorókin, ambos com direção de Cibele Forjaz, Caros Ouvintes (Otávio Martins) e atuou no elogiado monólogo As Sombras de Dom Casmurro, baseado no romance de Machado de Assis (Débora Dubois), onde iniciou sua pesquisa com o universo deste autor.
Regina Galdino (direção e adaptação do texto) – Formada pela EAD, dirigiu: Intimidade Indecente, com Irene Ravache e Marcos Caruso; As Pontes de Madison, com Denise Del Vecchio e Marcos Caruso; As Turca, com Cláudia Melo e Andréa Bassitt. Em 1998, dirigiu e adaptou o premiado musical Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), com Cássio Scapin. Dirigiu e é co-autora de As Favoritas do Rádio, premiado na Jornada SESC/1994 – O Teatro Musical. É diretora dos musicais infantis: Operilda na Orquestra Amazônica, de Andréa Bassitt, ganhador dos prêmios APCA de Melhor Musical para Crianças e FEMSA na categoria Especial pela divulgação da música erudita e folclórica; Operilda Cai no Choro (2023); e O Jovem Príncipe e a Verdade, de Jean-Claude Carrière. É uma das criadoras, junto com o Maestro João Maurício Galindo, da série Aprendiz de Maestro, dirigindo espetáculos de autoria de Andréa Bassitt para a série erudita infantil TUCCA, na Sala São Paulo.