O homem está se conscientizando de que é responsável pela destruição do planeta, e isso está gerando uma ecoansiedade. Prova disso é a pesquisa realizada pelo MindMiners, sob coordenação do professor da ESPM e especialista em sustentabilidade, Marcus Nakagawa, apontando que 29% brasileiros sofrem de ecoansiedade, 17% consideram-se estressados, 15%, tranquilos, e apenas 10% estão felizes. A pesquisa entrevistou cerca de mil pessoas, acima dos 18 anos, das classes A, B e C, de todas as regiões do Brasil, entre 23 e 28 de junho de 2021. A pesquisa foi divulgada no dia 21 de setembro durante evento da MindMiners.
O anseio das pessoas por medidas que salvem o planeta gera a ecoansiedade. Segundo Nakagawa, a pandemia da covid 19 fragilizou ainda mais os brasileiros, abrindo espaço para repensar o antigo modo como a sociedade de consumo tem vivido até agora e refletir sobre si, o seu entorno, a natureza, e a relação que vem mantendo com o meio ambiente.
“Tudo isso desencadeou a ecoansiedade, fruto da conscientização de que é preciso se responsabilizar pelo que acontece com o planeta e cuidar dele como indivíduo e como sociedade”, diz o professor.
A pesquisa também revelou que 44% dos entrevistados se sentem revoltados, quando o assunto é desmatamento, 39%, se sentem tristes e apenas 8% indiferentes.
Questionados sobre o aquecimento global, 46% se sentem revoltados, 26% tristes e 15% indiferentes.
Quase 60% dos entrevistados se sentem revoltados em relação aos maus tratos, 33% tristes e 5%, indiferentes.
Ao serem questionados se tomaram alguma atitude para reduzir seu impacto no meio ambiente, 65% responderam que adotaram uma ou mais atitudes para reduzir o impacto no meio ambiente, 29% não adotaram, mas gostariam e 6% não querem.
As mulheres são as mais conscientes. A pesquisa apontou que 71% adotam medidas para reduzir impacto ao meio ambiente, ante 58% dos homens.
Sobre quais atitudes os entrevistados passaram a ter para reduzir o impacto no meio ambiente, 72% responderam que fazem reciclagem, 66% diminuíram o consumo de água e energia elétrica, 50% reduziram o consumo de materiais difíceis de serem reciclados, 48% usam produtos mais ecológicos, 45% reduziram o consumo, 44% leem rótulos de embalagens, 35% reduziram o consumo de carne, 29% reduziram o consumo de produtos derivados de animais e 26% passaram a comprar apenas produtos cruelty free.
Apenas 31% dos entrevistados conhecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU (ODS). A classe A (45%) é a que mais tem conhecimento, seguido pela geração Z (37%), boomers (34%), classe B (31%) e classe C (26%).
Dos entrevistados, 78% temem pela destruição ambiental irreversível, (68%) pela falta de alimento, (67%), pela falta de dinheiro e desemprego (67%), problemas de saúde (67%) e crise política (50%).
Por fim, sobre o que os entrevistados pensam em relação às atitudes ESG das empresas, 14%, concordam totalmente de que as empresas estão se aproveitando dessa temática para “se promover”, 36%, concordam, outros 36%, são neutros, 11%, discordam e 3%, discordam totalmente.
O levantamento aponta ainda que 10% dos entrevistados concordam totalmente que as empresas com pautas ESG estão realmente procurando mudar a relação com o ecossistema, 40%, concordam 37% são neutros, 10%, discordam e 3%, discordam totalmente.
Diante de tudo isso fica o grande questionamento: “De quem é a responsabilidade de salvar o mundo?”, questiona Marcus Nakagawa.
A pesquisa pode ser vista na íntegra pelo link: